CQC usa modelo para tentar seduzir deputado evangélico e
acaba na polícia
No fim da última semana uma abordagem feita pelo programa CQC
a um parlamentar evangélico acabou em boletim de ocorrência lavrado no
Departamento de Polícia Legislativa (Depol) da Câmara. O deputado Francisco
Floriano (PR-RJ), que é também pastor evangélico, acusou o programa de usar uma
atriz para tentar “seduzir parlamentares” durante gravações do programa.
Floriano contou que foi a abordado por uma moça alta, bonita,
trajando uma saia curta e uma blusa decotada, que entregou o currículo a ele e
pediu emprego no gabinete.
- Ela continuou me seguindo e disse: eu quero falar com o
senhor lá no gabinete. E eu repeti que ela entregasse para a chefe de gabinete.
Só percebi algo errado quando o segurança me alertou e vi a câmera filmando
escondida. Gosto do CQC, defendo a liberdade de imprensa, mas acho que agiram
de má-fé. Outros deputados também se irritaram com a abordagem e contaram que
ela ficou se insinuando – contou o deputado, que diz ter sido alertado pela
segurança da Câmara de que estaria sendo enganado pelo programa.
- Eu sempre defendi o CQC, mas acho que há formas mais
saudáveis de fazer humor, com respeito. Usar câmera escondida, currículo falso,
que coisa absurda. Não precisam disso para alavancar a audiência – acrescentou
o parlamentar.
Segundo o deputado, a modelo estava usando a distribuição do
currículo como desculpa para se insinuar aos parlamentares e registrar a
reação. Ela teria recebido um cachê de R$ 100, de acordo com o deputado. O
registro da ocorrência, detalha que uma mulher com trajes “provocantes”
abordava deputados no Salão Verde, área de acesso ao Plenário da Câmara.
- O deputado alegou que o CQC o abordou de forma
inconveniente. Segundo ele, usaram uma moça com saia um tanto curta e um grande
decote, apresentando currículo e um pedido de emprego. Quando foi alertado de
que era uma brincadeira, ficou nervoso e disse que ia registrar queixa na
Polícia Legislativa, o que de fato fez – explicou Antônio Geraldo Martins,
diretor da Coordenação de Polícia Judiciária, que completou dizendo que o
parlamentar disse ter ficado constrangido com a abordagem do programa.
- Ele é um pastor e disse que a base dele é de evangélicos.
Disse que ficaria muito ruim aparecer na televisão sendo abordado por uma moça
naqueles trajes – afirmou Martins.
De acordo com o jornal O Globo, a Polícia da Câmara disse
que, pelas imagens gravadas do momento em que a moça conversa com Floriano, não
é possível identificar a insinuação relatada pelo deputado. Martins afirmou
ainda que a ocorrência “provavelmente não vai ter andamento”, tendo em vista
que não foi detectado “qualquer tipo de delito para enquadramento”. Entretanto,
a primeira-secretaria da Câmara, responsável pelas credenciais de jornalistas,
pediu cópia da ocorrência para avaliar a atuação do programa.
O apresentador do programa, Marcelo Tas, comentou
recentemente sobre as abordagem feitas a líderes políticos pelo programa, e
disse que deputados e senadores antes fugiam de seus repórteres.
- Admiro os políticos que têm coragem de falar. Antes fugiam da
nossa presença no plenário, até que o presidente Lula conversou conosco, razão
pela qual hoje eles entendem o nosso papel na capital federal – afirmou Tas,
que também comentou as declarações do presidente da Comissão de Direitos
Humanos, Marco Feliciano.
- Temos que ter cuidado para não fazer com ele o que ele faz
com as pessoas em relação ao preconceito. O que ele disse sobre o Caetano
Veloso foi um absurdo, mas eu o perdoo pela ignorância – afirmou, durante uma
entrevista para o programa “Show Business”.
Por Dan Martins, para o Gospel+
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