O livro de Apocalipse baseia-se no
discurso de Cristo sobre as coisas por vir e é
dele uma explanação mais ampla, Mt 24; Mc 13;
Lc 21. Está cheio de expressões empregadas por
Jesus e tira muitas de suas figuras de Ezequiel e
Daniel.
AUTOR – O próprio Deus. É esta a primeira
declaração do livro. O próprio Deus o notificou a
João, por meio de Jesus, por intermédio de um
anjo, e João o registrou e enviou às sete Igrejas
da Ásia, Ap 1.1,4.
AUTOR HUMANO – Segundo a tradição bem
estabelecida, desde a época dos Pais
apostólicos, e no julgamento da grande maioria
dos cristãos, o Apóstolo João, o “discípulo
Amado”, o mais íntimo amigo terrestre de Jesus,
autor do Evangelho de João, foi o escritor deste
livro, Ap 1.1,4,9; 22.8; Jo 21.20,24. A sugestão que
surgiu de lançar dúvidas sobre a autoria do
Livro, dizendo tratar-se aqui de algum outro
João, não tem fundamentos.
DATA DO LIVRO – João tinha sido banido à Ilha de
Patmos, Ap 1.9. Segundo tradições da época
apostólica, isto ocorreu durante a perseguição
promovida por Domiciano, cerca de 81-95 d.C.
Depois da prisão foi libertado, e voltou a Éfeso.
O emprego do verbo no passado, “achei-me na
Ilha chamada Patmos”, parece indicar que João,
tendo recebido suas visões em Patmos, só
registrou tudo por escrito depois de libertado,
de volta na cidade de Éfeso. Segundo
testemunho de Irineu, João o escreveu durante
o reinado de Domiciano entre 81-96d.C.
PANO DE FUNDO HISTÓRICO DO LIVRO
Estas visões foram concedidas, e o Livro foi
escrito, na luz lúgubre de mártires sendo
queimados. A Igreja não tinha mais do que uns
cinqüenta anos de vida. Tinha crescido
enormemente. Tinha sofrido, e continuava a
sofrer, enormes perseguições. A primeira
perseguição dos cristãos, promovida pelo
Império Romano, levada a efeito uns vinte anos
antes de ter sido escrito este Livro, foi a de
Nero, entre 64-67 d.C. Naquela perseguição,
multidões de cristãos foram crucificados, ou
lançados aos animais selvagens, ou ainda,
envoltos em roupas altamente combustíveis e
queimados vivos enquanto Nero dava
gargalhadas ao ouvir os gritos lancinantes de
homens e mulheres morrendo queimados. No
decurso desta perseguição de Nero, Paulo e
Pedro sofreram o martírio. A segunda
perseguição imperial foi instituída pelo
Imperador Domiciano, em 85-86 d.C.; foi curta,
mas extremamente severa. Mais de 40.000
cristãos foram torturados e mortos. Foi durante
esta perseguição que João foi banido para a
Ilha de Patmos, Ap 1.9. A terceira perseguição
imperial, aquela de Trajano, estava para
começar, 98 d.C. Portanto, João tinha vivido no
meio das duas primeiras e estava prestes a
entrar nesta terceira tentativa do Império
Romano, de aniquilar a fé cristã. Foram dias
negros para a Igreja, porque não era apenas a
perseguição vindo de fora, havia também os
sinais da corrupção e da apostasia que
começavam a solapar a Igreja, vindo de dentro
da Igreja. Parece que o propósito de Deus, ao
dar estas revelações, era fortalecer a Igreja
para os dias terríveis que o futuro reservava
para ela. Acima de tudo, incentivar a fidelidade
cristã, pois o Apocalipse aponta para o glorioso
mundo do futuro, (um mundo sem luto, sem
pranto, e sem dor, Ap 21.4, 7.16) quando
reaparecer o Jesus que foi crucificado e
ressuscitou. Este Senhor agora entronizado
voltará para pôr fim à história do mundo e às
tribulações dos leitores com a destruição dos
inimigos de Deus, para proporcionar a salvação
definitiva do seu povo e para criar um novo céu
e uma nova terra.
Continua.
Continua.
Fonte: IBADEP
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