sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Papa critica a violência religiosa na celebração da Missa do Galo


A rejeição a Deus pelo mundo contemporâneo leva à rejeição do outro, principalmente dos mais vulneráveis, advertiu nesta segunda-feira (24) o Papa Bento XVI, durante a Missa do Galo, antes de definir qualquer violência em nome de Deus como uma 'doença' da religião.
O Papa, que celebrou a missa com o auxílio de cerca de 30 cardeais, rezou pela paz na Palestina, Síria, Líbano e Iraque para que os cristãos possam 'conservar sua morada' nestes lugares e para que 'cristãos e muçulmanos possam construir juntos seus países na paz de Deus'.
Violência é 'doença'
"Estamos completamente repletos de nós mesmos, de modo que já não há espaço para Deus. Também não resta espaço para os outros, para as crianças, os pobres, os estrangeiros", disse o Papa na missa celebrada na Basílica de São Pedro. "Não é precisamente a Deus que rejeitamos?" - questionou Bento XVI.
 No início de uma cerimônia de mais de duas horas, acompanhada por coral em latim, música de órgão e som de trombetas, Bento XVI percorreu a imensa Basílica de São Pedro sobre uma plataforma móvel, mostrando cansaço.
 "Correntes de pensamento muito difundidas afirmam que (...) a religião, em particular o monoteísmo, seria a causa da violência e das guerras no mundo; que seria preciso libertar a humanidade da religião para se estabelecer a paz; que o monoteísmo, a fé em um único Deus seria prepotência, motivo de intolerância, já que por sua natureza tentaria se impor a todos com a pretensão da única verdade'.
 "É certo que o monoteísmo serviu durante a história como pretexto para a intolerância e a violência. É verdade que uma religião pode se desviar e chegar a se opor à natureza mais profunda quando o homem pensa que deve tomar em suas mãos a causa de Deus, fazendo de Deus sua propriedade privada. Devemos estar atentos contra a distorção do sagrado".
 "Mas mesmo que seja incontestável um certo uso indevido da religião na história, não é verdade que o 'não' a Deus restabeleceria a paz. Se a luz de Deus se apaga, se extingue também a dignidade divina do homem", concluiu Bento XVI.



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