sexta-feira, 23 de outubro de 2015

LIVRO RUTE - NOTAS BÍBLIA DE ESTUDO GENEBRA


RUTE

* 1.1-5  Esse prefácio avança rapidamente através do fundo histórico necessário (tempo, lugar, e motivo do conflito), armando o palco para as cenas que se seguirão.

* 1.1  Nos dias em que...  Essa expressão traduz a fórmula hebraica padronizada para a abertura de um livro histórico.  O período dos juízes em Israel gozava de má fama como tempo de instabilidade e apostasia.

fome.  Os eventos no livro de Rute giram em torno da maldição da fome, e da sua correspondente conversão em bênçãos.  A fome era, às vezes, um sinal da desaprovação divina (1Rs 17.1).  Noemi (1.21) reconhece amargamente a mão soberana de Deus nas suas circunstâncias que, de qualquer maneira, os acontecimentos nunca acontecem à parte dos seus decretos.

terra de Moabe.  Lit. “campinas de Moabe.” Os moabitas, que tinham parentesco com Israel através de Ló (Gn 19.37), ocuparam partes da Transjordânia central em várias ocasiões.  Embora Deus inicialmente os protegesse dos invasores isaelitas (Dt 2.9), os moabitas foram subjugados por Saul (1Sm 14.47)  e depois, por Davi (2Sm 8.2). Ver também Dt 23.3.  Houve alguns períodos de relacionamentos amistosos, com consideráveis intercâmbios culturais e econômicos, conforme revela o fato de Davi, enquanto era fugitivo,  ter colocado seus pais aos cuidados do rei de Moabe (1Sm 22.3).  A estadia de Elimeleque em Moabe ocorre durante um período desses.

* 1.2  Elimeleque.  Embora a história tenha tido seu clímax quando Deus forneceu um herdeiro imediato para o falecido Elimeleque, o drama enfatiza o papel das mulheres na família (4.14, 16) e a relevância passageira de Elimeleque como ancestral remoto de Davi (4.17-22).  

Noemi.  Lit. “agradável” (v. 20-21).  A história de Noemi é contada primeiro.

* 1.4 mulheres moabitas.  Essa ação não era proibida, embora Dt 23.3-6 proibisse aos descendentes masculinos o acesso ao templo.  A ironia é que um herdeiro, e um ancestral do rei Davi, nasceria de alguma dessas estrangeiras.

* 1.5 ficando, assim, a mulher.  Noemi era uma mulher velha e estéril, num país estrangeiro, com duas noras estrangeiras que não tinham filhos.  Parece uma candidata improvável para desempenhar algum papel na história da redenção segundo a aliança com o Senhor.

* 1.6, 7  Esses versículos armam o palco para os vs. 8-18.  As mulheres terão que resolver quais fatores determinarão os seus caminhos:  achar um marido e ter filhos, viver no seu próprio país, ficar perto dos parentes, ou finalmente, para Rute, confiar no Senhor como Deus soberano. O amor de Noemi pelas suas noras, e a sua reação diante de experiências amargas nas mãos de Deus, dominam a cena.  A decisão de Rute, e seu voto irrevogável de fidelidade ao povo de Noemi e ao Deus dela, demonstra claramente o impacto que o caráter e fé que Noemi possuia tiveram sobre sua nora.

* 1.6  o SENHOR se lembrara do seu povo.  É soada uma nota de esperança.  A história de Rute nunca perde Deus de vista, cujo amor fiel domina toda a História.

* 1.9, 10  iremos contigo.  Essa declaração inicial das duas noras ressalta a tensão dramática.  

* 1.11  Tenho ainda... filhos.  Noemi, ao falar em criar mais filhos para substituírem os maridos falecidos, só serviu para aumentar seu senso de perda.  A própria idéia talvez se refira à lei do casamento por levirato.  Segundo essa lei, se um homem morresse, deixando uma viúva, o irmão dele tinha a obrigação de casar-se com a viúva, tomando seu lugar e preservando a linhagem da família (Dt 25.5, 6).  Também existia um costume que quando alguém morresse, um parente chegado (ou “resgatador”) tinha o dever de comprar (ou “redimir”) a herança do falecido.  Exatamente como esses costumes funcionaram na história de Rute e Boaz é assunto de contínuos debates (2.20, nota).  

