terça-feira, 19 de março de 2013

A INSPIRAÇÃO DIVINA DAS ESCRITURAS



1.3 - A INSPIRAÇÃO DIVINA
O conteúdo da Escritura consiste de todo o Antigo e o Novo Testamento, sessenta e seis documentos no total, funcionando como um todo orgânico. O apóstolo Pedro dá endosso explícito aos escritos de Paulo, reconhecendo seu status como Escritura inspirada:
Tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; como faz também em todas as suas epístolas, nelas falando acerca destas coisas, mas quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, como o fazem também com as outras Escrituras, para sua própria perdição.” II Pedro 3-15,16
Pedro explica que os homens que escreveram a Escritura foram “inspirados pelo Espírito Santo”, para que nenhuma parte dela fosse “produzida por vontade de homem algum” ou pela “interpretação particular do profeta”. A Bíblia é uma revelação verbal exata de Deus, a ponto de Jesus dizer que “Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido” Mateus 05:18. Deus exerceu tal controle preciso sobre a produção da Escritura para que o seu conteúdo, na própria letra, fosse o que Ele desejava colocar em escrito.
Esta visão alta da inspiração das Escrituras não implica em ditado mecânico. Deus não ditou Sua palavra aos profetas e apóstolos como um patrão dita suas cartas para uma secretária. A princípio, alguém pode tender a pensar que o ditado seria a mais alta forma de inspiração, mas esta não o é. Um patrão pode ditar suas palavras à secretária, mas ele não pode ter controle sobre os detalhes diários da vida dela (seja passado, presente ou futuro) e tem ainda menos poder sobre os pensamentos da secretária. Em contraste, a Bíblia ensina que Deus exercita controle total e preciso sobre cada detalhe de Sua criação, a tal extensão que até mesmo os pensamentos dos homens estão sob o Seu controle. Isto é verdade com respeito a todo indivíduo, incluindo os escritores bíblicos.
Deus de uma tal forma ordenou, dirigiu e controlou as vidas e pensamentos de Seus instrumentos escolhidos que, quando o tempo chegou, suas personalidades e os seus cenários eram perfeitamente adequados para escrever aquelas porções da Escritura que Deus tinha designado para eles: “E disse-lhe o SENHOR: Quem fez a boca do homem? ou quem fez o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o SENHOR? Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hás de falar”. Êxodo 4:11,12
Assim veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta... E estendeu o SENHOR a sua mão, e tocou-me na boca; e disse-me o SENHOR: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca”. Jr 1-5,9
Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo... Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça, revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei a carne nem o sangue” Galatas 1-12,15,16

Então, no tempo da escrita, o Espírito de Deus supervisionou o processo para que o conteúdo da Escritura fosse além do que a inteligência natural dos escritores poderia conceber. O produto foi a revelação verbal de Deus, e ela foi literalmente o que Ele desejava pôr em escrito. Deus não encontrou as pessoas certas para escrever a Escritura; Ele fez as pessoas certas para escrevê-las, e então, supervisionou o processo de escrita. Portanto, a inspiração da Escritura não se refere somente aos tempos quando o Espírito Santo exerceu controle especial sobre os escritores bíblicos, embora isto tenha deveras acontecido, mas a preparação começou antes da criação do mundo. A teoria da ditação, a qual a Bíblia não ensina, é, em comparação com a da inspiração, uma visão menor, atribuindo a Deus um controle menor sobre o processo. Esta visão da inspiração, explica o assim chamado e evidente “elemento humano” na Escritura. Os documentos bíblicos refletem vários cenários sociais, econômicos e intelectuais dos autores, suas diferentes possibilidades, e seu vocabulário e estilo literário único. Este fenômeno é o que alguém poderia esperar, dada a visão bíblica da inspiração, na qual Deus exerceu controle total sobre a vida dos escritores, e não somente sobre o processo de escrita. O “elemento humano” da Escritura, portanto, não danifica a doutrina da inspiração, mas é consistente com ela e explicado pela mesma.

Fonte: Apostila - Faculdade de Educação Teológica Fama

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