sexta-feira, 13 de maio de 2011

O PAGANISMO E O SEU CULTO - 1ªParte

Pesquisa Livro: As catacumbas de Roma -  Benjamin Scott - CPAD



"Os lugares tenebrosos da terra estão cheios de moradas de crueldade", Salmo 74.20.

O assunto do presente volume apresenta-nos a época chamada "o período de Augusto". Essa época, começou com o reinado de César Augusto, nascido mais ou menos no ano 63 a.C. e compreende o período dos seus sucessores imediatos. Ela foi notável pela florescente condição da li­teratura e do saber e pelo próspero cultivo das belas artes.
O grande Júlio César, tio e predecessor de Augusto, ti­nha pelas armas vitoriosas tornado tributárias de Roma todas as nações circunvizinhas. Assim, o Império Romano, quando Augusto subiu ao trono, compreendia quase todo o mundo então conhecido.
A religião dessas nações, com a única exceção dos ju­deus, era o paganismo, numa ou noutra forma, que era também a religião da Roma Imperial. Com as suas armas, Roma levava seus deuses a outras nações e promovia-lhes culto. Por conveniência política, Roma adotava deuses de outras nações pagas, admitindo-os no seu Panteão. A índia longínqua, a Citia, a África Meridional e a China, ainda que não conquistadas, e por conseguinte não tributárias de Roma, eram também pagas. Não obstante as divindades adoradas nesses países serem diferentes em nome, os seus atributos e caracteres podiam facilmente identificar-se com os adorados no Império Romano.
O sistema pagão era Politeísta, isto é, eles adoravam muitos deuses. Geralmente, essas divindades eram repre­sentadas por qualquer forma humana, tais como Júpiter, rei do Olimpo, e muitos outros ídolos cujos nomes são, sem dúvida, familiares - Marte, Mercúrio, Netuno, Baco, Vulcano, Juno, Vênus e outros, que eram os deuses ou advoga­dos da guerra, do roubo, do deboche, da embriaguez. Ou­tros personificavam virtudes cívicas e domésticas.

       
Poder-se-iam citar inumeráveis autores para provar o número e a inutilidade de tais divindades. Um escritor dessa época observa satiricamente: "É mais fácil achar um deus do que um homem "(1) Lívio, falando de Atenas, ca­pital da Grécia, diz que estava cheia de imagens de deuses e de homens enfeitados com toda a espécie de material e com toda a perícia da arte (2). Outro escritor declara: "Por todos os lados há altares, vítimas, templos e festas" (3).
Mas os romanos não adoravam somente os deuses que tinham inventado. Na sua ânsia por um Deus verdadeiro, "se porventura o pudessem achar", e tendo consciência de que devia haver algum mais digno da sua estima do que as vis criações da sua corrupta imaginação, ajuntaram aos milhares de altares mais um: o altar ao DEUS DESCO­NHECIDO.
Este fato nos é familiar pela narração de Lucas nos Atos dos Apóstolos, e inteiramente confirmado por escrito­res pagãos O espírito do apóstolo Paulo sentia-se como­vido em si mesmo, vendo a cidade de Atenas "toda entre­gue à idolatria" (5), e no seu discurso no Areópago Atenien­se, disse: "Indo passando, e vendo os vossos simulacros, achei também um altar em que se achava esta letra: AO DEUS DESCONHECIDO" (6).

O que havia em Atenas havia também em Roma, a ca­pital do mundo, pois nos é dito, pela autoridade de Minúcio Félix, que construíam altares a divindades desconheci­das. Tal era então a natureza politeísta do sistema pagão.
Falemos agora um pouco do caráter destes deuses, e da natureza do culto que lhes era prestado. Não há crime, por mais abominável que seja, que não lhes pudesse ser impu­tado. O seu caráter pode resumir-se nestes versos do poeta Pope:
"Deuses injustos, mutáveis, iracundos, Só na vingança e podridão fecundos".