* 1.15  seus deuses.  Um elemento novo é introduzido.  Até a essas alturas, podia ter sido pressuposto que as noras tinham se tornado adoradoras do Senhor. Agora fica claro que a escolha de uma pátria é uma escolha em favor do Deus verdadeiro, ou contra ele. No contexto da escolha de Orfa, a coragem e beleza da declaração de Rute (vs. 16-17) fica tanto mais óbvia.  

* 1.19-21  Noemi... pobre.  A pergunta das mulheres (v. 19) expressa como ficaram atônitas porque essa mulher, cujas circunstâncias antes refletiam o seu nome  (“agradável”),  tivesse agora caído em tempos tão adversos. Noemi não hesita em dizer que isto veio do Senhor. Não oferece uma razão, e o narrador não sugere nada a respeito da razão dos sofrimentos dela.

* 1.22 Rute... a moabita.  Ela não é uma Rute qualquer. Para a história, é crucial que ela seja lembrada como estrangeira (1.4;  2.2, 6, 21;  4.5, 10;  especialmente 2.10).  Além disso, o leitor pode ser levado a pensar na antepassada de Rute, a filha de Ló, e dos começos incestuosos da nação moabita (Gn 19.30-38).  Nos dois casos o problema é não ter filhos, ou a falta de um herdeiro masculino.  

sega da cevada.  Calendários antigos, tais como o Calendário de Gézer, do século X a.C., associavam os meses com o ciclo agricultural. A cevada era o primeiro dos cereais a serem colhidos, em abril;  o trigo era o último.  Na tradição posterior, as colheitas de cevada e de trigo vieram a ser identificadas com as festas da Páscoa e do Pentecostes. A ocasião da colheita era num momento de celebração, de se regozijar juntamente diante de Deus, e de se lembrar dos pobres.  O desenvolvimento da narrativa está vinculado a esse esquema.  As mulheres voltam para casa na ocasião da colheita da cevada, um tempo de favor divino, e o início da restauração frutífera para Noemi.

* 2.1-23  O capítulo dois apresenta a última personagem principal, Boaz, e o tema principal:  o do parente chegado, ou redentor, que tem certas responsabilidades para com a família e os bens de um parente que morre (2.20, nota). O narrador, sabendo o que está para acontecer, só dá uma leve indicação quando descreve Boaz como “um parente” no v. 1. Somente depois de a bondade natural de Boaz, e o charme natural de Rute, terem exercido o seu efeito, é que Noemi revela a chave à história inteira:  Boaz “é nosso parente chegado” (2.20 com referência lateral).  Mesmo então, nenhuma reivindicação é feita, não há apelo aos costumes.  Os eventos devem esperar o seu devido curso, enquanto Noemi traça planos, Rute serve em silêncio, e Boaz termina a colheita.  Deus, no entanto, já tinha provido a solução mediante a lei (Lv 25).

* 2.1  parente. Ou “amigo.” O texto hebraico deixa sem definição a situação técnica de Boaz, mas a história se desdobra como se ele fosse o “parente redentor” descrito em Lv 25.25, cuja responsabilidade se relaciona primariamente, mas não exclusivamente, com os bens de um parente empobrecido (1.11; 2.20 e notas).  Posteriormente (p.ex., 2.20; 3.9), Boaz será identificado como um “resgatador”, mas, por enquanto, é apresentado somente para preparar o leitor para as circunstâncias que colocam Rute no seu campo.  

senhor de muitos bens. A expressão em hebraico usualmente significa um notável guerreiro, mas aqui significa uma pessoa poderosa e importante na sociedade.

* 2.2 Deixa-me ir ao campo.  À primeira vista, a iniciativa de Rute é simplesmente manter ela e Noemi com vida, segundo um costume codificado em Levítico (19.9-10;  23.22)  e Deuteronômio (24.19). Sendo pessoas pobres, Rute e Noemi receberiam alguma ajuda, mas muito mais está para vir a elas.  Um indício dessa provisão é oferecido no triste pedido de Rute de apanhar espigas “atrás daquele que mo favorecer.”

* 2.3 por casualidade entrou. Parece que chegou por coincidência ao campo do seu parente, porém Deus está dirigindo os eventos.  

* 2.4 Eis que.  A chegada de Boaz satisfaz as expectativas levantadas nos vs. 1-3.

