Dentre as
diversas perspectivas de tradução propostas na atualidade, podem-se identificar
dois grupos de teorias consideradas funcionalistas, que contribuem para se
entender os diferentes enfoques tradutórios adotados nas versões. O primeiro se
distingue por destacar em sua proposta a finalidade da tradução. Seus
principais representantes são Vermeer (2000), Reiss e Vermeer (1996) e Nord
(2005). O segundo se destaca por ter como base as discussões funcionalistas
propostas por Halliday (1978; 2004). Os principais teóricos que defendem essa
posição são Hatim (1997), Hatim e Mason (1990), e House (2001). De acordo com
Gentzler (2009), o que diferencia a teoria da tradução funcionalista de outras
teorias é a quebra da oposição entre literal e livre. Os funcionalistas, de
qualquer um dos grupos, entendem que cada um dos tipos de tradução pode ser
usado dependendo da situação e do propósito comunicativo na tradução.
A esse
propósito, que é o elemento primordial no processo de tradução, Reiss e Vermeer
(1996) denominam skopos, palavra grega que significa “meta, alvo, função”. Na
teoria do escopo, os autores entendem que o que há de mais relevante na
tradução é identificar qual é o propósito, a fim de que o texto traduzido seja
funcional na situação a que for submetido e adequado às pessoas a que é
destinado. A tradução, nesse sentido, tem de adequar-se às expectativas do
público receptor, ao modo como ele espera receber o texto: “O fator decisivo
aqui é o propósito, o escopo, da comunicação em uma determinada situação”
(VERMEER, 2000, p. 228). Por esse motivo, para esses teóricos, diferentes
traduções servem a diferentes objetivos, não sendo excludentes, portanto, os
enfoques (literal ou livre):
Sem
insistir na tradução perfeita como meta, ou em qualquer estratégia em
particular, os funcionalistas, pragmáticos, só pedem que os tradutores se
empenhem em obter soluções ótimas dentro das condições existentes e reais. Eles
podem preferir ser fiéis ao espírito do texto-fonte ou podem escolher uma
estratégia do tipo palavra por palavra, ou ainda podem acrescentar, deletar ou
mudar informações como bem julgarem, dependendo das condições culturais e das
necessidades do público/consumidor (GENTZLER, 2009, p. 100).
House (1997; 2001) questiona a teoria do
escopo justamente porque, em alguns momentos, dependendo do estabelecimento de
um propósito, o texto-fonte é reduzido a um valor secundário, tendo o tradutor
total liberdade para aceitá-lo, rejeitá-lo ou mudá-lo. Para House (2001, p.
131), a tradução, por sua própria natureza, se caracteriza por uma relação de
dupla ligação: “qualquer tradução é simultaneamente ligada a seu texto-fonte e
a pressuposições e condições que governam sua recepção no novo ambiente
cultural e linguístico de chegada”. O modelo de House (1997; 2001) é baseado
principalmente na teoria sistêmico-funcional de Halliday (1978; 2004), em que
texto e contexto de situação são vistos como elementos fundamentais no processo
de tradução de um texto. Por isso, a autora relaciona quatro elementos
relevantes na análise da tradução: Função — Gênero — Registro —
Linguagem/Texto. Cada um desses níveis é relevante e pode demarcar a diferença
entre os tipos de tradução propostos por House (1997; 2001): tradução manifesta
(overt translation) e tradução velada (covert translation).
Para a
autora, a tradução manifesta ocorre quando se traduz um texto fortemente
associado à comunidade e à cultura da língua-fonte. Contudo, essa ligação com a
comunidade de origem não ofusca o potencial de interesse que o conteúdo
expresso no texto tenha para a humanidade. Isso ocorre comumente com textos de
caráter histórico, literário, com textos que, enfim, possuem um valor
histórico-cultural relevante para a sociedade. A tradução desses tipos de
textos conserva marcas culturais próprias do texto-fonte, e, assim, é visto na
cultura receptora como um texto circunscrito em um tempo e espaço específicos:
Como esse
tipo de equivalência é alcançado através da equivalência nos níveis de
Linguagem/Texto, Registro e Gênero, a estrutura original e o mundo do discurso
são coativados de tal forma que os membros da cultura alvo podem “escutar
escondidos”, i. e., podem ser capazes de apreciar a função textual original,
apesar da distância (HOUSE, 2001, p.
141).
