quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

NOTÍCIA: MORRE EVANGELISTA BILLY GRAHAM AOS 99 ANOS


Descansou aos 99 anos o Evangelista Billy Graham. A ele nossas homenagens e saudades, e condolências a toda família.

Nos últimos anos ele vinham lutando contra o mal de Parkinson e desde 2005 não realizava mais as cruzadas públicas que o tornaram famoso. Em 2013 transmitiu os últimos programas televisivos, no programa “Minha Esperança”, criado pelo seu ministério.

A família enviou uma nota à imprensa com palavras escritas pelo neto Will, que também é evangelista:

“Meu avô disse uma vez: Um dia você vai ouvir que Billy Graham morreu. Não acredite nisso. Naquele dia, eu vou estar mais vivo do que nunca! Vou ter apenas mudado de endereço “. Meus amigos, hoje meu avô mudou-se da terra dos mortos para a terra dos vivos”.

Lamentamos que ele não esteja mais conosco fisicamente, aqui na Terra, mas não nos entristecemos como aqueles que não têm esperança. Meu avô investiu toda a sua vida em compartilhar a promessa da eternidade através de Jesus Cristo, e hoje ele teve a oportunidade de ver essa promessa cumprida quando, ajoelhando-se diante de seu Salvador  ouviu as palavras: “Muito bem, servo bom e fiel”.

Grande Legado

William Franklin “Billy” Graham nasceu em 7 de novembro de 1908. Era de família evangélica, tendo se batizado aos 16 anos.  Após graduar em teologis na Faculdade de Wheaton, foi ordenado pastor batista em 1939. Foi co-fundador da Youth for Christ [Mocidade para Cristo] junto com Charles Templeton.

Começou a viajar como evangelista por todo os Estados Unidos até que em 1949 realizou a primeira grande cruzada. Anos depois, iniciou seu ministério internacional, com missões em Londres que duraram 12 semanas,  em 1954. Seus eventos sempre foram em locais públicos, como parques e estádios.

Sempre desfrutou de uma reputação privilegiada, focando-se exclusivamente na mensagem de salvação pela fé em Jesus Cristo. Esteve em lugares que para outros evangelistas parecia impossível. Durante as décadas da Guerra Fria, Graham conseguiu pregar para multidões em países da Europa Oriental e da antigo União Soviética.

Esteve no Brasil com cruzadas no Rio de Janeiro em 1960, 1974. Retornou em 2000 para uma em Recife e a última foi em São Paulo, em 2008.

Ao longo de seu ministério público de 60 anos, estima-se que tenha pregado a 210 milhões de pessoas, em 185 países. Além disso, escreveu dezenas de livros e promoveu a evangelização através de programas de rádio, TV e pela internet.

Um dos mais influentes pregadores do século XX, serviu como conselheiro de diversos presidentes da república americanos e figurou sucessivas vezes em listas de pessoas “mais influentes do mundo” da revista Time.

Casou-se em 1943 com Ruth Graham. O casal teve 5 filhos, 19 netos e 28 bisnetos. Seus filhos Franklin Graham e Anne Graham Lotz também são evangelistas, e deram continuidade ao trabalho do pai.

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O famoso evangelista americano Billy Graham, que aconselhou presidentes americanos e pregou o evangelho cristão a milhões de pessoas em todo o mundo, da sua comunidade local na Carolina do Norte à Coreia do Norte, morreu nesta quarta-feira, 21, aos 99 anos, informou seu porta-voz.

Graham morreu às 8 horas (10 horas, em Brasília) em sua residência na cidade de Montreat, na Carolina do Norte, segundo Jeremy Blume, representante da Associação Evangelista Billy Graham.

Com seus estilo rígido e seus olhos azuis penetrantes, Graham era uma figura poderosa no auge de sua pregação, andando no palco e erguendo uma Bíblia ao declarar Jesus Cristo como a única solução para os problemas da humanidade e salvação para os homens.

Entre as personalidades que se reuniram com ele, estão a rainha Elizabeth II - recentemente, Graham apareceu como conselheiro da jovem rainha na minissérie The Crown, da Netflix -, o papa João Paulo II e a Madre Teresa de Calcutá.

