Pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT)
estão trabalhando duro para desenvolver um sensor que imita o funcionamento do
nariz humano. Eles afirmam ter superado um dos maiores problemas nessa
empreitada: a produção em massa de proteínas chamadas “receptores olfativos”.
Em média, os humanos têm 100 milhões dessas proteínas. Na verdade, segundo
reportagem da BBC, muitos pesquisadores no mundo todo estão trabalhando no
desenvolvimento de “narizes eletrônicos”, que detectam as mesmas moléculas que
formam os cheiros reconhecidos pelo olfato das pessoas. “Mas, enquanto muitas
dessas experiências são baseadas em sensores construídos com materiais
artificiais, a pesquisa do MIT trabalha com um sensor baseado na biologia do
nariz humano”, explica a reportagem.
“A principal barreira para o estudo do olfato é que não
tínhamos conseguido fabricar receptores em número suficiente e homogeneizar
esses receptores”, diz Brian Cook, do MIT. Shuguang Zhang, diretor associado do
Centro para Engenharia Biomédica do MIT, admite que “ninguém realmente entende
como [o olfato] funciona. Ainda é um enigma”.
O nariz humano tem cerca de 300 tipos diferentes de
receptores olfativos na membrana que cerca as células que revestem as passagens
nasais. Cada receptor se liga a um tipo diferente de molécula. Segundo a BBC,
as tentativas anteriores de fabricar receptores artificiais fracassaram, pois a
estrutura é destruída quando esses receptores são retirados do ambiente
específico. Ou seja, os receptores foram criados para funcionar especificamente
no local em que estão. O que a equipe do MIT fez, então, foi desenvolver uma
solução que protege os receptores durante o processo de produção.
O professor Krishna Persaud, da Universidade de Manchester,
Grã-Bretanha, elogia a pesquisa do MIT, mas lembra que ainda existem obstáculos
antes da criação de um sensor baseado no nariz humano: as proteínas fabricadas
precisam ser colocadas de uma forma que possam funcionar do mesmo jeito que
funcionam na membrana da célula. E, mais importante: é necessário desenvolver
um método de coleta da informação dessas proteínas, transmissão e processamento
dessa informação.
Mais uma vez, vemos cientistas bem inteligentes gastando
tempo e dinheiro na tentativa de imitar um mecanismo complexo que eles ainda nem
entendem direito. Como se desenvolveram esses receptores olfativos capazes de
se ligar a tipos específicos de moléculas? E mais: De que adiantaria terem
“surgido” receptores olfativos sem a existência de um método de coleta da
informação das proteínas? De que adiantaria tudo isso, sem um meio de
transmissão e processamento de toda essa informação?
Na próxima vez que você sentir o cheiro agradável de uma flor
ou de um bom perfume, agradeça ao Criador por presenteá-lo com o complexo e
maravilhoso sentido do olfato.
Michelson Borges
Nenhum comentário:
Postar um comentário