A tradução
velada, por sua vez, ofusca sua condição de tradução, podendo ser vista como um
original. Há preocupação em produzir um texto que se identifique e que se
aproxime do leitor do texto-alvo. Nesse sentido, a tradução se apaga pela
produção de um outro texto, que ganha forma e existência na nova situação a que
foi submetido. Em outras palavras, o texto traduzido assume a mesma função do
texto-fonte. Para House (1997), esse tipo de tradução é mais difícil de ser
realizada, visto que o tradutor tem de ter em mente pressupostos culturais de
comunidades distintas. É preciso que o tradutor use o que a autora chama de
filtro cultural (cultural filter), isto é, visualizar o texto-fonte através da
lente de um membro da cultura-alvo. House (2001) destaca que, quando o tradutor
elabora a tradução filtrando o texto culturalmente, “o original pode ser
legitimamente manipulado nos níveis de Linguagem/Texto e Registro”, e a
equivalência, então, ocorreria nos níveis de Gênero e Função.
A escolha
que o tradutor faz por produzir uma tradução manifesta ou velada pode tanto
decorrer do próprio papel histórico que um texto desempenha socialmente quanto
de um propósito arbitrariamente determinado por um cliente. Nesse sentido,
House (2001) aponta que o critério de escolha também é subjetivo, pois há
textos que podem ser traduzidos tanto de forma manifesta quanto velada, como é
o caso da Bíblia. Para House (2001), a Bíblia pode ser considerada como uma
coleção de livros históricos — e nesse caso a tradução manifesta seria mais
adequada — ou como uma coleção de verdades humanas, de princípios universais
que são diretamente relevantes para a humanidade — e nesse caso a tradução
velada seria mais apropriada.
O que se
destaca nessas teorias funcionalistas é que, em ambos os grupos, não há
preocupação em eleger um tipo de tradução que seria o mais adequado. Os
diversos enfoques tradutórios são apropriados a diferentes tipos de textos e
leitores, e o fator determinante é, sobretudo, o contexto em que são
produzidos. Para Hatim e Mason (1990, p. 6), o debate entre literal e livre é
resolvido quando se observa o contexto em que a tradução ocorre: “o começo de
uma solução para o problema dependerá — emprestando uma bem conhecida fórmula
linguística — de: quem traduz o que, para quem, quando, onde, por que e em
quais circunstâncias?”. Hoje em dia, há uma variedade de traduções bíblicas
portuguesas que visam a alcançar diferentes públicos e diferentes finalidades,
como concluem Miller e Huber (2006): “A maioria dos especialistas no assunto
entende que não existe só uma maneira correta de traduzir a Bíblia, mas que a
maioria das traduções a que se tem acesso hoje em dia pode ser útil a diferentes
grupos de leitores”.
Por
exemplo, as versões católicas e protestantes mais usadas na atualidade tendem a
ser mais literais, ou seja, caracterizam-se como traduções manifestas. Quando
se trata de leitores do texto sagrado, parece que esse tipo de tradução é mais
aceito. Além disso, em muitos casos, associa-se a literalidade (representada
por traduções manifestas à fidelidade na tradução). Isso pode ser observado até
mesmo em declarações feitas acerca das versões. Observe o que se declara a
respeito da Versão Almeida revista e atualizada (1959 [1ª edição], 1993 [2ª
edição], ARA, protestante); Bíblia de Jerusalém (1981 [1ª edição], 2002 [2ª
edição], BJ, católica), que são versões mais aceitas pelos respectivos públicos
a que se destinam:
Os
princípios que regem a tradução de Almeida são os da equivalência formal, que
procura seguir a ordem das palavras que pertencem à mesma categoria gramatical
do original. A linguagem utilizada é clássica e erudita. Em outras palavras,
Almeida procurou reproduzir no texto traduzido os aspectos formais do texto
bíblico em suas línguas originais (hebraico, aramaico e grego), tanto no que se
refere ao vocabulário quanto à estrutura e aos demais aspectos gramaticais.1
(Informação sobre a Versão Almeida revista e atualizada, encontrada no site
oficial da Sociedade Bíblica do Brasil)
__________
Nesta
edição, esforçamo-nos para reduzir a diversidade de traduções que certos termos
ou expressões idênticas do original recebiam por vezes nas edições precedentes.
Todavia, levamos em conta a amplitude de sentido de certos termos hebraicos ou
gregos, para os quais nem sempre é possível encontrar um equivalente único em
português. Também levamos em conta as exigências do contexto, sem esquecer que
uma tradução servil e demasiadamente literal frequentemente pode ser imperfeita
na reprodução do sentido real de uma frase ou de uma expressão. Entretanto, os
termos técnicos cujo sentido é unívoco são sempre traduzidos pelo mesmo
equivalente em português. Quando necessário, preferimos a fidelidade ao texto a
uma qualidade literária que não refletiria a do original (grifo nosso)2.
