Malaquias – O aviso profético final
Ml 1.1-4.6
A única menção do nome "Malaquias" está no primeiro versículo deste livro.
Já que Malaquias significa "meu mensageiro", a Septuaginta o considera como um nome comum. O fato de que todos os outros livros neste grupo estejam associados com os nomes dos profetas, favorece o reconhecimento de Malaquias como seu nome próprio.
É difícil afirmar o tempo em que se desenvolveu o ministério de Malaquias. O segundo templo já estava em pé, o altar dos sacrifícios em uso e os judeus e sua comunidade estavam sob a jurisdição de um governador persa. Isto coloca sua atitude com posteridade aos tempos de Ageu e Zacarias, quando o templo tinha sido reconstruído. Se conhece tão pouco a respeito da condição do estado de Judá desde a dedicação do templo e até a chegada de Esdras, que é impossível fixar uma data conclusiva para as profecias de Malaquias. O conteúdo do livro tem conduzido a alguns a associarem a Malaquias com os tempos de Neemias [1]. Outros preferem datá-lo com anterioridade à estância de Esdras em Jerusalém, aproximadamente no 460 a.C. [2] Malaquias tem a distinção de ser o último dos profetas hebraicos [3]. Chega como um mensageiro final para advertir a uma geração apóstata. Com vigorosa clareza, perfila a vida e a esperança final do justo em contraste com a maldição que aguarda aos malvados. Sua mensagem entra nas seguintes subdivisões:
I. Israel como nação favorecida de Deus Ml 1.1-5
II. A falta de respeito de Israel para Deus Ml 1.6-14
III. Repreensão aos sacerdotes infiéis Ml 2.1-9
IV. A Judá infiel Ml 2.10-16
V. Requerimentos de Deus Ml 2.17-3.15
VI. O destino final dos justos e dos malvados Ml 3.16-4.6
A peculiar relação de Israel com Deus é o tema introdutório da mensagem de Malaquias. O Senhor dos Exércitos tem escolhido a Jacó. Edom, que descende de Esaú, o irmão gêmeo de Jacó, não voltará a estar em condições de afirmar-se sobre Israel. O domínio do Senhor se estenderá além das fronteiras de Israel, para incluir à subjugada terra do Edom (1.2-5).
Todavia, Israel tem desonrado a Deus. Ao oferecê-lhe animais impuros ou roubados em sacrifício, o povo demonstra seu desrespeito para Deus. eles não se atreveriam a tratas a seu governador dessa forma. O nome de Deus é reverenciado entre as nações, mas não em Israel. Ele não será tratado desta maneira por seu povo escolhido. A fraude garante a maldição divina (1.6-14).
Os sacerdotes são retirados para sua retribuição. Deus tem feito uma aliança com a tribo de Levi, de forma tal que, mediante eles, o conhecimento e a instrução podem ser transmitidos ao povo. Por infidelidade em sua responsabilidade, chegarão a serem desprezados pelo povo ao qual eles conduzem (2.1-9).
O povo de Judá tem profanado o santuário, pelos matrimônios mistos com gentes pagãs. As esposas estrangeiras têm introduzido a idolatria. Igualmente saturados de divórcios, o povo não pode merecer a aceitação de suas ofertas diante do Senhor dos Exércitos (2.10-16).
Depois de tudo isso, Malaquias lembra bruscamente a seu auditório que têm irritado a Deus por seu fracasso em buscar os caminhos justos, Deus está a ponto de enviar seu mensageiro a seu templo para julgar, purificar e refinar a seu povo. Os cargos contra eles são: feitiçaria, adultério, perjúrios, o falho em entregar os dízimos, e a injustiça social para com os assalariados, as viúvas, os órfãos e os estrangeiros. Por sua conduta, eles menosprezaram a sabedoria de servir a Deus fielmente (2.17-3.15).
Deus é conhecedor daqueles que lhe temem, eles são sua especial possessão. Registrados no memorial, os justos estão designados para a salvação no dia da ira de Deus.
Aqueles que têm sido presunçosos e promoveram a maldade, perecerão como a palha num campo em chamas após a colheita. O temor de Deus, por outra parte, se acrescentará (3.16-4.3).
Em conclusão, Malaquias exorta a sua própria geração para que obedeça a lei de Moisés (4.4-6). Com o terrível dia do Senhor pendente, o profeta os lembra que o juízo será precedido por um período de misericórdia aliviado com a chegada de Elias. Profético em importância, o nome "Elias" sugere um tempo de ressurgimento mediante um indivíduo enviado por Deus. tal pessoa já foi prometida (3.1). Quatro séculos mais tarde, este mensageiro foi identificado (Mat. 11.10,14).
[1] C. F. Keil, op. cit., pp. 423-429, seguindo a Vitringa em enlaçar a Malaquias com Neemias. E. J. Young, op. cit., p. 276, apóia esta posição.
[2] Ver R. H. Pfeiffer, op. cit., p. 614. e J. T. H. Adamson, "Malaquías", em The "en the Bible Commentary, pp. 764-767.
[3] Para profetas datados mais tarde por certos eruditos do Antigo Testamento, ver a discussão representativa de Anderson, Understanding the Old Testament, p. 449, para Joel, 503-504 para Jonas, e 515-520 para Daniel. Não se dispõe de evidência histórica para fixar uma data precisa para Joel, Jonas e Daniel, e não são considerados como personagens históricas por Anderson.
Fonte: Samuel J. Schultz - A História de Israel no AT
Pesquisa: Pastor Charles Maciel Vieira
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