De acordo com o seu ministério, ele pregou para mais pessoas do que qualquer outro evangelizador na história, falando para ao menos 77 milhões de pessoas pessoalmente. Além disso, mais de 215 milhões assistiram suas cruzadas por meio de TVs ou links via satélite, afirmou o porta-voz de Graham.

Graham foi o capelão de facto da Casa Branca para vários presidentes americanos, o mais notório deles Richard Nixon. Ele também se encontrou com muitos líderes mundiais e foi o primeiro evangelizador que conseguiu romper a barreira da Cortina de Ferro, durante a Guerra Fria, e levar sua mensagem aos países do leste europeu.

"Ele foi provalvente o líder religioso dominante da nossa era", disse William Martin, autor de "A Prophet With Honor: The Billy Graham Story" (Um profeta com honra: a história de Billy Graham, em tradução livre). "Não mais do que um ou dois papas, talvez uma ou outra pessoa, chegam perto do que ele conseguiu realizar."

Em uma rara viagem em seu últimos anos de vida, Graham celebrou seu 95º aniversário, em 7 de novembro de 2013, em um hotel de Asheville, na Carolina do Norte, acompanhado por mais de 800 convidados, incluindo a política republicana Sarah Palin, o magnata da mídia Rupert Murdoch, o então apresentador de reallity show (e hoje presidente dos EUA), Donald Trump, e a apresentadora de TV, Kathie Lee Gifford.

A celebração incluiu um vídeo com um sermão que seu filho, Franklin, disse ser a última mensagem de Graham para os EUA. O pastor trabalhou por cerca de um ano na gravação, que foi exibida pela emissora Fox News. Na mensagem, ele afirmou que os EUA precisavam de "um despertar espiritual".

No seu auge, Graham tinha um estilo de pregar com falar rápidas e explosivas que lhe renderam o apelido de "Metralhadora de Deus". Durante suas "Cruzadas por Cristo", Graham disseminou campos de devoção em todo o território americano que se tornariam terreno fértil para o crescimento do movimento político conservador pelo direito religioso.

Sua influência foi ampliada por uma organização que, cuidadosamente, planejou sua campanhas religiosas o colocando em conferências internacionais e seminários de treinamentos para líderes evangélicos, disse Martin.

O domínio de Graham em relação aos meios de comunicação também foi algo inovador. Além do rádio e de publicações impressas, ele usou linhas telefônicas, a TV e transmissões por satélite para enviar sua mensagem para milhões de lares, igrejas e auditórios em todo o mundo.

Conselheiro

O evangelizador começou a se encontrar com presidentes americanos durante o mandato de Harry Truman (33º presidente dos EUA), que assumiu a Casa Branca em 1945. Ele mergulhou na piscina da Casa Branca com Lyndon Johnson (36º), jogou golfe com Gerald Ford (38º) e viajou com George H. W. Bush (41º).

George W. Bush (43º presidente dos EUA) creditou a Graham a redescoberta de sua fé. Em 2010, quando o pastor já tinha dificuldades para viajar, Barack Obama (44º) foi até ele em sua cabana de madeira nas montanhas Blue Ridge, na Carolina do Norte.

Os laços de Gragam com a Casa Branca eram mutuamente benéficos. Sua reputação crescia como o pregador dos presidentes americanos enquanto que os políticos se tornavam mais populares entre os eleitores influenciados por questões religiosas.

"Suas vidas pessoais - de alguns deles - eram difíceis", disse Graham, um eleitor democrata registrado, à revista Time em 2007 sobre os políticos com quem teve contato. "Mas eu amei a todos eles. Eu admirei todos eles. Eu sabia que eles tinham fardos que iam além de qualquer coisa que eu jamais poderia saber ou entender."


Fonte: internacional.estadao.com.br
Fonte: noticias.gospelprime.com.br

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

sábado, 10 de fevereiro de 2018

CURSO CAPELANIA CRISTÃ - 17/02/2018 - MACAÉ-RJ - DIA 17 DE FEVEREIRO DE 2018

CURSO CAPELANIA CRISTÃ – MACAÉ-RJ - 17/02/2018
37ª TURMA DE CAPELANIA


LOCAL: IGREJA ASS. DE DEUS QUE RECUPERA VIDAS
Pastor Amaro Avelino da Silva
Pastora Maria Gilvanete Avelino da Silva
RUA HENRIQUE STUART, Nº126
BAIRRO AROEIRA - MACAÉ-RJ
(Referência: Ao lado do Sambão e do Restaurante de 1 Real)


DATA: 17 DE FEVEREIRO DE 2018 - SÁBADO

HORÁRIO: DAS 14 HORAS ÀS 22 HORAS
INVESTIMENTO: R$ 65,00
OBS. LEVAR UMA FOTO 3X4 / CÓPIA DO RG E CPF / SERÁ PREENCHIDA UMA FICHA DE MATRICULA NO DIA.


