Josafá – Um administrador piedoso
O reino de 25 anos de Josafá (872-848 a.C.) foi um dos mais alentadores, e marcou uma era de esperança na história religiosa de Judá. Nos primeiros anos de ser reinado, Josafá fez reviver a política da reforma religiosa que tinha sido tão efetiva na primeira parte do reinado de Asa. Devido a que Josafá tinha trinta e cinco anos de idade quando começou a governar, deve ter permanecido, muito provavelmente, sob a influência dos grandes líderes religiosos de Judá durante sua infância e juventude. Seu programa esteve bem organizado. Cinco príncipes, que estavam acompanhados por nove levitas principais e dois sacerdotes, foram enviados por todo Judá para ensinar a lei. Além disto, suprimiu os lugares altos e os aserins pagãos, para que o povo não fosse influenciado por eles. Em lugar de buscar a Baal, como o povo provavelmente tinha feito durante as últimas duas décadas do reinado de Asa, este rei e seu povo se voltaram para Deus.
Este novo interesse com Deus teve um amplo efeito sobre as nações circundantes, ao igual que sobre Judá. Conforme Josafá fortificava suas cidades, os filisteus e os árabes não declararam a guerra a Judá, senão que reconheceram a superioridade do Reino do Sul, levando presentes e tributos ao rei. Este providencial favor e apoio o animaram a construir cidades para armazéns e fortalezas por todo o país, estabelecendo nelas unidades militares. Além disso, contava com cinco comandantes do exército de Jerusalém, ligados e responsáveis diretamente a sua pessoa (2 Cr 17.1-19). Como natural conseqüência, sob o mandado de Josafá o Reino do Sul prosperou política e religiosamente.
Existiam relações amistosas entre Israel e Judá. A aliança matrimonial entre a dinastia de Davi e Onri deve ter-se realizado, verossimilmente, na primeira década do reinado de Josafá (cerca de 865 a.C.), já que Acazias, o filho desta união, tinha vinte e dois anos quando ascendeu ao trono de Judá em 841 a.C. (2 Rs 8.26) [1]. Este nexo de união com a dinastia governante do Reino do Norte, assegurou a Josafá do ataque e a invasão procedente do Norte.
Aparentemente transcorreu mais de uma década do reinado de Josafá sem notícias entre os primeiros dois versículos de 2 Cr 18. o ano era 853 a.C. Depois da batalha de Qarqar, na qual Acabe tinha participado na aliança síria, para opor-se à força expansiva dos assírios, acabe homenageou a Josafá muito suntuosamente em Samaria. Enquanto Acabe considerou a recuperação de Ramote-Gileade, que Ben-Hadade, o rei sírio, não lhe havia devolvido de acordo com o tratado de Afeque, convidou a Josafá a unir-se a ele na batalha. O rei de Judá respondeu favoravelmente; porém insistiu em assegurar-se os serviços e o conselho de um verdadeiro profeta. Micaías predisse que Acabe seria morto na batalha. Ao ter conhecimento daquilo, Acabe se disfarçou. Ao ser mortalmente ferido por uma flecha perdida, Josafá conseguiu escapar, voltando em paz a Jerusalém.
Jeú confrontou a Josafá valentemente com as palavras do Senhor. Sua fraternização com a família real de Israel estava desgostando o Senhor. O juízo divino viria a seguir, sem dúvida. Para Jeú, isto foi um grande ato de valor, já que seu pai, Hanani, tinha sido encarcerado por Asa por ter admoestado o rei. Concluindo sua mensagem, Jeú felicitou a Josafá por tirar do meio os aserins e submeter-se e buscar a Deus.
Em contraste com Asa, seu pai, Josafá respondeu favoravelmente a esta admoestação.
Pessoalmente foi por toda Judá, desde Berseba até Efraim, para alentar o povo a voltar-se a Deus. completou esta reforma, nomeando juízes em todas as cidades fortificadas, admoestando-os a que julgassem com o temor de Deus, antes que com base em juízos particulares ou aceitando subornos. Os casos em disputa deviam apelar-se a Jerusalém, onde os levitas, os sacerdotes e os cabeça de família importantes, tinham a seu cargo o render justas decisões [2]. Amarias, o chefe dos sacerdotes, era em última instancia responsável de todos os casos religiosos. As questões civis e criminosas estavam a cargo de Zebadias, o governador da casa de Judá.
Pouco depois de tudo isto, Josafá se viu enfrentado a uma terrífica invasão procedente do sudeste. Um mensageiro informou que uma grande multidão de amonitas e moabitas se dirigia a Judá, procedentes da terra do Edom, ao sul do Mar Morto. Se aquilo era o castigo implicado na predição de Jeú sobre a pendente ira de Deus, então se viu que Josafá tinha sabiamente preparado a seu povo [3]. Quando proclamou o jejum, o povo de todas as cidades de Judá respondeu imediatamente. Na nova corte do templo, o próprio rei conduziu a oração, reconhecendo que Deus lhes havia entregado a terra prometida, manifestando sua presença no templo dedicado nos dias de Salomão, e prometido a liberação se se prostrassem humildemente diante dEle. Nas simples palavras "não sabemos o que faremos; porém os nossos olhos estão postos em ti", Josafá expressou sua fé em Deus, quando concluiu sua oração (2 Cr 20.12). Mediante Jaaziel, um levita dos filhos de Asa, a assembléia recebeu a certeza divina de que inclusive sem ter de lutar eles veriam uma grande vitória. Em resposta, Josafá e seu povo se inclinaram e adoraram a Deus, enquanto os levitas, audivelmente, louvavam o Senhor.
