Nascido na Coreia do Norte, ele é fundador da Igreja da
Unificação.
Ele estava internado em um hospital perto de sua casa, em
Seul.
Morreu neste domingo (02/09/2012) aos 92 anos o líder
religioso Sun Myung Moon, conhecido como reverendo Moon. Nascido na Coreia do
Norte, ele era fundador da Igreja da Unificação. Ele estava internado num
hospital próximo à sua residência, em Seul.
De acordo com a agência de notícias AP, Sun Myung Moon estava
hospitalizado em decorrência de uma pneumonia. Ele deixa viúva sua segunda
esposa e, ao todo, dez filhos.
O reverendo era fundador e presidente da Federação das
Famílias para a Unificação e Paz Mundial, conhecida no Brasil como a Associação
das Famílias. Em 2000, ele comprou o clube de futebol Atlético Sorocaba.
A Igreja da Unificação foi fundada por Sun Myung Moon em 1954
na Coreia do Sul.
Segundo a agência AFP, o movimento, famoso pelas cerimônias
de casamento que reúnem milhares de casais, afirma estar presente em quase 200
países e reivindica três milhões de adeptos.
Terras no Brasil
No Brasil, Moon era dono de terras em algumas cidades do Mato
Grosso do Sul, parte concentrada em Jardim, a 239 km de Campo Grande. O patrono
da Igreja da Unificação chegou a ser investigado em uma CPI na Assembleia
Legislativa de Mato Grosso do Sul em 2002. Na época, a igreja já havia comprado
cerca de 80 mil hectares para suas instalações.
Foram oito audiências, em que prestaram depoimento membros da
comunidade e funcionários e pessoas que haviam vendido as terras. Informações
da Polícia Federal encaminhadas à Assembleia durante as investigações indicavam
que o patrimônio da associação alcançava os R$ 300 milhões, ainda que um dos
reverendos ouvidos pelos parlamentares tenha dito que os bens somavam
aproximadamente R$ 60 milhões.
Atendendo a um pedido da CPI, o Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra) fez uma vistoria nas fazendas da
associação. A comissão foi encerrada em dezembro de 2002.
'Império de negócios'
A agência reproduz ainda uma informação do site de Moon, que
dizia ter sido torturado e mandado para um campo de trabalhos forçados quando
pregava na Coreia após a Segunda Guerra Mundial. Ele teria sido libertado
quando os guardas fugiram com o avanço das forças americanas durante a Guerra
da Coreia. Após vagar pela cidade de Busan, no sul, como um refugiado de
guerra, teria construído a sua primeira igreja nessa região a partir de caixas
de rações militares.
Já o obituário da AP lembra que a Igreja da Unificação
envolveu-se em controvérsia em razão de suas estratégias para atrair fiéis. O
texto diz que pais dos seguidores da seita nos Estados Unidos e em outros país
mostravam preocupação de que seus filhos estivessem sofrendo "lavagem
cerebral". A igreja teria respondido que diversas outras religiões haviam
enfrentado acusações semelhantes nos períodos imediatamente posteriores às suas
respectivas fundações.
Recentemente, contudo, a Igreja da Unificação "concentrou-se
em erguer um império no ramo dos negócios", prossegue o obituário. O
conglomerado inclui o jornal "Washington Times", o New Yorker Hotel,
em Manhattan, a Universidade Bridgeport em Connecticut e ainda um hotel e uma
pequena montadora na Coreia do Norte.
Além disso, foram adquiridos uma estação de esqui, um time de
futebol e outros negócios na Coréia do Sul, bem como uma empresa de
distribuição de frutos do mar que vende sushi para restaurantes japoneses nos
Estados Unidos.
'Visão'
O site oficial da Associação das Famílias para Unificação e
Paz Mundial traz um texto que conta a origem do fundador da Igreja da
Unificação. "Com a idade de 16 anos teve uma visão na qual Jesus lhe
apareceu, enquanto orava na montanha, numa manhã do domingo de Páscoa",
descreve.
"Jesus explicou-lhe que, originalmente Deus O tinha
enviado para salvar todos os homens, mas que a sua missão na Terra tinha ficado
incompleta devido aos seus contemporâneos não O terem recebido. De agora em
diante era a ele, Sun Myung Moon, que incumbia para completar a sua missão
inacabada."
De acordo com a AP, Moon explicou, em biografia publicada em
2009, por que a ideia de casamentos coletivos era fundamental à propagação de
seus propósitos. "Casamentos entre pessoas de diferentes países e culturas
são a maneira mais rápida de se conseguir um mundo ideal de paz", teria
dito. "As pessoas devem se casar (...) com aqueles que consideram seus
inimigos."
Ao longo da vida, o reverendo Moon cultivou boas relações com
os ex-presidentes americanos Richard Nixon, Ronald Reagan e George W. Bush,
informa a agência. A despeito disso, ele passou 13 meses numa prisão nos
Estados Unidos, entre 1984 e 1985, por evasão fiscal.
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