APOSTILA ENCADERNADA
DIPLOMA DE CAPELÃO
ATA NOMEAÇÃO CAPELÃO
CREDENCIAL DE CAPELÃO


DIDÁTICA:
- CAPELANIA HOSPITALAR
- CAPELANIA PRISIONAL (CARCERÁRIA)
- CAPELANIA MILITAR
- CAPELANIA ESCOLAR
- DEPENDENCIA QUIMICA


MINISTRANTE: Pr. Charles Maciel Vieira, D.Th.
CONTATO: (22) 99746-0635

Pr. Charles Maciel Vieira, D.Th.

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Graça e Paz em Jesus!!! A didática e logística do Curso de Capelania Cristã foi elaborado para ser efetuado de maneira exaustiva, iniciando o Curso no início da tarde e terminando às 22 horas em um dia de sábado. A inscrição, pagamento do valor de investimento, é no dia, local e hora marcado para o Curso. Essa é a 37ªTurma de Capelania Cristã. A entrega das Credenciais, como é arte gráfica, acontecerá 15 dias à frente no mesmo local do Curso. Tem de levar xerox do RG e CPF + 1 foto 3x4. Qualquer outra dúvida, pode falar através do whatsApp (22) 99746-0635 - Pr. Charles Maciel Vieira, D. Th.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

A REFORMA PROTESTANTE E O NACIONALISMO


  Houve também um crescente espírito de nacionalismo que afetou o pensamento das pessoas; começaram a reclamar maior liberdade religiosa. O patriotismo fez muitos não aceitarem ter um poder sediado num país estrangeiro governando suas próprias igrejas nacionais. Desagradava-lhes a idéia de permitir que o papa, em outro país, nomeasse os ministros de suas igrejas. Alguns se recusaram a contribuir com o sustento do papa e a construção de prédios de igreja suntuosos e caros em Roma.

  Os esforços para que houvesse uma reforma foram duramente resistidos pelo braço forte da perseguição, mas as idéias defendidas eram grandes demais e os participantes numerosos demais para serem aniquilados para sempre.



Fonte: A Reforma Protestante
            Autor: V. Glenn McCoy

A BIBLIA E A IMPRENSA DE GUTENBERG


  Outro fator extremamente importante que calçou o caminho para a Reforma foi a invenção da tipografia móvel pelo alemão Johann Gutenberg por volta de 1455. Isto possibilitou a impressão de livros com muito mais rapidez e economia. Antes da imprensa escrita, as Bíblias eram trabalhosamente copiadas à mão. Isso resultava num custo proibitivo para a maioria dos leitores em potencial. Um exemplar da Bíblia equivalia aos salários de um ano inteiro de um operário comum. A Bíblia foi o primeiro livro a ser impresso no novo sistema tipográfico. Esse método amplamente aprimorado levou as Escrituras ao uso comum e às suas traduções e circulação nos maiores países da Europa. Quando o povo leu o Novo Testamento, reconheceu que a Igreja Católica Romana estava longe do modelo de igreja do Novo Testamento.


Fonte: A Reforma Protestante
           Autor: V. Glenn McCoy

PAULO E A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ - INTRODUÇÃO (JAMES D. G. DUNN)


  Como o ensinamento de Paulo sobre a justificação pela fé está relacionado com a sua conversão? A pergunta é importante para este Coloquium porque a justificação pela fé tem sido considerada frequentemente dentro da tradição cristã e na pesquisa do NT como a quintessência do evangelho e da teologia de Paulo. E exatamente porque o assunto é tão vital, já que toca no centro nervoso da fé pessoal, um desacordo nas respostas à pergunta facilmente pode causar turbulências, e a discussão pode ser interrompida por causa de pressupostos não declarados, ou mesmo pode reavivar sensibilidades adormecidas, com consequências desastrosas para um debate construtivo.

