Hoje não temos os manuscritos originais, os que foram escritos ou ditados pelos próprios autores. O que temos hoje são textos que foram copiados à mão ao longo dos séculos, até serem feitas as versões impressas a partir do século XVI. À medida que os textos foram sendo copiados, acontecia às vezes dos textos serem modificados, seja por eliminação, acréscimo ou deslocamento de palavras.
As primeiras versões impressas do Novo Testamento Grego foram feitas tendo como base o Textus Receptus, feito inicialmente por Erasmo de Roterdã, mas reimpresso por outros (Estienne, Irmãos Elzevir, Scrivener). O Textus Receptus era baseado em alguns dos manuscritos chamados "Bizantinos" (porque acredita-se que sua origem seja o Império Bizantino) ou "Majoritários" (porque são a maioria dos manuscritos atualmente preservados). O Textus Receptus foi utilizado para a maioria das traduções da Bíblia até o final do século XIX. A tradução original de Almeida utilizou o Textus Receptus. Atualmente, a Almeida Corrigida Fiel, a Almeida Revista e Corrigida, e a Bíblia Livre usam o Textus Receptus.
A partir do século XVIII surgiu um movimento de algumas pessoas que diziam que o Textus Receptus não era o melhor texto grego. Eles então procuraram estabelecer um outro texto, chamado de Texto Crítico. Esse movimento ganhou força no final do século XIX, com o lançamento da edição do Novo Testamento Grego por Westcott e Hort. Essa edição utilizava predominantemente manuscritos chamados de "Alexandrinos", que são em menor quantidade que os manuscritos bizantinos, porém os manuscritos alexandrinos ainda existentes são mais antigos. A versão do Texto Crítico mais usada atualmente é a 27ª edição de Nestle-Aland, que é idêntica (com exceção da pontuação e aparato) ao Novo Testamento Grego das Sociedades Bíblicas Unidas.
A diferença entre o Textus Receptus e o Texto Crítico é que o Texto Crítico é mais curto e possui algumas frases mais difíceis de explicar. Os defensores do Textus Receptus dizem que o Texto Crítico foi propositalmente falsificado para enfraquecer doutrinas. Os defensores do Texto Crítico dizem o contrário, que o Texto Crítico é o mais próximo do original, e que o Textus Receptus possui muitos enfeites que foram adicionados posteriormente.
Atualmente, as traduções Almeida Revista e Atualizada, Nova Tradução na Linguagem de Hoje, e Nova Versão Internacional, entre outras, utilizam o texto crítico.
Além disso, surgiu uma nova corrente que diz que os textos alexandrinos não refletem os manuscritos originais, e sim que os melhores são os textos bizantinos. Atualmente existem três edições do Texto Majoritário ou Bizantino: uma feita por Hodges e Farstad em 1982; outra por Robinson e Pierpont feita em 2000 e revisada em 2005. E uma terceira, produzida por Pickering. A diferença entre o Textus Receptus e o Texto Bizantino é pequena, sendo talvez a mais relevante é 1 João 5:7-8, onde o Textus Receptus possui uma referência a Trindade inexistente no Texto Bizantino e no Crítico.
Portanto, temos esses três textos gregos mais aceitos. Porém, o mais importante dizer é que nenhum destes três textos contradiz qualquer doutrina do Cristianismo.
Fonte: https://sites.google.com/site/biblialivre/perguntas-e-respostas/textos-base/textosgregos
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