A entrevista do pastor Silas Malafaia à jornalista e
apresentadora Marília Gabriela repercutiu no meio cristão de forma ampla e
suscitou a manifestação de críticas e análises do que foi debatido durante o
programa.
Os temas tratados no programa foram desde questões pessoais
envolvendo Silas Malafaia, até a teologia da prosperidade e o embate com
ativistas gays pelo PLC 122.
Para o pastor Ciro Zibordi, a entrevista “foi um debate
aberto”, com uma postura diferente da usual por parte da apresentadora: “Ela realmente
‘bateu boca’ com o entrevistado, talvez pensando que o colocaria contra a
parede, convencendo a todos de que ele é homofóbico e fundamentalista
religioso”. Zibordi pontua porém que, “como todos sabem, Silas Malafaia é um
exímio debatedor e soube responder bem às provocações que recebeu”.
Entretanto, Zibordi diz que nem tudo o que o pastor da
Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) disse no programa é unanimidade no
meio cristão.
“Não concordo com tudo o que Malafaia falou, especialmente
quanto à sua defesa tácita da falaciosa Teologia da Prosperidade. Entretanto,
ele foi muito bem ao mostrar, de modo indireto, que existe um preconceito por
parte da grande mídia de que todo cristão protestante é ignorante,
fundamentalista, não sabe desfrutar do prazer sexual, não tem amor, ao
contrário de outros, etc”, opinou o também pastor assembleiano Ciro Zibordi.
O bispo anglicano e doutor em Escatologia e Ciência da
Religião Hermes C. Fernandes, afirmou num texto publicado em seu site, que o
programa foi “o embate do século”, em que Silas Malafaia teria se prejudicado a
imagem do público evangélico perante à sociedade: “Para uns, o resultado da
briga, ops, da entrevista, favoreceu o ex-bigodudo. Para outros, a loura o
nocauteou. Não quero ater-me a isso. Quem perdeu foi a igreja, cuja
credibilidade ficou mais uma vez exposta por conta do discurso moralista
radical do líder da ADVEC”.
“Assuntos de primeira grandeza tais como a corrupção, a justiça
social, a salvação gratuita bancada pela cruz de Cristo, passaram em largo.
Tudo girou em torno do seu patrimônio, que o coloca na lista dos pastores mais
ricos do Brasil, da teologia da prosperidade (antes combatida por ele) e da
homossexualidade. Como bom debatedor que é, se Silas quisesse, ele conduzia a
entrevista noutra direção. Porém, ele sabe que o que dá IBOPE é a polêmica”,
disse Fernandes, contextualizando sua crítica.
O pastor Renato Vargens, da Igreja Cristã da Aliança em
Niterói, afirmou que considera “herético” o ensinamento de Malafaia sobre
prosperidade, porém, considera “bíblicas” determinadas posturas do pastor da
ADVEC.
“Ao tratar de assuntos relacionados a sexualidade Silas
demonstrou firmeza e coerência bíblica. Na minha perspectiva
Marilia ao tratar da homossexualidade foi intransigente e grossa com o seu
entrevistado demonstrando assim vivenciar a mesma intolerância que tanto
combate. Na verdade, em um determinado momento da entrevista ela chegou a
alterar o seu tom de voz tentando impor sobre
Malafaia suas crenças e percepções”, ponderou o pastor.
Já o pastor Márcio de Souza, escritor, colunista do Gospel+ e
líder da Igreja Cristã da Aliança em Rio do Ouro, escreveu em seu site que
“sair batendo no Malafaia é chutar cachorro morto”.
Segundo Souza, “denunciar suas práticas é chover no molhado”,
porém muitos o fazem por audiência: “Só pode acusar o Silas de viver
nababescamente quem vive de forma simples. Quem vive de desvio doutrinário
disfarçado de movimento de fé é tão mesquinho quanto o ‘Malachato’. Quem
condena a riqueza de Silas, mas tem minas de ouro malocadas pelo mundo não pode
empunhar cajado de juiz”.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+
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