* 2.6, 7 A resposta do servo estabelece o caráter de Rute.  Ela é fiel, tendo vindo ainda jovem a um país estrangeiro por amor à sua parenta.  É modesta, pois pediu permissão por algo que podia ter sido considerado seu direito.  É trabalhadeira, tendo ficado ocupada desde a manhã. 

* 2.7 entre as gavelas.  O pedido de Rute parece não ir além daquilo que era seu direito como viúva (Dt 24.19-21).  Mas a resposta de Boaz acabará indo muito além da exigência legal (v. 15).

desde pela manhã até agora está aqui.  Entende-se usualmente que ela tinha trabalhado durante a manhã inteira, mas é possível que estivesse esperando que seu pedido fosse concedido pelo dono do campo. É mais provável que se refira ao trabalho, posto que interrompeu sua manhã com uma pausa na choça.

* 2.8-12  Os eventos se desdobram rapidamente quando Boaz concede o pedido e oferece a ela proteção e sustento (vs. 8-9).  Rute reconhece seu favor a ela, uma “estrangeira” sem merecimentos (v. 10).  É somente então (vs. 11-12)  é que a narrativa oferece algum indício da operação providencial de Deus.  Boaz já ficara sabendo que Rute não é nenhuma estrangeira comum.  Ela buscara “refúgio” sob as “asas” do Senhor, e dele receberá sua “recompensa” (v. 12).  A lealdade de Rute a Deus, embora ela fosse estrangeira, virá a ser um elemento essencial no grande plano divino da redenção.  O plano será levado a efeito através de Davi, o rei segundo a aliança, e de Cristo, o maior filho de Davi.  A recompensa da fé que Rute possuia transcende, em muito, a ocasião e circunstâncias locais.

* 2.14-16  A permissão de Boaz é claramente além do usual.

* 2.14 vinho.  Era um tipo de vinagre, azedo porém refrescante para beber ou para molhar o pão (cf. Nm 6.3). 

* 2.17 debulhou... quase um efa.  Debulhar os grãos separava as sementes das cascas e da palha.  Um efa pesava cerca de 17,6 kg., uma quantidade considerada grande para alguém apanhar. 

* 2.18 o que lhe sobejara depois de fartar-se.  O que reservara da sua refeição do meio-dia (v. 14).

* 2.20  que ainda não tem deixado a sua benevolência.  O amor de Deus é fiel, e ele não se esquecerá daqueles que ama. As bênçãos que ele prometeu passarão de Boaz para Rute e para Noemi e, finalmente, a todos os eleitos.

nosso parente chegado. Ver referência lateral, e a Introdução:  Dificuldades de Interpretação. A lei da redenção agora surge na trama. Segundo essa lei, o parente masculino consangüíneo mais próximo tinha o dever de preservar o nome e os bens da família. Esse dever podia envolver: (a) vingar a morte de um membro da família (Nm 35.19-21);  (b)  comprar de volta bens da família que tinham sido vendidos para pagar dívidas (Lv 25.25);  (c)  comprar de  volta um parente que tiver se vendido à escravidão a fim de pagar dívidas (Lv 25.47-49);  e (d)  casar-se com a viúva de um parente falecido (Dt 25.5-10). Segundo parece, esses deveres podiam ser renunciados ou recusados sob determinadas circunstâncias (cf. Rt 3.12; 4.1-8).  Boaz era um destes “parentes chegados” (ou “resgatadores”) para Rute, e esse fato passa a determinar o curso dos eventos (ver 1.11; 2.1 e notas). O destino de Rute ocorrerá conforme a lei, diferentemente da ancestral dela, a filha de Ló, que cometeu incesto (Gn 19.30-38).

* 2.23 até que a sega... se acabou.  Esse período de dois meses prepara o palco para o incidente na eira (cap. 3).

* 3.1-18 Agora a narrativa avança em direção à solução.  Numa visita à meia-noite, Rute implementa e expande o plano de Noemi, jogando em risco sua própria reputação e todas as suas expectativas.  Reivindica a proteção de Boaz como “resgatador” (v. 9, referência lateral). A confiança que ela tinha no caráter dele é vindicada, e ela não é molestada. A atividade de Deus por detrás do cenário continua sem interrupção. Mas mesmo nesse momento, o noivado deve ser adiado; há um parente ainda mais próximo (3.12), e Boaz, um homem de notável honradez, não descansará antes de remover esse obstáculo.

