terça-feira, 11 de agosto de 2015

Na China, cristãos montam acampamento em teto de igreja para impedir remoção de cruz


Em protesto contra a ação das autoridades da provincia de Zhejiang, na China, que tem removido as cruzes dos topos dos templos, um grupo de fiéis está há cerca de um mês no telhado de uma igreja para impedir que o símbolo do cristianismo seja removido.

De acordo com informações do China Aid, os fiéis têm intensificado os protestos contra a retirada das cruzes dos templos. As autoridades consideram que o símbolo religioso é ostensivo e oferece riscos.

A igreja em questão foi cercada pela Polícia da província na última quarta-feira, 05 de agosto, mas não intimidou os fiéis a saírem do telhado. O grupo, formado por dezenas de frequentadores, emitiu um comunicado prometendo defender o templo.

Os voluntários se revezam e passam dia e noite no local, e alguns ameaçaram se jogar do telhado do templo se as autoridades levassem adiante o plano de retirada da cruz do campanário.

Na China, a liberdade religiosa é restrita, e a perseguição a cristãos é intensa. Estima-se que dezenas de milhões de cristãos se reúnam na clandestinidade, no que é popularmente chamado de “igrejas subterrâneas”, pois o governo comunista não autoriza o culto em muitas regiões do país.

No protesto dos cristãos chineses, pelo menos sete terminaram presos pela polícia. Eles são membros de uma comunidade protestante chamada Amor Sagrado. Os que continuam no teto do edifício têm sofrido com o forte calor que assola o país. A exposição ao sol, à alta umidade e às duras condições de vigília têm castigado os fiéis, segundo um porta-voz do grupo.

Zhejiang é uma das províncias chinesas com maior número de comunidades cristãs protestantes, e o governo argumenta pela retirada dos símbolos religiosos, iniciada em 2014, alegando razões de segurança.

No entanto, os cristãos rebatem afirmando que trata-se de um ataque à liberdade religiosa. Estima-se que existam 60 milhões de cristãos no país, entre católicos e protestantes. Porém, mais da metade, 37 milhões, são ligados às denominações não filiadas ao governo, consideradas “ilegais”.


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