O que eram os deuses, era o sistema com o qual esta­vam identificados; eram os efeitos sobre seus adeptos. Jul­guemos esse sistema pelas próprias bocas dos pagãos:
Aristóteles (7) aconselha que as estátuas e pinturas dos deuses não deveriam exibir cenas indecentes, exceto nos templos das divindades que presidiam a sensualidade. Como não deveriam estar as coisas, para ser necessário tal conselho? E qual o estado de espírito de um pagão esclare­cido que podia justificar tal exceção!
Petrônio informa-nos que os templos eram freqüen­tados, os altares eram enfeitados e as orações eram ofereci­das aos deuses, para que eles tornassem mais agradáveis os vícios desnaturados dos seus venerados.
O honesto Sêneca (8), revoltado contra o que presencia­va ao redor de si, exclama: "Quão grande é a loucura dos homens! Balbuciam as mais abomináveis orações, e, se al­guém se aproxima, calam-se logo; o que um homem não deveria ouvir eles não se envergonhavam de dizer aos deu­ses". Ainda mais: "Se alguém considera o que eles fazem e ao que se sujeitam, em vez da decência, encontrará a inde­cência; em vez da honra, a indignidade; em vez da razão, a insensatez".
E, para completar o testemunho dos pagãos, quanto ao caráter e efeitos do seu sistema, Platão declara: "0 homem tem-se tornado mais baixo que o mais vil dos animais".
Bem podia o apóstolo Paulo, escrevendo aos romanos durante o período a que nos referimos, usar a terrível lin­guagem contida no lº capítulo da Epístola, pois tudo é confirmado pelo testemunho de escritores pagãos. Bem po­dia Paulo atribuir tudo ao sistema religioso de Roma e ao caráter de seus deuses, e afirmar que era por isso que mu­davam a glória do Deus incorruptível em semelhança e fi­gura do homem corruptível, de aves, de quadrúpedes e de serpentes; pelo que os entregou Deus aos desejos dos seus corações, à imundície, pois não deram provas de que tives­sem o conhecimento de Deus. Foram entregues por Deus a um sentimento depravado, para que fizessem coisas que não convém; cheios de iniqüidade, de malícia, de imorali­dade, de avareza, de maldade, de inveja, de contendas, de engano, de malignidade; tornaram-se homicidas, mexeriqueiros, murmuradores, aborrecidos de Deus, contumeliosos, soberbos, altivos, inventores de males, desobedientes a seus pais, insipientes, imodestos, sem benevolência, sem palavra, sem misericórdia (9).
  Bastaria citar este trecho de Paulo para provar a nossa tese. Porém, como pode ser que haja alguns que não investigaram a irrespondível evidência em que se baseia a au­tenticidade dos escritos inspirados, julgamos útil apresen­tar aos leitores o testemunho combinado, o pagão e o cris­tão. Pedimos lerem com atenção o capítulo citado; ajudará a apreciar o contraste que será apresentado num capítulo subseqüente.
Quanto ao caráter dos antigos ídolos pagãos, fora dos li­mites do Império Romano, não temos tantas informações; existe, porém, evidência suficiente para provar que o paga­nismo oriental era tão vil e degradante como o da Grécia e de Roma, sem se ter até agora alterado profundamente. Podemos estudá-lo pela observação atual. Citarei somente uma passagem: um documento público apresentado ao Parlamento por um magistrado de Bengala Meridional, na índia (,0), fala da adoração da deusa Kalé, dizendo: "O as­sassino, o ladrão e a prostituta, todos aspiram a propiciar um deus cujo culto seja a obscenidade e que se deleite no sangue do homem e dos animais, e a quem possam implo­rar auxílio para cometerem os seus crimes".
Havia, sem dúvida, exceções a esta regra quanto aos atributos dos deuses pagãos. Algumas daquelas divinda­des personificavam virtudes; havia homens melhores do que o sistema que prevalecia. As exceções eram raras e so­bressaem nos anais da história com tanto brilho quanto à sua raridade.
Estes homens excepcionais eram virtuosos em razão da luz ainda não extinta na sua natureza decaída; eram vir­tuosos apesar do seu sistema religioso e não por causa dele. Dionísio de Halicarnasso diz: "Há somente uns poucos que chegaram a ser mestres de filosofia; por outro lado, a gran­de e ignorante massa popular está mais propensa a encarar essas narrativas (as vidas dos deuses) pelo lado pior e a desprezar os deuses como seres que se transformam nas mais crassas abominações, ou a não temer praticar as maiores baixezas, crendo que os deuses as praticam também” (11).

Continua.......

Pesquisa: Pr.Charles Maciel Vieira
Os deuses de Roma, os reis divinizados juntamente com deuses estrangeiros (tais como Isis, deusa dos egíp­cios) e com divindades menores ou semideuses, que presi­diam a países, cidades, rios, estações e colheitas, elevavam a centenas a lista dos "muitos senhores e muitos deuses", a quem, na época a que me refiro, o mundo civilizado rendia homenagem e prestava culto.

2 comentários:

  1. isso ai é tremendo mesmo meus irmãos vamos acordar pois o mundo tem se paganisado cada vez mais vamos levar a luz do mundo para os oprimidos mamem...

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  2. temos de mostrar a verdade e desvestir a malignidade por tras de tais atos pagaos.


    Pr.Charles Maciel Vieira

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