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From: QUANDO OS IRMÃOS E OS DEMÔNIOS SE ASSEMELHAM...
Sent: Sunday, August 02, 2009 2:22 AM
Subject: Chutando o Pau da barraca.
Querido Caio,
Escrevo ao irmão para compartilhar as angústias e as dificuldades promovida pela instituição. Acredito que você já viu este filme em sua vida. Eu peço apenas que tolere meu desabafo mas ignore os efeitos do enfado das palavras.
No ministério, tive alguns probleminhas que ainda me angustiam.
Quase que minha família era "soterrada" por um oficial de uma instituição histórica (a qual você conhece muito bem) que trabalhei há algum tempo atrás. A partir de então, tenho procurado não depender do ministério e infelizmente amigo, tenho tentado "proteger minha prole", desses "demônios consagrados"- perdão pela expressão, e confesso que me sinto cansado em face de sempre me ver em circunstâncias de tensão.
Após uma reunião administrativa com o Conselho, fui resolver algumas pendências particulares e quando voltei, minha esposa havia sido socorrida (estava grávida de três meses), após levar uns gritos do referido oficial como desabafo em virtude da referida reunião.
Pensei em denunciar a instituição e tive que vencer a mim mesmo em face de batalha travada interiormente.
Angustiei-me, sofremos juntos e procurei viver... Mas não fui o mesmo.
Na reunião anual, fui designado (indicado e eleito) para presidir uma comissão de finanças e de verificação dos livros e notas fiscais. Observei a ausência de algumas notas. Sem maiores problemas, falei com o oficial tesoureiro e aprovei o livro com as respectivas observações. Quando fui compartilhar com o colega de ministério, este, com o dedo em riste, disse-me em alto e bom tom "que Deus não estava mais me usando como seu instrumento".
Esta atitude foi o suficiente para que eu, após cinco anos, mudasse de região.
Já em outra região e igreja, tivemos um crescimento nunca visto pelo Concílio daquela região. Ovacionado publicamente, pensei haver conseguido dar a volta por cima e que já havia superado toda situação outrora vivida.
Já em outra região e igreja, tivemos um crescimento nunca visto pelo Concílio daquela região. Ovacionado publicamente, pensei haver conseguido dar a volta por cima e que já havia superado toda situação outrora vivida.
Até que um dia, em uma reunião com o meu Conselho Local, um dos nossos oficiais, transtornado por querer administrar seu próprio dízimo, resolveu levantar com as mãos fechadas e vir em minha direção ameaçando-me de soco (me envergonho de vivenciar e saber que isto é muito normal institucionalmente); e a "turma do deixa disso" logo chegou junto e segurou a fera (somado ao conceito de não concordar com a "dominação deste oficial" na igreja), para que não se chegasse as vias de fato!
Por se tratar de ser sogro de um líder local e regional renomado, saímos da igreja e fomos morar em uma garagem de carro doada pelo prefeito da cidade - passamos 09 meses, até que o concílio viabilizasse outro local.
Saliento que desde a situação na região anterior passei a trabalhar paralelo ao ministério.
Desta vez fui convidado para ser Chefe de Gabinete, situação que não foi bem vista por minha denominação.
Lá vamos nós novamente... Ufa! Mais conflitos e impacto na família.
Na outra cidade, fui educador Social e professor contratado pela Prefeitura local (vidinha de Pastor de interior é assim mesmo e acredito que em sua experiência é possível que tenhas vivenciado essa situação); e por ter uma política acirrada e que envolvia os irmãos da igreja, foi complicado também.
Na outra cidade, fui educador Social e professor contratado pela Prefeitura local (vidinha de Pastor de interior é assim mesmo e acredito que em sua experiência é possível que tenhas vivenciado essa situação); e por ter uma política acirrada e que envolvia os irmãos da igreja, foi complicado também.
Com o resultado da política, a igreja afetada e a família impactada, tivemos que sair da cidade.
Hoje, meu filhos já estão criados graças a Deus! São dois filhos lindos. O mais velho está concluindo Direito e servo de Deus (imagine... na instituição que nos marcou tanto). A mais nova freqüenta conosco a paróquia - instituição, que por opção sirvo hoje.