  Os parâmetros do desacordo podem ser esboçados como segue. Por um lado, por uma série de razões, é lógico assumir que a teologia da justificação de Paulo era um resultado direto de seu encontro com o Cristo vivo na estrada para Damasco. No coração da lógica está a convicção de que aquilo que Paulo experimentou na estrada de Damasco fora a justificação pela fé, e que sua teologia da justificação era em grande parte simplesmente uma elaboração e consequência de sua experiência. Um texto-chave que sustenta tal ideia é F1 3.7-9, em que a descoberta de Cristo é diretamente vinculada a uma nova apreciação daquilo que significa realmente a justiça de Deus através da fé. A luz disto, é natural vincular outros textos-chave como Rm 4.4-5 e 10.4 às outras expressões daquilo que Paulo descobriu em seu encontro com o Cristo ressuscitado.

  Nós devemos notar que esta exposição básica não exige urna análise mais detalhada da experiência interior e do processo de pensamento de Paulo, nem mesmo depende dela. Por exemplo, não é necessário argumentar que Paulo já tivesse um grave problema de culpa antes de sua conversão: as passagens-chave nas quais Paulo se refere aos elementos que levaram a sua conversão (G1 1.13-14; F1 3.5-6) não oferecem pistas acerca de uma consciência atormentada (por causa de Estevão, ou seja, o que for); e Paulo nunca menciona algum "arrependimento" quando fala sobre a conversão ou a respeito da justificação. Tampouco depende de um relato detalhado sobre a maneira como a atitude de Paulo acerca da Lei pode ter mudado no processo (a Lei condenou Cristo; Deus ressuscitou Cristo; portanto, a Lei é uma inutilidade, e a justificação não é pela Lei). É claro que o sentido de G1 2.19 ("Eu, através da Lei, morri para a Lei") tem de ser decifrado, mas o sentido específico não é elucidado por qualquer um dos escritos de Paulo sobre o assunto. A exposição tradicional da correlação entre a conversão de Paulo e seu ensinamento sobre a justificação não depende nem mesmo das construções de um texto como 1 Tm 1.15- 16 (a conversão de Paulo = seu recebimento de misericórdia como "o pior dos pecadores"), cuja falta de correlação com Gl 1.13-14 e Fl 3.5-6 torna o seu entendimento problemático caso se pense que tal testemunha sobre o modo como a autocompreensão do próprio Paulo foi transformada pelo evento na estrada para Damasco.

  Por outro lado, uma minoria de vozes tem repetidamente chamado a atenção para duas características daquilo que Paulo diz sobre os dois assuntos (sua conversão e a justificação). Uma é que a doutrina paulina da justificação através da fé surgiu diretamente do e/ ou dentro do contexto de sua missão aos gentios. Surgiu como sua resposta à pergunta: como gentios podem ser aceitos pelo Deus de Israel e por Jesus?2 Esta é a clara implicação das principais exposições da justificação pela fé que Paulo oferece em Gálatas 2-3 e Romanos 3-4. A outra é que o significado principal do encontro de Paulo com o Cristo ressuscitado parece ter sido o seu chamado para ser missionário/apóstolo dos gentios (G1 1.15-16; ICor 9.1; 15.8-10; cf. At 9.15; 22.10; 26.16-18). Os ecos de Is 42.7,49.1,6 e Jr 1.5 em algumas dessas passagens sublinham o fato de que, enquanto nós naturalmente pensamos ser uma conversão o seu encontro na estrada para Damasco, Paulo pensa dele mais naturalmente como uma vocação profética.

  Ao interpretar os dados assim, a sequência da reconsideração teológica que Paulo elaborou em consequência de sua experiência na estrada para Damasco é um tanto diferente. Era menos urna experiência pessoal de aceitação por Deus (apesar de ser um pecador) que levara à conclusão de que os gentios podiam compartilhar diretamente da mesma experiência para si, através da fé (e Unicamente através da fé). Era mais a convicção de que Deus o estava chamando para cumprir a vocação de Israel (de ser urna luz para as nações), que levou à conclusão (para ele, cristalizada no incidente de Antioquia em Gl 2.11-16) de que isto podia ser realizado somente se a justificação fosse através da fé (e unicamente através dela).