* 3.1 Assim como as duas filhas de Ló (Gn 19.31-32), Noemi e Rute tinham perdido os respectivos maridos e filhos. Novamente, Noemi agiu para preservar a linhagem da sua família, mas de modo bem diferente das filhas de Ló.  

buscar-te um lar.  Lit.  “repouso.” Isso significa o casamento de Rute, necessidade esta que sempre preocupara  Noemi (1.9).  

* 3.3, 4  As instruções, apresentadas a Rute com tanta exatidão, aparentemente sugerem uma armadilha.

à eira.  Essa era uma área limpa onde os grãos eram esmagados ou partidos a fim de fazer separação entre a palha e as sementes. A colheita passava, então, a ser joeirada – lançada no ar a fim de deixar o vento soprar a palha para longe, ao passo que os grãos cairiam diretamente ao chão. Tudo isso acontecia na primavera, na ocasião das festas da colheita. O profeta Oséias refere-se à eira como um local comum de imoralidade sexual (Os 9.1).  

* 3.4 e lhe descobrirás os pés. Uma comparação entre essa cena e a história das filhas de Ló (Gn 19.30-38) é instrutiva. Diante da sugestão de Noemi, Rute deveria se aproximar de Boaz com certa coragem.  Mas seu propósito era o de ficar noiva. Sua resposta (v. 9) demonstra que ela não estava pensando em engravidar-se fora do casamento.

e te deitarás.  Rute espera com paciência aos pés de Boaz até ele acordar (vs. 8-9);  nada de impróprio acontece entre eles durante a noite (v. 11).  

* 3.7  alegre.  Boaz tinha bebido, mas sem ficar bêbado.  Depois de todo o trabalho e festividades do dia, Boaz foi até “ao pé de um monte de cereais”, lugar onde Rute podia encontrar-se com ele em particular.  A providência de Deus estava preparando um caminho para ela.  

* 3.9 estenda a tua capa sobre a tua serva. Ver referência lateral. Ez 16.8 explica a expressão idiomática. Rute pede diretamente o favor do casamento, embora as instruções de Noemi não fossem tão explícitas assim (v. 4).  

resgatador.  Ver referência lateral. A lei não especifica o casamento como a responsabilidade de semelhante pessoa, embora se possa considerar uma extensão de Lv 25.  O nome e as propriedades de Malom serão preservados (4.10), o que sugere um casamento de levirato, mas é difícil ver como Dt 25.5-6 seria aplicável a rigor. Ver Introdução: Dificuldades de Interpretação e nota em 2.20. Novamente, Rute vai muito além do plano especificado por Noemi.  

* 3.10 benevolência.  Lit.  “amor segundo a aliança.” Em todas as partes do livro, o próprio amor de Deus segundo a aliança (1.8; 2.20) é refletido por aquele de Rute (1.8, 16-17). Agora, sua fidelidade é comprovada quando (a)  invoca os deveres do parente chegado, e (b) não quis seguir nenhum dos jovens. A “benevolência” à qual Boaz se refere é, segundo parece, a proposta de Rute de seguir o costume que forneceria um herdeiro para Noemi.  

a primeira.  Isto é, quando optou por acompanhar Noemi.

* 3.11  mulher virtuosa.  Essa expressão é equivalente, na forma feminina, à expressão hebraica traduzida por “senhor de muitos bens” em 2.1. Rute ascendeu da condição de ser uma moabita e uma serva, ao se tornar atraente para Boaz como possível cônjuge.  

* 3.12 resgatador... mais chegado do que eu. Boaz menciona, de repente, um fator complicante. Se Noemi estava pensando num parente, porque esse parente mais chegado não foi mencionado antes? O costume da redenção parecia estar alcançando uma solução, mas agora surge um problema ao longo do caminho. O noivado precisa ser adiado.

* 3.15  seis medidas de cevada. Esse presente demonstra a magnaminidade de Boaz para com Rute (v. 17), e simboliza a mudança na situação de Noemi (1.21). Rute recebe grãos da parte de Boaz como símbolo da sua frutificação futura.

* 3.16  Como se te passaram as coisas. As mesmas palavras hebraicas são traduzidas por “Quem és tu?” no v. 9.  

* 3.18  Espera.  Essa é uma expressão irônica, pois o tempo de espera será muito breve.  Noemi não acha que a conclusão do assunto demorará muito.  