Mas confesso do fundo do meu coração meu amigo... Sinto-me cansado e com vontade de chutar o pau da barraca!
Tô cansado de politicagem, barganha institucional e burocracia engessada.
Não tenho crise com minha vocação, mas me sinto entediado com o discurso igrejeiro!
Perdão por cansar seu juízo e tomar seu tempo. Na realidade, nunca conversei estas coisas com alguém que pudesse confiar, por medo de que tudo fosse jogado em minha cara e mais uma vez, minha família tivesse que sofrer!
Se não quiser, não precisar responder.
Rogo suas orações e acredite: Falar com você já me ajudou bastante!
Com carinho,
_______________________________
Resposta:
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Resposta:
Mano amado: Graça e Paz!
Meu irmão, fora algumas igrejas locais ainda sóbrias e meigas [são poucas, mas ainda existem], as demais viraram a mesma coisa ruim..., apenas com expressões de perversidade circunstancializada pelo modelo de gestão local; mas fora isso é sempre tudo igual...
Portanto, me conte algo novo, uma perversidade nova, algo que não tenha ouvido ou visto aos milhares, pois, o que você sofre, é o que faz sofrer a milhares de outros como você, nas mesmas circunstancias e angustias...
E pensar que supostamente tudo isto seja para “servir a Deus”!...
Só pode ser muita gozação do diabo mesmo!...
Mano, macumba não é feita com cachaça, galinha preta, sapo, farofa e panos vermelhos... Não! Estes são apenas os objetos que servem simbolicamente à macumba real, que não é feita de nada além de más intenções ou de suposto poder de manipular e interferir na vida de outro ou na da própria pessoa que faz o rito.
Porém, saiba:
É o ânimo do macumbeiro que faz a macumba, não os aparatos que ele leva e usa como simbolização...
Ora, neste sentido muitas e muitas reuniões de Concílios, Diretorias, Sínodos, Convenções Denominacionais e Conselhos Locais, são macumbas das piores; posto que o ânimo seja o mesmo da macumba, com o agravante de que a macumba é mais honesta nas suas intenções e confissões de objetivo, enquanto na macumba de igreja o que se vê é dissimulação de ódio, inveja, arrogância, impiedade e maldade disfarçados de “meu amado” para cá, de “meu amado” para lá, mas no fim o resultado é o mesmo: alguém sairá ferido, sentido, humilhado, cansado, esgotado, drenado, cínico, amargurado, pobre de fé ou destituído dela...
A grande ironia do diabo no assunto é que ele incitou o Sinédrio de Israel a matar a Jesus...; e hoje [aliás, desde há pelo menos 1700 anos] obriga os crentes em Jesus a viverem dentro dos Sinédrios das Igrejas, as quais viraram apenas um ajuntamento de fariseus neuróticos, sacerdotes incrédulos, escribas ranhetas e mauzinhos, e um monte de gente lesma, sem espinhela e sem coragem...
Ora, estes últimos são os que ficam calados ante a perversidade “oficial”, feita em nome de Deus e de Seus supostos interesses...; e que apenas se aproximam do injustiçado depois...; e apenas dizem: “Puxa! Pegaram pesado com você. Quero que saiba que não concordei...”
Sim, não concordam, mas não dizem nada...
Sua história, bem como a dos milhares que conheço a vida toda, bem assim como a dos que me escrevem contando a mesma coisa todos os dias — me deixa ante um quadro de ilogicidade que, para mim, assemelha-se nas circunstancias à seguinte história.
Sua história é como a de um homem que não sabia que estava preso... Nascera no presídio... Então, um dia, viu que aquilo ali não era a vida, era a cadeia... E mais: soubera que a porta estava aberta para ele... Assim, quando desejasse poderia sair... Entretanto, por razões psicológicas e de profunda insegurança, até mesmo de condicionamento e vício aos modos da cadeia, o homem nunca saiu de lá...; embora tenha ficado acostumado a dizer para si mesmo todos os dias: “Isto não é vida! O que faço aqui nesta cadeia?” Porém, mesmo assim, nunca decidiu sair de lá... Ao contrário: criou os filhos que teve no mesmo ambiente, e ainda fica feliz porque um deles aprendeu a gostar na vida na cadeia...