  Eu procurei oferecer a minha própria contribuição para esse debate em outro lugar e não quero me repetir aqui desnecessariamente. Neste ponto, deve ser suficiente dizer que minha ênfase cai sobre a segunda das duas aproximações acima esboçadas, principalmente porque me parece haver expressões claras no resumo que o próprio Paulo faz do significado do encontro na estrada para Damasco (particularmente G1 1.13-16) que têm sido demasiadamente ignoradas pela visão mais tradicional. Ao mesmo tempo, não vejo motivo para discutir - de fato, desejo fortemente afirmá-lo de minha própria parte - aquilo que a ênfase mais tradicional realça e sublinha como uma afirmativa teológica de importância fundamental, expressa particularmente em Rm 4.4-5, a saber, que a justificação pela fé está no centro do evangelho e da teologia de Paulo. O que está em jogo, em vez disso, no debate atual sobre o assunto, é garantir uma compreensão apropriadamente coesa e integrada do ensinamento de Paulo e, no presente caso, esclarecer o máximo possível quanto e como a conversão de Paulo contribuiu com esse elemento fundamental de sua fé.

  Eu procurarei no que segue esboçar no coração da teologia paulina da justificação a pergunta sobre o porquê da controvérsia, pensando evidentemente em como ela era, e como a antítese particular entre a "justificação de fé, não de obras" remete à sua conversão.



Livro: A Nova Perspectiva sobre Paulo
           Autor: James D. G. Dunn
           Editora: Paulus

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

O ANTIGO TESTAMENTO (AT) E O NOVO TESTAMENTO (NT)

  

  O Antigo Testamento tornou-se "antigo" devido ao Novo Testamento. Já no nome "Antigo Testamento" - que, afinal, apenas se justifica pela contraposição ao Novo Testamento - oculta-se o problema da interpretação cristã deste corpus de tradição. Não obstante, este nome, marcado pela auto compreensão cristã, remonta ao próprio AT, mais precisamente à expectativa profética em relação ao futuro: depois do juízo, Deus se voltará novamente para o seu povo. Segundo a promessa de Jr 31.3lss., uma nova "aliança" (em latim testamentum) substituirá a antiga aliança rompida. Esta palavra já não mostra exemplarmente como o AT extrapola, supera a si mesmo na esperança? Tal expectativa, que transcende as sua" próprias realidades, pode ser retomada pela compreensão cristã. O Novo Testamento relaciona a promessa profética com o futuro que irrompeu em Jesus (cf. 2 Co 3; Hb 8). Todavia, o termo "antiga aliança" ou "testamento" não aparece ainda no Novo Testamento para identificar os livros do AT.

  No Novo Testamento o Antigo Testamento é citado como autoridade (p. ex., Lc 10.25ss.), como "Escritura inspirada pelo Espírito de Deus" (2 Tm 3.16). O AT é considerado "a Escritura" ou "as Escrituras" pura e simplesmente (Lc 4.21; 24.27ss. e outras). Esta designação reflete o alto conceito de que goza e que, em certo sentido, é singular; não deve ser mal-entendida, contudo, no sentido de que o AT seja por sua natureza palavra codificada na escrita, o Novo Testamento, ao contrário, palavra viva, comunicada oralmente. Pois uma parte considerável do AT, sobretudo na mensagem profética, originou-se da pregação oral e mais tarde foi lida e comentada no culto (Ne 8.8; Lc 4.17).

  O AT no seu todo é perifraseado no Novo Testamento também como "lei" (Jo 12.34; 1 Co 14.21 e outras), mais especificamente como" lei e os profetas" ou "Moisés e os profetas" (Mt 7.12; Lc 16.16,29; Rm 3.21 e outras) e, por fim, uma vez como "Moisés, os profetas e os salmos" (Lc 24.44). Esta designação, porém, implica um possível mal-entendido: o AT seria por sua natureza legalista. A "lei", contudo, não tem apenas caráter de mandamento (cf. Mt 22.40), mas também de profecia (Jo 15.25; Mt 11.13 e outras). Uma interpretação legalista de forma alguma corresponde à auto compreensão do AT.




Fonte: Introdução ao Antigo testamento - Werner H. Schmidt