Nabopolassar
(626-605 a.C.). A oposição a Nabopolassar [1] às forças assírias que marchavam contra Nipur, a 97 km ao sudeste da Babilônia, precipitou o assalto assírio. A triunfal resistência da Babilônia a este ataque resultou no reconhecimento de Nabopolassar como rei da Babilônia em novembro de 626 a.C. [2] Por volta do ano 622, aparentemente era o suficientemente forte como para conquistar Nipur, que era estrategicamente importante para o controle do trafego sobre os rios tigre e Eufrates [3]. No 616 a.C., Nabopolassar derrotou os assírios no norte, ao longo do Eufrates, empurrando-os até Harã, voltando com um lucrativo botim produto do saqueio e da rapina antes que o exército assírio pudesse lançar um contra-ataque [4]. Esta foi a causa de que a Assíria se aliasse com o Egito, que tinha sido liberado da dominação assíria por Samético I no 654 a.C. [5] Após repetidos ataques sobre a Assíria, a cidade de Assur caiu em mãos dos medos sob Ciaxares no 614 a.C. O resultado dos esforços da Babilônia para ajudar os medos na conquista foi uma aliança medo-babilônica, confirmada pelo matrimônio [6]. No 612 a.C., os medos e os babilônicos convergiram sobre Nínive, devastando a grande capital assíria e dividindo o botim [7]. Pôde muito bem ter sido que Sinsariskum, o rei assírio, perecesse na destruição de Nínive.
Os assírios se arranjaram para fugir, se retiraram ao oeste ao Harã. Durante vários anos os babilônicos fizeram ataques por surpresa e realizaram conquistas em vários pontos ao longo do Eufrates, porém evitaram qualquer conflito direto com Assur-Ubalite, o rei assírio de Harã. No 609 a.C., com o apoio de Ummam-manda e suas forças, Nabopolassar marchou para o Harã. Os assírios, que por aquele tempo tinham unido suas forças às egípcias, abandonaram Harã e se retiraram às ribeiras ocidentais do Eufrates. Conseqüentemente, Nabopolassar ocupou Harã sem luta, deixando ali uma guarnição, quando voltou à Babilônia. O exército babilônico voltou a Harã quando Assur-Ubalite tentou recapturar a cidade. nesta ocasião, Assur-Ubalite aparentemente escapou com suas forças assírias para o norte, rumo ao Urartu, já que Nabopolassar dirigia sua campanha naquela zona, sem que haja ulterior menção nas crônicas nem dos assírios nem de Assur-Ubalite [8]. Depois de ter dirigido suas expedições para o nordeste durante uns quantos anos, Nabopolassar renovou seus esforços para rivalizar com as tropas egípcias ao longo do Alto Eufrates. A finais do 607 e continuando no ano seguinte, os babilônicos tiveram vários encontros com os egípcios e voltaram a sua origem a princípios do 605. esta foi a última vez que Nabopolassar conduziu seu exército à batalha.
[1] As primeiras fontes de Nabopolassar são as tabuinhas do Museu Britânico.
[2] Ver Ver Wiseman, op. cit n. 7
[3] Ibid., p. 11.
[4] As tabuinhas ou crônicas para os anos 622-617 se perderam.
[5] Ver Wiseman, op. cit., p. 12.
[6] O matrimônio do filho de Nabopolassar, Nebuchadnessar e Amytis, filha do filho de Ciaxares. Ver C. J. Gadd, "The Fall of Nineveh", pp. 10-11.
[7] Quem eram os Ummam-manda mencionados nesta campanha como aliados com a Babilônia? Alguns eruditos os equiparam com os medos, enquanto que outros os identificam com os escitas. Embora Wiseman (op. cit., pp. 15-16), está a favor dos 1os, deve-se levar em conta sua discussão relacionando as fontes históricas procedentes de ambos pontos de vista.
[8] Ibíd., p. 19.
Fonte: Samuel J. Schultz - A História de Israel no AT
Pesquisa: Pr.Charles Maciel Vieira
Nenhum comentário:
Postar um comentário