Para mim uma história como a sua em nada difere da invenção acima!...
Sim, é tão louco e absurdo como o é viver numa horrenda cadeia de abusos por vontade própria e ainda crer que aquela seja a vontade de Deus.
Paulo diria a você: “Se podes tornar-te livre, aproveita a oportunidade!”
Um homem com sua capacidade de mudar daqui para ali, de se virar em uma garagem com a família, e que pode trabalhar com as próprias mãos para se sustentar, de fato só fica na cadeia cujas portas estão abertas para que se saia quando se queira, se você quiser ficar aí...
Não sou da Universal, mas digo a você: PARE DE SOFRER!...
Chega; você não acha?
Temo que você abomine isso tanto quanto precise disso!
Sim, toda hora vejo pastores de queixando das mesmas coisas [e outras bem piores], mas não largam o osso do monstro de jeito nenhum...
Quando o cara se vicia em fazer de fêmur de dinossauro a sua chupeta, saiba: é muito difícil desfazer tal gosto, mesmo que a pessoa diga sempre: “Esse osso não tem mais tutano algum!...” — posto que tenha se instalado na pessoa aquele espírito que Jesus denunciou nos insatisfeito-indecisos de Seus dias, os quais eram inagradáveis até por Deus; pois, tudo o que sabiam era se queixar como meninos mal-humorados em uma praça, que se queixam de todas as alternativas de brincadeiras ou de levezas, embora não parem jamais de se queixar de qualquer que seja a alternativa...
Sua história já foi mais vista e conhecida do que o filme/desenho do Pica Pau...
Assim, mano, o que posso lhe dizer é que você só está sofrendo isto porque decidiu sofrer isso...
E mais: você só sofre isto porque tem a fantasiosa esperança de que se possa pular no abismo e voar para as nuvens...
Não dá!...
Afinal, você crê que sementes de espinheiro produzam uvas? Ou crê que o plantio de mandacaru possa produzir figos?
Portanto, saiba meu irmão: Não posso dizer nada a quem sofre sem precisar sofrer e seu causa nobre para sofrer, se não um sonoro “Saia daí!”
Entretanto, saiba: se você ficar, então, não se queixe nunca mais!...
Sugiro que você leia meu site [www.caiofabio.com] e que aprenda quais sejam os verdadeiros caminhos de serviço a Deus no mundo...
Vi que se você tivesse alguma familiaridade com o que ensino aqui no site, já há muito que você estaria resolvido acerca disso tudo.
A prova de que você não lê este site é que se o lesse você não brigaria com o Presbítero que faz gestão pessoal do dízimo... Afinal, mano, o dízimo é dele; e você não é o fiscal de Deus; e a “igreja” não é a Receita Federal do Céu; e, portanto, cada um doe com amor e onde bem desejar...
Entretanto...
Você não tem idéia de como é bom ter Presbitérios informais, que sejam reunião de irmãos/amigos; Conselhos que apenas aconselhem; Presbíteros que sejam apenas presbíteros, ou seja: experientes; Pastores que sejam apenas apascenta-dores; Mestres que sejam apenas sábios; Diáconos que sejam apenas garçons do amor, e não Diabolus; gente que seja apenas humana...
É assim que a Igreja é.
Ora, o que não for assim já não é igreja, mas apenas uma nomenclatura...
Pense e decida!
Mas saiba: seu tempo de lamurias tem que acabar... Ou você sai e se pacifica no amor livre e na fé simples...; ou, então, fica e aprende a gostar da cadeia...
É isso aí, mano querido!
Receba meu beijo carinhoso e meu desejo de que o Espírito Santo o ilumine e o alegre, posto que servir a Jesus entre irmãos não pode ser como viver com demônios...
Nele, que nunca perdeu tempo em lugar algum que não quisesse a Palavra,
Caio
2 de agosto de 2009
Lago Norte
Brasília
DF
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