* 4.1-17  O quarto capítulo ressalta o propósito divino por detrás da decisão original de Rute no sentido de seguir a Noemi e ao Deus de Noemi. As disposições necessárias parecem girar em torno de uma combinação do casamento por levirato (Dt 25.5-10) e as leis do parente resgatador (Lv 25). Rute foi tomada como esposa, e bênçãos antigas em favor da sua fertilidade foram invocadas.  A amargura de Noemi é transformada em alegria, e seu neto viria a ser avô do rei Davi.  Nestes eventos revela-se a providência oculta do Senhor.

* 4.1 à porta.  A entrada de uma cidade era o local usual para as transações jurídicas e comerciais.  

fulano.  Boaz deve ter sabido o nome do homem. O narrador cita Boaz usando uma palavra indefinida,  talvez para não celebrar na sua história uma pessoa egoísta.

* 4.2 tomou dez homens.  Não há registro de uma exigência jurídica de um número específico de homens.  A tradição judaica posterior, segunda a qual dez homens formam um quórum para o culto, talvez se derive desse incidente.  Numa cultura rural, onde o uso da escrita era limitado, era importante um contrato ser lavrado na presença de várias testemunhas oficiais.  

* 4.3 a tem para venda. Essa venda é um elemento novo e surpreendente, da qual nenhum indício foi dado até agora.  Os pormenores da venda não são necessários para a história sendo, portanto, omitidos.

* 4.5 também a tomarás da mão de Rute.  Essa associação entre Rute e Noemi, dentro das leis dos bens e da família de um parente falecido, é uma aplicação incomum dessas leis. Mas entender esses pormenores não é essencial para o propósito da narrativa.

* 4.7 tirava o calçado.  Pouca coisa se sabe a respeito do simbolismo desse costume.  Fica claro, porém, que sua finalidade era confirmar legalmente a transação. Ver Dt 25.9-10 (num contexto diferente) e Am 8.6.

* 4.10 para suscitar o nome deste. O desaparecimento do nome da pessoa depois da morte era considerado um infortúnio extremo (1Sm 24.21; 2Sm 14.7).  

* 4.11 como a Raquel e como a Lia.  Essas são as duas esposas de Jacó (Israel), que foram as mães (naturalmente ou através das suas servas, Zilpa e Bila) de todos os filhos de Israel, os cabeças das doze tribos.  

Efrata... Belém.  Assim como em 1.1-2, esses nomes de lugares, associados com Davi, recebem destaque especial.

* 4.12 seja... como... Perez.  Em tempos muito mais antigos, Judá se tornara pai de Perez pelo motivo de Onã ter se recusado a cumprir a sua obrigação de parente chegado (Gn 38.29). Perez tornou-se símbolo de descendência frutífera. Agora, da mesma maneira, Boaz se torna pai de Obede (v. 21) porque outra pessoa se recusou a cumprir a obrigação do levirato. A despeito das falhas humanas, a linhagem messiânica foi preservada (Mt 1.3,5, 16).

* 4.14-17  Os louvores das mulheres celebram o cumprimento do amor pactual de Deus a Noemi. Sua nora, Rute, vale mais para ela do que sete filhos valeriam (v. 15). Além disso, Noemi tem, com efeito, um filho na pessoa do seu neto Obede (v. 17). Ele se tornará avô de Davi.

* 4.16 Noemi tomou o menino.  Possivelmente isto signifique que houve um procedimento de adoção formal. Mas seja como for, essa cena final é o final feliz daquilo que é verdadeiramente “A História de Noemi.”  A viúva triste que pensava que tivesse voltado pobre (1.21) recebeu fartura além das suas expectativas (Sl 126.5,6).  

* 4.18-22  A genealogia final (Introdução: Características e Temas) transfere o enfoque de Noemi novamente para Boaz, e preenche um propósito maior da narrativa. A genealogia começa a partir de Perez, alguém que conseguiu “irromper” (Gn 38.29, referência lateral), e de quem as mulheres ao abençoar Rute se lembravam como o filho vigoroso de Tamar (v. 12). Assim como Rute, Tamar se tornou uma antepassada de Davi de modo inesperado. Para os leitores do Novo Testamento, Davi não é o ponto final das provisões de Deus ao seu povo escolhido, à sua noiva segundo a aliança. Mas, para o seu próprio tempo, a jornada de Rute havia alcançado seu propósito divinamente determinado.



Fonte: Bíblia Estudo Genebra

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