quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Pastor Claudio Duarte fala sobre motéis, fantasias sexuais e outros tabus entre casais evangélicos


O pastor Claudio Duarte, conhecido por seu trabalho de aconselhamento matrimonial e por não manter papas na língua para falar sobre sexualidade no casamento, atraiu novos holofotes para seu estilo direto e objetivo ao falar sobre visitas a motéis, fantasias sexuais e pornografia.

Numa entrevista ao site Gazeta Online, o pastor batista alertou para questões que contemporâneas que afetam as uniões e disse: “A internet tem sido um dos grandes vilões do casamento”.

Questionado se as lideranças evangélicas não teriam capacitação suficiente para tratar de temas como os que ele aborda em seus vídeos e palestras, Duarte respondeu de forma abrangente: “Conhecimento eu acredito que não falta. Talvez falte habilidade, porque esse assunto é ainda muito polêmico. Quando o pastor vai tratar desse tema, expõe a própria vida, dá margem para as pessoas, os fiéis, pensarem no procedimento dele, como ele age. Se o pastor tratar de um assunto sobre família voltado para sexualidade, as pessoas acham que ele está falando de suas opções sexuais e não de seus posicionamentos no que diz respeito à Bíblia. Então os pastores ficam meio receosos. Eu já conversei com vários amigos pastores que preferem não falar disso. Até porque é uma linha muito próxima da vulgaridade. É um terreno muito movediço para se mexer”.

No entanto, seu pioneirismo na forma de abordar o assunto o proporcionou uma espécie de salvo-conduto para falar abertamente: “Procurei expor as coisas de uma forma bem humorada, que não fique agressiva, pejorativa, chula. Mas eu ainda tenho uma margem pequena de rejeição sim. Não por as pessoas acharem ‘nossa, ele foi vulgar’. A rejeição vem porque as pessoas dizem: ‘Esse é um assunto que não deveria ser mexido, é uma área muito particular’. Ninguém nunca me disse que eu estava falando mentiras. Já me disseram que eu falei coisas que não deveriam ser faladas, mas não por não serem verdades e sim por serem impactantes e as pessoas não estarem acostumadas a ouvir”, comentou o pastor.

A sustentação de tabus no meio evangélico sobre temas ligados ao sexo, segundo o pastor, são fruto de uma cultura de presunção impensada: “O que acontece é que se um pastor diz ‘é permitido ir a motel’, o que os fiéis vão entender? Que ele vai a motel. Então, mesmo se ele for a favor, prefere não dizer. Se ele achar que um homem deveria ir a um sex shop para comprar um óleo de massagem ou um lubrificante por causa de um problema hormonal de sua esposa, o pastor não fala porque tem medo do que as pessoas vão pensar dele. Eu entendo isso. Não critico. Se você não tem maturidade, liberdade ou jeito para tratar do assunto, é melhor não falar. Eles não fazem por maldade ou para manter o povo mal informado. É por que não têm habilidade para falar. Deus dá capacidade para outros falarem”, resumiu Claudio Duarte.

No entanto, certas questões independem da habilidade ou capacidade intelectual de pastores para falar do tema. Segundo Duarte, filmes pornográficos serão sempre pecado: “Casado ou não, a resposta é não. Tudo o que falo estou usando a Bíblia como parâmetro e a Bíblia diz que a única nudez a que eu posso ter acesso é a do meu cônjuge no que diz respeito à sexualidade. A mim não é permitido ter acesso a outra nudez com intuitos sexuais. Então não pode ver filmes pornôs. A Bíblia me orienta que quando eu me uno com alguém ou quando tenho alguma expectativa sexual com outra pessoa que não seja meu cônjuge, estou cometendo adultério. Qual o meu intuito de ter acesso à nudez alheia? O que eu estou querendo? A Bíblia alerta que se eu olhar para outra mulher e cobiçá-la já cometi adultério. Imagine vasculhar a nudez dessa pessoa?”, afirmou, pontuando a questão.

Sobre motel, Claudio Duarte observa que “essa é uma opinião muito particular”, e que embora tenha a sua ideia sobre a questão, não pretende “estabelecer regra e sim para dar orientações”, e exemplifica: “Vamos pegar um casal cristão… Nós acreditamos em ambientes espirituais e deveríamos evitar ambientes inadequados espiritualmente. Aparentemente, você pega a sua esposa, leva para um motel e não tem nada que desabone sua conduta. A esposa é sua, o dinheiro é seu. Mas se formos avaliar que tipo de relacionamento é mantido naquele lugar, deveríamos selecionar melhor. Você pode estar deitado em uma cama com sua esposa onde duas horas antes estava acontecendo um adultério ou qualquer outro tipo de relacionamento que Deus não aprecia. Mas aí alguém vai dizer que se ele estiver ali com a esposa vai estar santificando o local. Por isso acho perfeitamente legal, salutar, sair da rotina, levar a esposa para jantar, depois levá-la para fazer sexo em outro local. Eu só teria essa ressalva em relação à questão espiritual do local. Meu conselho: em vez de ir a motel, vá para um hotel, uma pousada. Mesmo que no hotel e na pousada aconteça isso, nesses locais o foco é outro, o objetivo é outro”.

Sobre fantasias sexuais, o pastor pondera sobre consequências, e diz que é preciso sabedoria: “A pessoa quer se vestir de estudante, colocar uma fantasia de onça, usar alguma fantasia para estimular? O grande problema é a cabeça do ser humano. Tem gente que começa usando uma fantasia e depois não tem mais desejo pelo cônjuge se ele não tiver com aquela fantasia. Aí a fantasia tomou o lugar do desejo. É muito perigoso. Mas eu não posso dizer para uma pessoa madura, saudável e que tem condições de levar uma fantasia para um ambiente sexual que isso é inapropriado, até porque você não sabe a realidade de cada um. Pense na situação: um homem fica impotente. Como ele vai fazer para manter o casamento? Vai largar a esposa? Ou será que ele consegue uma maturidade para satisfazer a esposa de uma outra forma, criando uma fantasia? Cada caso é um caso. Há ainda uma outra preocupação: já tem gente dizendo que se um casal quiser trazer uma terceira pessoa para o relacionamento sexual não é adultério porque há o consentimento mútuo. Por que isso acontece? Porque o pecado nunca sacia, ele sempre quer mais. Se você abre uma brecha aqui, ele pede um pouco mais, um pouco mais. E nem todo mundo sabe o momento de parar”, finalizou.

Por Tiago Chagas, para o Gospel+


Fonte:  http://noticias.gospelmais.com.br/

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