Na última quinta feira a revista Forbes divulgou uma lista
dos líderes evangélicos mais ricos do Brasil. Escrita pelo jornalista Anderson
Antunes, a reportagem apresenta a religião como um negócio rentável, e afirma
que a teologia da prosperidade é o pilar das igrejas evangélicas mais bem
sucedidas do Brasil.
Antunes afirma ainda que crescimento das igrejas evangélicas
no Brasil tem uma forte ligação com o crescimento econômico do país, pois essa
serviria como um caminho para os fiéis se mostrarem gratos por seu sucesso
financeiro, ou até mesmo vivê-lo sem culpa.
Porém, as informações publicadas pela revista causaram
reações negativas por parte de pastores evangélicos e instituições ligadas a
eles. O pastor Silas Malafaia, apontado pela lista como o terceiro pastor mais
rico do país, divulgou uma nota através da assessoria de comunicação na qual
repudiou a matéria e afirmou que a mesma não se baseia em dados verdadeiros.
De acordo com Malafaia, a Polícia Federal não tem poder para
fornecer tais dados, como informado pela reportagem e mesmo a Receita Federal,
órgão responsável por tais informações, só poderia fazê-lo mediante permissão
judicial.•.
- É uma afronta dizer na reportagem que a informação foi dada
pelo Ministério Público do Brasil e pela Polícia Federal, instituições tão
respeitadas, mas que, legalmente falando, não têm o poder de fornecer essas
informações. A instituição legal para fornecer esses dados é a Receita Federal,
que também não pode informar o patrimônio de ninguém a não ser por permissão
judicial. – afirmou.
O pastor se manifestou ainda através do Twiiter e de seu
site, através dos quais classificou a reportagem da Forbes como sendo uma
“safadeza inescrupulosa”.
Afirmando que acionaria a revista judicialmente por causa da
reportagem, o pastor disse ainda que divulga abertamente seu patrimônio e que,
mesmo se somados os patrimônios de todas as instituições ligadas a ele, não
teria nem mesmo a metade do valor de R$ 150 milhões informados pela revista.
Ele afirmou ainda que a reportagem é parte de um trabalho midiático para criar
uma imagem pública negativa dos líderes evangélicos. Malafaia afirma ainda que
esse “jogo” é movida por pessoas que teriam um “medo danado” do crescimento da
igreja evangélica.
- O que está em jogo é uma mensagem para criar na sociedade
preconceito contra pastores e igrejas evangélicas, dando a entender que os
pastores se locupletam de “um bando de imbecis e idiotas” que doa dinheiro para
pastor. – declarou Malafaia.
O presidente da Associação Brasileira dos Juristas
Evangélicos, ANAJURE, Dr. Uziel Santana, também se posicionou acerca da
reportagem. Diferente de Malafaia, que atacou a veracidade das informações,
Santana chamou a atenção para uma possível quebra de sigilo bancário dos
líderes evangélicos mencionados.
- Isso é tão violento, quanto fazer mercancia da fé,
enganando os que têm menor discernimento da realidade. Certamente, dois abusos
a serem coibidos, inclusive penalmente. Certamente, dois ilícitos que mitigam
princípios basilares do Estado Democrático de Direito – afirmou Uziel Santana,
sobre a possível divulgação de dados confidenciais dos pastores.
Em sua reportagem, Anderson Antunes falou ainda sobre a
concessão de passaportes diplomáticos a pastores evangélicos, comentando que
tais líderes são sempre cortejados por políticos na época de eleições.
Leia na íntegra o comunicado oficial de Silas Malafaia sobre
o assunto:
Pr. Silas Malafaia
desmente reportagem da Forbes
Lamentavelmente, em todos os segmentos existe
gente inescrupulosa ávida por seus interesses mesquinhos, a fim de denegrir
qualquer um para alcançar seus objetivos. Mediante a publicação da reportagem
da Forbes, intitulada “Os pastores mais ricos do Brasil”, nesta sexta-feira
(19/1), venho fazer algumas considerações e desmentir a informação
inescrupulosa em relação à minha renda pessoal.
1) Com todo o
respeito aos demais, sou um pastor que fala abertamente sobre o patrimônio
pessoal, a renda da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, da Associação
Vitória em Cristo e da editora Central Gospel. Existem várias reportagens de
diversos veículos que abordam isso.
2) Se juntarmos a
receita da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, QUE NÃO É MINHA, mais a
renda da Associação Vitória em Cristo, QUE NÃO É MINHA, mais o faturamento da
Editora Central Gospel, QUE É DE MINHA PROPRIEDADE, mais as ofertas voluntárias
que recebo pelas palestras ministradas, chegaremos aproximadamente à metade do
que foi anunciado pela Forbes como minha renda pessoal anual.
3) É uma afronta
dizer na reportagem que a informação foi dada pelo Ministério Público do Brasil
e pela Polícia Federal, instituições tão respeitadas, mas que, legalmente
falando, não têm o poder de fornecer essas informações. A instituição legal
para fornecer esses dados é a Receita Federal, que também não pode informar o
patrimônio de ninguém a não ser por permissão judicial. Tudo o que tenho está
declarado na Receita Federal. Não devo e não temo a nada.
4) O que está em
jogo é uma mensagem para criar na sociedade preconceito contra pastores e
igrejas evangélicas, dando a entender que os pastores se locupletam de “um
bando de imbecis e idiotas” que doa dinheiro para pastor. Este jogo interessa a
muitos segmentos. Estão com medo do crescimento da igreja evangélica e da nossa
influência na sociedade.
5) Como psicólogo,
tenho aprendido que, para a mente humana acreditar em alguma coisa, ela precisa
receber a mesma informação repetidas vezes. Se não tivermos convicção da
verdade, uma mentira repetida várias vezes passa a ser aceita como verdade pela
nossa mente. E é exatamente isso que estão fazendo. Querem nos denegrir.
Para encerrar,
apenas mais duas considerações: a primeira é que sou pastor há 30 anos, sendo
que há 25 anos não recebo salário de igreja nenhuma. Não que seja errado ou
ilegal. É uma questão pessoal. Segundo, a Forbes será inquirida judicialmente.
Sem mais,
Pr. Silas Malafaia
Leia também a nota divulgada por Uziel Santana:
Presidente da
ANAJURE vê com cautela e preocupação reportagem da Revista Forbes sobre
pastores mais ricos do Brasil
Apresentando a
religião como um negócio rentável, e mostrando que mesmo sendo o maior país
católico do mundo, de acordo com o último censo, o número de evangélicos tem
crescido na nação Brasileira, a Revista Forbes divulgou hoje um ranking dos
cinco pastores mais ricos do Brasil. A Revista afirma que “a lista foi estimada
segundo dados do Ministério Público e da Polícia Federal”.(FORBES)
O Presidente da
ANAJURE, Dr. Uziel Santana, comentou há pouco a notícia da Forbes, expressando
preocupação com a possível violação dos sigilos bancários e fiscal dos
referidos pastores:
“Independentemente
do mérito da questão, é grave o fato de que possivelmente houve violação de
dados protegidos por sigilo bancário e fiscal. Isso é tão violento, quanto
fazer mercancia da fé, enganando os que têm menor discernimento da realidade.
Certamente, dois abusos a serem coibidos, inclusive penalmente. Certamente,
dois ilícitos que mitigam princípios basilares do Estado Democrático de
Direito. Com a palavra, a Polícia Federal e o Ministério Público”.
Por Dan Martins para o Gospel+
Nenhum comentário:
Postar um comentário