(Informação sobre a Bíblia de Jerusalém, encontrada no prefácio à edição)
A Versão
Almeida revista e atualizada (ARA) destaca-se realmente como uma tradução
literal, visto que segue os princípios da correspondência formal, que foram
estabelecidos por Nida (1969), e a Bíblia de Jerusalém (BJ), embora reconheça
as dificuldades de se encontrar um único equivalente, entende que se deve
conservar a literalidade do texto. Para verificar-se essa questão, observe-se
Efésios 1.3 :
Eulogētos
ho theos kai
patēr tou kypiou hēmōn Iēsōu
Khristou, ho eulogēsas hēmas en
Bendito o Deus e
Pai do Senhor nosso Jesus Cristo, o
que abençoou a nós com
pasēi eulogia pneumatikē en
tois epouraniois en Khristō
toda bênção espiritual em
os (lugares) celestiais em Cristo
ARA:
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com
toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo...
BJ: Bendito
seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com toda a
sorte de bênçãos espirituais, nos céus, em Cristo...
Observe-se
que as duas versões são semelhantes. Ambas fazem uso de correspondentes
imediatos indicados e de uma estrutura bastante semelhante com o que se pode ver
no texto-fonte. Podem-se notar, com clareza, alguns aspectos comuns nessas
versões: semelhança em relação às estruturas do texto-fonte; escolha de um
‘equivalente’, sem modificações relevantes no conteúdo e na estrutura;
conservação do mesmo elemento referenciador (seja qual for o pronome usado no
texto-fonte) e do jogo de palavras: eulogētos, eulogēsas e eulogia.
O mesmo não
ocorre na Nova tradução na linguagem de hoje (2000, NTLH, protestante), que é,
em princípio, uma tradução velada uma vez que visa a reproduzir uma linguagem
que tenha na atualidade o mesmo impacto produzido no passado. Efésios 1.3 é
assim traduzido na NTLH: “Agradeçamos ao Deus e Pai do nosso Senhor Jesus
Cristo, pois ele nos tem abençoado por estarmos unidos com Cristo, dando-nos todos
os dons espirituais do mundo celestial”. Nessa outra proposta, nota-se que o
particípio bendito (Eulogētos) é substituído pelo imperativo agradeçamos. O
imperativo, por natureza, é injuntivo e pressupõe a ação do outro. Assim, a
escolha da NTLH implica uma ação do interlocutor, o que não é esperado na ARA e
na BJ, que ressalta o aspecto qualificativo “Deus é bendito”. Com essa opção, a
NTLH deixa de preservar o jogo de palavras (eulogētos, eulogēsas e eulogia)
claramente identificável no grego. Há também uma interpretação da expressão em
Cristo (en Khristōi), explorando-se o conceito cristão de união mística de
Cristo com seu povo, esclarecendo os leitores quanto ao sentido de estar em
Cristo. Recorre-se, então, a escolhas que estabelecem uma relação mais próxima
com o interlocutor, visando a facilitar o entendimento. No entanto, a intenção
de tornar o texto mais claro nem sempre é bem vista pelo público receptor. Por
sua estrutura, distanciada da tradição, a NTLH é vista tanto por protestantes
como por católicos como uma tradução destinada a um público leigo.
Outro
singular aspecto pode ser visto no léxico, mais especificamente no uso de
termos teológicos. A comunidade religiosa conserva termos doutrinários que se
tornam parte de sua consciência linguística (CRYSTAL, 1992). Seu uso implica a
conservação da tradição, que se mantém não só no valor que se atribuiu ao termo
como doutrina, mas também na escolha lexical que se manteve em versões
anteriores.
Em Efésios
1:5 e 1:11, ocorre o uso de um termo teológico: predestinar. Convém ressaltar
que não se questiona, nesse caso, se a tradução do termo é adequada ou não. A
preocupação se fixa no fato de o termo resguardar toda uma tradição teológica
que até hoje muitos buscam conservar. Verifique-se o uso no quadro abaixo:
CONSERVAÇÃO DE TERMOS TEOLÓGICOS — PREDESTINAR
— proorizō
BJ ARA NTLH
1:5 Ele nos predestinou para sermos seus
filhos adotivos por Jesus Cristo, conforme o beneplácito de sua vontade,
1:5 nos predestinou para ele, para a adoção de
filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, 1:5 Deus já havia resolvido que nos tornaria
seus filhos, por meio de Jesus Cristo, pois este era o seu prazer e a sua
vontade.
1:11 Nele, predestinados pelo propósito daquele
que tudo opera segundo o conselho da sua vontade, fomos feitos sua herança, 1:11 nele, digo, no qual fomos também feitos
herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas
conforme o conselho da sua vontade,
1:11 Todas as coisas são feitas de acordo com o plano e com a decisão de Deus.
De acordo com a sua vontade e com aquilo que ele havia resolvido desde o
princípio, Deus nos escolheu para sermos o seu povo, por meio da nossa união com
Cristo.
