O que diz
as Escrituras
Segundo o que dispõe o profeta Miquéias, tanto o melhor
quanto o mais justo dos homens são reprováveis diante de Deus e precisam nascer
de novo. A reprovação divina não é por causa da moral, do comportamento, da
psique, da condição física ou financeira dos homens. Os homens tornaram-se
reprováveis (desagradáveis) diante de Deus por causa da condenação estabelecida
em Adão. Em Adão ‘pereceu’ da terra o homem piedoso. Todos deixaram de ser
retos diante de Deus ( Mq 7:2 ; Rm 3:23 ).
A bíblia informa que toda humanidade estava destituída da
glória de Deus porque pecaram ( Rm 3:23 ). Ora, pecaram não por causa de
questões psíquicas, físicas, morais, comportamentais, etc., antes pecaram
porque foram vendidos ao pecado como escravos. É por isso que as escrituras protestam
contra os judeus, pois eles pensavam que eram salvos por serem descendentes de
Abraão: "Teu primeiro pai pecou, e os teus intérpretes prevaricaram contra
mim" ( Is 43:27 ).
A
Escravidão do Pecado
Assim como os descendestes de escravos nos regimes
escravocratas já nasciam sob o jugo da servidão pelo simples fato de
descenderem de escravos, o homem gerado da semente corruptível (Adão) vem ao
mundo sob o jugo (escravidão) do pecado, e, portanto, são pecadores ( Jo 8:34).
À época de Jesus os escravos eram iguais aos homens ‘livres’,
tanto no físico quanto na psique, ou seja, o fato de serem escravos não os
tornava ‘menos’ humanos que os homens livres. Porém, o que pesava (diferencial)
sobre eles era o jugo imposto pela sociedade escravocrata. Semelhantemente, não
é a psique, nem as emoções e nem os desejos dos homens nascidos sob a égide do
pecado que os tornam diferentes dos nascidos de novo.
As emoções são pertinentes a todos os homens e contempla
tanto os que estão sob o jugo do pecado quanto os que estão sob o jugo da
justiça “Fostes libertos do pecado, e vos tornastes escravos da justiça” ( Rm
6:18 ). O homem com Cristo é alvo das mesmas emoções que os homens sem Deus.
Ambos ficam tristes, alegres, deprimidos, motivados, choram, riem, etc. Ambos
pensam, raciocinam, trabalham, etc. Ambos tem fome, sede, apetite sexual,
sonham, etc.
Através do comparativo acima se conclui que, nem o pecado e
nem a justiça subjugam as emoções, as sensações, os desejos e a psique do
homem. Nem o pecado nem a justiça subjugam os homens através das emoções,
fraquezas, desejos, etc.
O Filho do
Homem
Jesus chorou, esteve aflito, angustiou-se, alegrou-se, comeu,
bebeu, foi às festas, ou seja, as emoções e sensações físicas de Jesus eram
idênticas as dos seus irmãos carnais, porém, é certo que ele não foi sujeito ao
pecado pelo fato de ter ficado aflito ou chorado ( Hb 4:15 ).
Por outro lado, não é por que os monges budistas vivem uma
vida de meditação perene para afastar ou reprimir alguns sentimentos e emoções que
serão livres de pecado.
Em que Jesus foi semelhante aos seus irmãos, se não nas
fraquezas, emoções, sensações, desejos e psique? ( Hb 2:14 ; Mt 26:37 )
O verbo de Deus se fez carne, o que demonstra que o corpo
físico não é o que vincula o homem a servidão do pecado. Assim como os filhos
participam da carne e do sangue, Jesus também participou das mesmas coisas
(carne, sangue), porém, sem pecado, visto que ele foi gerado de Deus ( Hb 2:14
).
O que diferenciava o Cristo de Deus dos outros homens não era
a psique (inteligência e moral superiores), ou o físico (carne e sangue), antes
o diferencial estava no fato de Ele ser gerado de Deus, ou seja, sem pecado "Qualquer
que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece nele; e
não pode pecar, porque é nascido de Deus" ( 1Jo 3:9 ).
Do mesmo modo, o diferencial entre os que crêem no evangelho
de Cristo e os descrentes não estão na psique ou no corpo, antes, no fato de
que crêem no evangelho e foram de novo gerados segundo Deus, em espírito e em
verdade.
O diferencial entre aqueles que servem e os que não servem a
Deus está em que os que servem são nascidos de Deus, e os que não sevem nascidos
segundo a vontade do varão, da carne e do sangue ( Jo 1:12 -13).
Para ser homem, ou seja, como ‘um de nós’, o Verbo de Deus
teve que ser participante da carne e sangue, compartilhando das mesmas
fraquezas e limitações pertinentes a natureza humana ( Jo 1:14 ). O fato de os
homens serem sujeitos às fraquezas não se vincula e nem deriva do pecado, pois
o Verbo de Deus teve que participar das mesmas fraquezas e limitações humanas
para ser como ‘um de nós’.
Como seria possível Jesus ‘compartilhar’ das fraquezas
humanas se ‘as fraquezas’ derivassem ou fossem produzidas pelo pecado?
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