Na manhã seguinte, o rei conduziu seu povo pelo deserto de Tecoa e os alentou a exercer sua fé em Deus e nos profetas. Cantando louvores a Deus, o povo marchava contra o inimigo. As forças inimigas foram lançadas numa terrível confusão e se massacraram uns aos outros. O povo de Judá empregou três dias em recolher o botim e os despojos de guerra. No quarto dia, Josafá reuniu seu povo no vale de Beraca, para uma reunião de ação de graças, reconhecendo que só Deus lhes havia dado a vitória [4]. Numa marcha triunfal, o rei os conduziu a todos de volta a Jerusalém. O temor de Deus caiu sobre as nações dos arredores quando souberam desta miraculosa vitória. Josafá de novo tornou gozar de paz e quietude.
Com um novo rei, Acazias, sobre o trono onrida de Israel, Josafá entrou uma vez mais em íntima afinidade com esta malvada família. Num esforço conjunto, tentaram fretar barcos em Eziom-Geber, para propósitos comerciais. De acordo com a predição do profeta Eliézer, os barcos naufragaram (2 Cr 20.35-37). Quando Acazias lhe propôs outra nova aventura, Josafá declinou a proposição (1 Rs 22.47-49).
Antes do fim de seu reinado, Josafá de novo entrou em aliança com um rei de Israel. Desta vez foi Jorão, outro dos filhos de Acabe. Quando Acabe morreu, Moabe cessou de pagar tributos a Israel. Aparentemente, Acazias, em seu curto reinado, nada disse a este respeito. Quando Jorão se converteu em rei, convidou Josafá a unir suas forças com ele numa marcha através do Edom, para submeter a Moabe (2 Rs 3.1-27) [5]. Josafá de novo teve consciência do fato de que estava aliado com reis ímpios, quando o profeta Eliseu salvou os três exércitos da destruição.
Josafá morreu no ano 848 a.C. em agudo contraste com a dinastia onrida, conduziu a seu povo na luta contra a idolatria em todos seus aspectos. Por sua íntima associação com ao reis malvados e ímpios de Israel, todavia, foi severamente admoestado por vários profetas.
Esta política de aliança matrimonial não afetou seriamente sua nação, enquanto ele viveu, porém foi causa de que fosse quase eliminada a dinastia davídica de Judá, menos de uma década após sua morte. Esta complacência de sua política sincrética anulou, com muito, os esforços de toda uma vida, no bom e piedoso rei Josafá.
[1] Note-se que 2 Cr 22.2 dá sua idade como de 42 anos, porém, à luz de 2 Cr 21.20 e 2 Rs 8.17, o número 42 é um erro de transcrição.
[2] Para o fundo histórico desta questão, ver Êx 18.21-22; Dt 1.13-17; 16.18-20.
[3] Edershein interpreta isto como o juízo anunciado por Jeú. Ver "Bible History", Vol. VI, pp. 78.
[4] Desde a partição da Palestina, o doutor Lambie tem erigido o Hospital Beraca, neste mesmo vale.
[5] Para maiores detalhes e discussão, ver capítulo 10.
Fonte: Samuel J. Schultz - A História de Israel no AT
Pesquisa: Pr.Charles Maciel Vieira
a paz! muito em informação. Parabens. Temos um blog de sermões e estudos.
ResponderExcluirBem Vindo Pastor Camargo, e agradeço a Deus por seu aprendizado.
ExcluirA PAZ DO SENHOR! MUITO INSTRUTIVO ESSE COMENTARIO DO REINADO DE JOSAFA. POR FAVOR MANDE PARA O MEU EMAIL ESSES ESTUDOS. DESDE JA, SOU GRATO E QUE DEUS CONTINUE LHE ABENÇOANDO COM A SABEDORIA DOS CEUS. SHALON.
ResponderExcluiryeshua721@yahoo.com.br
Marcos Aurelio.
um abç.
Muito boa explanação do assunto. A paz do Senhor esteja c todos.
ResponderExcluirótimo este comentário de josafa .muito bom ....estas historias deste homems que levavam estas cargas pesadas ,para hoje nós tevéssimos uma grande literatura .em nossas mãos ...parabéns
ResponderExcluirMuito bom esse estudo, Deus o abençoe pastor!
ResponderExcluirObrigado Edleuza, Deus te abençoe.
Excluirparabéns pela ideia muito exelente...
ResponderExcluirObrigado Sergio. A casa é nossa. Seja sempre bem vindo.
ExcluirParabéns!
ResponderExcluirQue Deus continui te inluminando para extrair ricos comentarios, como esse, dos textos sagadrados
Muito obrigado Pr. Riba Junior. Todo conteúdo exposto é para nossa edificação e crescimento no conhecimento da Palavra de Deus. Agradeço o comentário.
ExcluirPr. Charles Maciel Vieira, D.Th.
Parabéns!
ResponderExcluirQue Deus continui te inluminando para extrair ricos comentarios, como esse, dos textos sagadrados
Bom dia a paz do eterno Deus!
ResponderExcluirMuito boa a interpretação da palavra.
Muito obrigado Pra. Katia Ribeiro. Todo conteúdo exposto é para nossa edificação e crescimento no conhecimento da Palavra de Deus. Agradeço o comentário.
ExcluirDeus continue lhe fazendo crescer no conhecimento e que o Reino de Deus seja seu modo de vida.
Pr. Charles Maciel Vieira, D.Th.
Muito bom o texto.....explicito....edificante.....Que o nosso Deus continue te usando neste belo trabalho
ResponderExcluirque bença esse etudo, que Deus contine a lhe abençoado cada vez mais
ResponderExcluirMuito instrutivo esse comentário sobre o reinado de josafa um grande rei em Juda. Apaz irmão Charles Maciel Vieira
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