Segundo o
Dicionário internacional de teologia do Novo Testamento (COENEM & BROWN:
2000, p. 1796), o verbo proorizō, etimologicamente, significa “decidir de
antemão”, “predestinar”. Esta última tradução tem sido utilizada na BJ e na
ARA, como também em muitos tratados teológicos que discutem a questão da
predestinação sob o ponto vista doutrinário. Além disso, há séculos esse tema
tem sido alvo de controvérsias teológicas sobre seu real significado em relação
à soteriologia. Assim afirma Elwell (1990, v. 3, p. 167):
A doutrina
da predestinação tem um aspecto amplo e mais estreito. Na sua referência mais
ampla, refere-se ao fato de que o Deus Trino e Uno preordena tudo quanto vem a
acontecer (Ef. 1.11, 22; cf. Sl. 2). Desde toda a eternidade, Deus tem
preordenado de modo soberano tudo quanto virá a acontecer na história. O
aspecto ou uso mais estreito do termo é que Deus, desde toda a eternidade,
escolheu um grupo de pessoas para Ele mesmo, a fim de que elas fossem trazidas
para a comunhão eterna com Ele, enquanto que, ao mesmo tempo, Ele ordenou que o
restante da humanidade seja deixado para seguir seu próprio caminho, que é o
caminho do pecado, para o castigo eterno final. Essas doutrinas são conhecidas
como a da eleição e da condenação. Há os que aceitam a idéia de Deus escolhendo
alguns para a vida eterna, mas rejeitam completamente qualquer idéia de um
decreto de condenação (Rm. 9.16-19).
A
predestinação é entendida como um ato divino que pode ser descrito sob dois
pontos de vista. Uns acreditam que Deus escolheu alguns e condenou outros a
viver uma vida de pecado sem possibilidade de perdão, e outros entendem que
houve a escolha de alguns para a vida eterna, mas acreditam na possibilidade de
os condenados se arrependerem para a salvação. Dessa forma, o termo referido
nas Escrituras apresenta um caráter polêmico. Para os que aceitam predestinação
como uma doutrina, a substituição desse termo por outro equivalente na tradução
poderá causar controvérsias. Então, como o termo é traduzido?
Duas versões
(BJ, ARA), católica e protestante, utilizam o termo predestinar nos versos em
que aparece proorizō. Somente a NTLH opta por usar resolver (havia resolvido).
A opção proposta pela NTLH, em si, não expressa o conceito teológico apreendido
pela tradição do uso do termo predestinar. Assim, seu sentido teológico e
doutrinário discutido há séculos é adaptado para uma expressão que não abrange
sua historicidade. Pode-se, então, dizer que há entropia nesse caso, afinal a
opção escolhida pela NTLH não expressa o conceito e a tradição teológica
embutidos no termo predestinar.
Assim, a
escolha de havia resolvido na NTLH priorizou, sobretudo, o receptor que
desconhece a palavra predestinar e o seu significado básico. A palavra
predestinar não é comum e, portanto, seu uso poderia provocar estranhamento no
receptor comum quanto ao entendimento de seu sentido. Entretanto, poderia causar também
estranhamento para o receptor religioso, acostumado com o uso da palavra em sua
comunidade interpretativa.
O propósito
da tradução, sem dúvida, determina os rumos tomados em sua construção. Os
aspectos estrutural e lexical que foram aqui observados ressaltam a busca do
homem em expressar da melhor forma seus conteúdos, suas vivências, enfim, sua
cultura. No contexto em que se insere a tradução bíblica, as traduções veladas
BJ e ARA são mais aceitas. Isso se justifica pela própria necessidade que o
leitor demonstra de encontrar no texto uma linguagem distanciada do comum. A
tradução velada NTLH surge como uma nova proposta, contudo a maioria dos
leitores religiosos a usa somente em situações de estudo individual ou como
indicação de leitura para novos convertidos. Trata-se de diferentes propósitos
alcançando diferentes grupos. Tal situação se justifica pela observação da
relação existente entre contexto e linguagem e posiciona o tradutor na difícil
tarefa de entender a cultura de uma comunidade discursiva a fim de expressar no
texto traduzido o que o seu receptor procura.
______________________________________________________________________________
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Acesso em 14 de janeiro de 2010.
2BÍBLIA de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2002.
O texto em grego foi transliterado para
facilitar a leitura.
Autora
Mariú Lopes
É formada
em Teologia, pelo Seminário Teológico Betel Brasileiro (2002), e em
Letras-Tradutor, pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2004). Mestre em
Letras/Linguística pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2008) e doutoranda
do Programa de Pós-graduação em Letras, pela mesma instituição.
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