terça-feira, 10 de maio de 2011

NUNCA DESISTA DE SEUS SONHOS - AUGUSTO CURY - 5ª Parte

continuação...................


A vida é um contrato de risco

  Basta estar vivo para correr riscos. Risco de fracassar, ser rejeitado, frustrar-se consigo mesmo, decepcionar-se com os outros, ser incompreendido, ofendido, reprovado, adoecer. Não devemos correr riscos irresponsáveis, mas também não devemos temer andar por terrenos desconhecidos, respirar ares nunca antes aspirados.
  Viver é uma grande aventura. Quem ficar preso num casulo com medo dos acidentes da vida, além de não eliminá-los, será sempre frustrado.
  Quem não tem audácia e disciplina pode alimentar grandes sonhos, mas eles serão enterrados nos solos da sua timidez e nos destroços das suas preocupações. Estará sempre em desvantagem competitiva.
  Os jovens galileus foram corajosos ao atender ao convite de Jesus Cristo. Tinham muitos defeitos em sua personalidade, mas começaram a ver o mundo de outra maneira. Abriram o leque da inteligência.
  Não sabiam onde dormiriam e nem o que comeriam, só sabiam que o vendedor de sonhos indicava que queria mudar o pensamento do mundo.
  Não sabiam como ele realizaria seu projeto, mas não queriam ficar longe desse sonho.
  Porém quem foi mais audacioso: os discípulos ao seguir Jesus ou Jesus ao escolhê-los? O material humano é vital para o sucesso de um empreendimento. Uma empresa pode ter máquinas, tecnologia, computadores, mas, se não tiver homens criativos, inteligentes, motivados, que saibam prevenir erros, trabalhar em equipe e pensar a longo prazo, ela poderá sucumbir.
  Vejamos o material humano que o vendedor de sonhos escolheu e quais os riscos que ele correu. Farei apenas uma síntese das características de personalidade de alguns discípulos.

O time escolhido pelo Mestre dos Mestres

  Mateus tinha péssima reputação. Era um publicano, coletor de impostos. Na época, os coletores eram famosos pela corrupção. Os judeus os odiavam porque eles estavam a serviço do Império Romano, que os explorava. Mateus era uma pessoa sociável,
gostava de festas e provavelmente usava dinheiro público para promovê-Ias.
  Tomé tinha a paranóia da insegurança. Só conseguia acreditar naquilo que tocava. Era rápido para pensar e rápido para desacreditar. Andava segundo a lógica, faltava-lhe sensibilidade e imaginação. O mundo tinha que girar em torno das suas verdades,
impressões e crenças. Desconfiava de tudo e de todos.
  Pedro era o mais forte, determinado e sincero do grupo. Porém, era inculto, iletrado, intolerante, irritado, agressivo, inquieto, impaciente, indisciplinado, não suportava ser contrariado. Não era empreendedor, e, como muitos jovens, não planejava o futuro, vivia somente em função dos prazeres do presente.
  Suas desqualificações não paravam por aí. Era hiperativo e intensamente ansioso. Impunha, e não expunha suas idéias.
  Trabalhava mal suas frustrações. Repetia os mesmos erros com freqüência. Se vivesse nos tempos de hoje, seria um aluno que todo professor queria ver em qualquer lugar do mundo, menos em sua sala de aula. Mas ele foi um dos escolhidos. Você teria coragem de escolhê-lo?
  No momento em que seu Mestre foi preso, o clima era tenso e destituído de racionalidade. Havia uma escolta de cerca de trezentos soldados no local. Impulsivo, Pedro cortou a orelha de um soldado.
  A sua reação quase provoca uma chacina. Todos os discípulos correram risco de morrer por sua atitude impensada.
  João era o mais jovem, amável, prestativo e altruísta. Porém, também era ambicioso, irritado, intolerante, intempestivo. Não sabia colocar-se no lugar dos outros nem pensar antes de reagir. Não sabia proteger sua emoção nem filtrar os estímulos estressantes.
  Almejava a melhor posição entre os discípulos. Pensava que o reino de Jesus era político, e por isso, após uma reunião familiar, sua mãe suplicou ao Mestre, no auge da fama, que quando instalasse seu governo um de seus filhos se assentasse à sua direita e o outro à esquerda. Os cargos inferiores pertenceriam aos outros.
  A personalidade de João tinha paradoxos. Era simples e explosiva, amável e flutuante. Jesus chamou a ele e a seu irmão Tiago de Boanerges, que quer dizer "filhos do trovão".  Quando confrontados, reagiam agressivamente.
  Apesar de ter ouvido incansavelmente o discurso de Jesus Cristo sobre dar a outra face, amar os inimigos, perdoar tantas vezes quantas fossem necessárias, João teve a coragem de pedir ao próprio Jesus que assassinasse com fogo os que não seguiam com eles.
  Judas Iscariotes era moderado, dosado, discreto, equilibrado e sensato. Não há elementos que indiquem que se tratava de uma pessoa tensa, ansiosa e inquieta. Nunca tomou uma atitude agressiva ou impensada. Jamais foi repreendido por seu Mestre.
  Sabia lidar com contabilidade, e por isso cuidava do dinheiro do grupo.
  Era um zelo te, pertencia a um grupo social de refinada cultura.
  Provavelmente era o mais eloqüente e o mais polido dos discípulos.
  Mostrava preocupação com as causas sociais. Agia silenciosamente.

 
Os discípulos diante de uma equipe de psicólogos

  Se uma equipe de psicólogos especialista em avaliação da personalidade e desempenho intelectual analisasse a personalidade do time escolhido pelo Mestre dos Mestres, provavelmente todos seriam desaprovados, exceto Judas.
  Judas era o mais bem preparado dos discípulos. Tinha as me lhores características de personalidade, exceto uma: não era uma pessoa transparente. Ninguém sabia o que se passava dentro dele. Esta característica corroeu sua personalidade como traça. Levou-o a ser infiel a si mesmo, perder a capacidade de aprender.
  Tinha tudo para brilhar, mas aprisionou-se no calabouço dos seus conflitos. Antes de trair Jesus, traiu a si mesmo. Traiu sua consciência, seu amor pela vida, seu encanto pela existência. Isolou-se, tornou-se autopunitivo.
  O maior vendedor de sonhos de todos os tempos, contrariando a lógica, escolheu uma equipe de jovens completamente despreparada para a vida e para executar um grande projeto. Os discípulos correram riscos ao segui-lo, mas ele correu riscos incomparavelmente maiores ao escolhê-los.
  Ele tinha pouco mais de três anos para ensinar-lhes. Era um tempo curtíssimo para transformá-los no maior grupo de pensadores e empreendedores desta Terra. Almejava lapidar a sabedoria na personalidade rude e complicada deles e torná-Ias capazes de incendiarem o mundo com suas idéias, e desse modo mudar para sempre a história da
humanidade.
  A escolha de Jesus não foi baseada no que aqueles jovens possuíam, mas no que ele era. A autoconfiança e a ousadia de Jesus não têm precedentes. Ele preferiu começar do zero, trabalhar com jovens completamente desqualificados a trabalhar com os
fariseus saturados de vícios e preconceitos. Preferiu a pedra bruta à mal lapidada.





Pesquisa: Pastor Charles Maciel Vieira

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