A grande
ceia
Ele lhes disse: “Certo homem deu uma grande ceia e convidou a
muitos. À hora da ceia, enviou seu servo para avisar aos convidados: ‘Vinde,
porque tudo já está preparado.’ Não obstante, todos, à uma, começaram a
escusar-se...” (Lucas 14:16-18).
Era no inverno, antes de sua morte, provavelmente na Judéia
ou Peréia, e Jesus estava numa grande festa de Sabá, na casa de um chefe
fariseu não nomeado. Ele curou um homem que sofria de uma debilitante doença do
coração, desafiando qualquer um a objetar, mas os outros hóspedes, pessoas
eminentes, fariseus e advogados, observando Jesus com um olhar crítico (Lucas
14:1), estavam evidente, singular e espantosamente desinteressados.
E ele os observava, também, notando quem estava lá (os
convidados não foram pobres, nem necessitados) e como eles porfiavam pelos mais
proeminentes assentos. Seus valores eram destorcidos por cobiça e egoísmo. Ele
os advertiu que este tipo de auto-exaltação conduziria a um fim humilhante,
enquanto um espírito humilde traria, no mínimo, honra (Lucas 14:8-11). E instou
com eles que se movessem além de sua cultura egoísta de um círculo apertado de
parentes e vizinhos ricos e se procurassem distrair aqueles que, em sua
necessidade, eram impotentes para retribuir (Lucas 14:12-14).
Foi neste ponto da conversa do jantar que alguma alma, bem
intencionada mas desorientada, observou entusiasticamente: “Bem aventurado
aquele que comer pão no reino de Deus” (Lucas14:15). Não transparece do texto
qual tipo de pão, exatamente, o que falou tinha em mente, nem quanto, apesar de
tudo o que Jesus falara, esta pessoa ainda demonstrava ambição egoísta. Talvez
ela estivesse, muito ineptamente, tentando descarregar a tensão que Jesus, pelos
comentários precedentes, tinha deixado na mesa. Qualquer que fosse o caso, é
evidente, pela parábola, que o Senhor não estava impressionado.
A festa de
Deus
O “certo homem” da parábola que preparou uma grande festa é
Deus. E a parábola nos relembra que a festa de amor e alegria que Deus deseja
que partilhemos com ele estara em preparação há muito tempo. É o “reino...
preparado desde a fundação do mundo” (Mateus 25:34) e agora, “na plenitude do
tempo” (Gálatas 4:4), Deus veio viver entre seu povo e nos convida para vir
regozijar com ele! É a festa de todas as festas. Se você nunca esteve em outra
ceia, esta é aquela que você não pode perder.
Contudo, os que foram convidados primeiro estão indiferentes!
A parábola fala como, apesar de suas palavras, os escribas e fariseus
valorizavam pouco o reino de Deus. Ela também explica porque Jesus era, muito
freqüentemente, encontrado entre pessoas muito diferentes deles: pobres e
desesperados necessitados.
O reino de Deus é um reino de graça. Aqueles que sentem suas
vidas plenas não terão lugar nem desejo pelo pão de Deus. Em sua afetada
auto-satisfação, eles, por outro lado, receberão o convite do céu com a alegria
dos desesperados.
Uma
resposta incrível
“Disse o primeiro: Comprei um campo, e preciso ir vê-lo;
rogo-te que me tenhas por escusado. Outro disse: Comprei cinco juntas de bois e
vou experimentá-las; rogo-te que me tenhas por escusado. E outro disse:
Casei-me, e por isso não posso ir” (Lucas 14:18-20).
A resposta dos vizinhos e amigos deste homem não é nem
natural nem provável. As pessoas não rejeitam, no último minuto, um jantar
preparado com grande despesa por um homem rico e importante para o prazer de
seus amigos. Toda matéria de importância menor seria apagada do calendário e
nada, salvo um “ato de Deus”, poderia mantê-los longe. Isto é exatamente como
se tinham comportado aqueles convidados para a festa na qual eles e Jesus
estavam agora sentados. Os hóspedes apreciavam a honra que lhes estava sendo
feita e achavam os principais assentos como uma espécie de distinção especial.
Eles não tiveram dúvida em vir a tempo e completamente preparados. É, portanto,
inconcebível que quaisquer hóspedes assim convidados se escusassem. Era uma
situação absurda e foi para revelá-la como tal que Jesus formulou esta
parábola.
A situação na parábola correspondia exatamente à situação da
nação de Israel. Os israelitas, como os homens da parábola, tinham sido
avisados havia muito tempo, desde os profetas, da vinda do reino de Deus e como
aqueles homens estavam sendo avisados de sua imediata aproximação pela pregação
de João e de Jesus: “... está próximo o reino dos céus” (Mateus 3:2; 4:17). E,
contudo, apesar de todo o seu suposto deleite naquele reino, quando o reino do
céu chegou perto, eles estavam totalmente desinteressados em recebê-lo. De
fato, como a situação presente demonstrou, eles poderiam sentar-se juntamente
com seu próprio Rei e não sabê-lo!
–por Paul Earnhart
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