A crise imigratória que tem obrigado a Europa a flexibilizar suas rígidas leis está sendo vista pela primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, como uma oportunidade de reacender o interesse dos cidadãos europeus pela fé cristã.
Na última segunda-feira, 07 de dezembro, Merkel dirigiu-se aos membros de sua coalizão política para tranquiliza-los sobre a crescente entrada de imigrantes na Alemanha, que já beira um milhão de pessoas.
Durante sua fala, Merkel fez uma comparação com os “gastarbeiter” (“trabalhadores convidados”) que desembarcaram no país nas décadas do pós-guerra, e elencou as oportunidades que eles geraram para a economia do país.
Merkel aproveitou para sugerir que a atual imigração ”pode enriquecer a Alemanha para aprender mais sobre o cristianismo”, que prega a tolerância e a acolhida dos necessitados.
“Muitos de vocês têm experiências as quais não temos como oferecer”, disse ela aos gastarbeiter e seus descendentes. Boa parte são de origem muçulmana, vindos da Turquia e da região dos Bálcãs há 60 anos, como parte de um programa que impulsionou a força de trabalho da Alemanha Ocidental, transformando-a em uma sociedade mais plural e multiétnica.
Ela frisou que a contribuição cultural dos “gastarbeiter” tem sido um “bônus incrível” e os encorajou a guardar tradições: “Ninguém deve esquecer as suas raízes”.
Angela Merkel é filha de pastor e recentemente ressaltou sua fé ao lamentar que muitas crianças não saberiam responder o que foi o Pentecostes. No seu discurso de segunda-feira, ela chamou a atenção para o fato de que a presença dos imigrantes pode fazer os alemães voltarem a estudar a Bíblia.
“Se alguém tem de olhar novamente para a Bíblia, porque se fala com alguém sobre o alcorão – que não é uma coisa ruim – são os alemães, que não são tão bem versados na Bíblia como fazem parecer”, pontuou, ressaltando que “a curiosidade nos enriquece”.
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