quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

COMENTÁRIO BÍBLICO - LIVRO DE ROMANOS - PARTE 5

Capítulo 7
Tema: A miséria do pecado
I. Dois maridos - 7:1-6 
Paulo usa a relação conjugal para ilustrar a nossa relação à lei de Deus. Os dois maridos são tipos da lei e do Senhor Jesus Cristo. Uma vez casada com um marido, a esposa está obrigada a ficar com ele até a sua morte. Depois da morte dele, ela está para casar outra vez. 
Antes que encontramos Cristo, estávamos constrangidos pela lei e estávamos condenados pela mesma lei. Depois de aceitar Cristo, a lei não morreu mas nós morremos em Cristo. Não estamos mais constrangidos pela lei mas estamos juntados com Cristo pela fé e a lei não pode mais controlar nossas vidas (7:4) 
Quando estávamos perdidos, "as paixões dos pecados" obravam em nossos corpos e a lei não nos ajudou em nada (7:5). Agora com fé em Cristo estamos "livres da lei" e servimos "em novidade de espírito e não na velhice da letra". (7:6) 
Vs.6 não diz que o crente não tem obrigação de obedecer a Deus; realmente nossa obrigação está maior, porque conhecemos Cristo e somos membros da família de Deus. 
Realmente o Novo Testamento exige mais que o Velho Testamento porque ele trata das nossas atitudes internas e não somente das as nossas ações externas. 
O vs.6 ensina que nós não estamos somente obedecendo mecanicamente muitas regras, mas estamos, de coração, obedecendo o Santo Espírito de Deus que cumpre a justiça da lei em nós (8:4) 
II. Duas descobertas - 7:7-14 
Se a lei não produz santidade, porque Deus a deu? Paulo descobriu duas respostas a esta pergunta. (1) A lei é espiritual mas, (2) O homem é carnal. A lei nos revela o pecado (vs. 7) porque condena, justamente, as coisas que nós praticamos. A lei dá vida ao pecado (vs. 8) e assim é fácil para o pecador reconhecê-lo. A lei mata o pecador (vs.9-11) espiritualmente e assim é mais fácil reconhecer as suas fraquezas. Finalmente, a lei revela que o pecado é excessivamente maligno (vs.13) 
O pecador não pode ser salvo pela lei, não porque a lei de Deus não está boa, mas porque a sua natureza não pode ser controlada pela lei. A velha natureza não PODE ser controlada pela lei, e a nova natureza não PRECISA ser controlada pela lei. 
III. Dois princípios - 7:15-25 
Paulo agora conclui que há dois princípios (ou leis) que operam na vida do crente. (1) a lei do pecado e a morte, e (2) a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus. (8:2) 
Assim Paulo esta tratando das duas naturezas do crente. Salvação não significa que Deus muda ou limpa a velha natureza. A velha natureza do crente está tão má depois da salvação como antes.
Salvação quer dizer que Deus dá uma NOVA NATUREZA ao crente e crucifica a VELHA NATUREZA. O crente ainda tem a CAPACIDADE de pecar mas agora ele tem novos desejos. O desejo de pecar está inferior ao desejo de servir a nosso Deus. 
(1) A lei do pecado e a morte é simplesmente a operação da velha natureza. Quando o crente quer fazer o bem, o mal está sempre presente. Até as coisas boas que nós fazemos só na carne estão contaminados com o pecado (vs.21). Aqui achamos a diferença entre a vitória do  cap. 6 e a do cap. 7. No cap.6, o crente está vitorioso sobre as coisas malignas da carne (ele larga os vícios, etc). No cap. 7, o crente está vitorioso sobre as coisas boas da lei que a carne tem vontade de fazer pensando em agradar a Deus. Só na carne não podemos agradar a Deus, porque a carne é inimizade contra Deus (8:7) 
(2) A lei do espírito da vida luta contra a lei do pecado e a morte. Não é pela submissão as leis que nós crescemos na santidade, mas pela submissão ao Espírito Santo. Nós não podemos cumprir a justiça da lei em nossa própria força, mas o Espírito pode nos ajudar pelo seu poder. (8:3-4) 


Capítulo 8
Tema: Liberdade do poder do pecado 
Este capítulo é o último da parte de santificação (cap. 6-8), e aqui encontramos a resposta das perguntas sobre a lei e a carne. O ensino aqui é do Espírito Santo, porque é pelo Espírito que vencemos a carne e vivemos uma vida cristã agradável a Deus. 
I. Não há condenação: O Espírito e a lei - 8:1-4 
Aqui Paulo não está falando da salvação mas do problema de como um Deus justo pode aceitar qualquer coisa de nós que ainda temos a velha natureza lutando contra nossa nova natureza. A palavra "condenação" aqui não refere-se ao inferno. Paulo está tratando o problema que o crente tem de agradar a Deus estando ainda "na carne" 
Graças a Deus, a lei não pode nos condenar porque nós estamos "mortos à lei". Deus não pode nos condenar temos o Espírito Santo ao nosso lado, e com a ajuda do Espírito podemos agradar a Deus. 
Em dia glorioso quando o crente novo finalmente compreende que Deus não exige suas boas obras da velha natureza. È o Espírito Santo que habita em nós que agrada a Deus. Que salvação gloriosa que temos que não exige o que nós não podemos fazer. Agora sabemos porque Paulo não quer voltar á vida velha e escreveu aos Gálatas: "Estais pois firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do julgo da servidão." (Gal. 5:1) 
II. Não há obrigação: O Espírito e a carne - 8:5-17
O crente pode inclinar-se ás coisas do mundo e ser um crente carnal e desagradar Deus, ou pode inclinar-se às coisas do Espírito e ser um crente espiritual e gozar uma vida de paz com Deus. 
O crente não tem obrigação a carne, "De maneira que, irmãos, somos devedores não à carne para viver segundo a carne." (Rom. 8:12) Nossa obrigação é para com o Espírito Santo, porque foi ele quem nos mostrou nosso pecado e nossa necessidade de um Salvador. Foi O Espírito quem nos deu a nossa fé salvadora e a nossa nova natureza. É o Espírito que diariamente testifica junto com nosso espírito que somos filhos de Deus. 
Nós devemos muito ao Espírito Santo. Cristo nos amou de tal maneira que morreu por nós; o Espírito Santo nos ama de tal maneira que habita em nós. Diariamente o Espírito agüenta a nossa carnalidade; diariamente o Espírito vê os nossos pecados, e ainda nos ama e ainda habita em nós para nos selar e para ser o penhor das bênçãos de Deus. (2Cor.1:22). Quem não tem o Espírito Santo dentro de si não é crente.
O Espírito Santo é chamado "o espírito de adoração" em vs.15. Quem vive na carne é escravo do pecado, mas pelo Espírito nós temos uma vida de liberdade em Cristo. Liberdade para o crente não significa que podemos fazer o que quisermos. Isso seria escravidão aos seus desejos. Liberdade para o crente significa que estamos livre da lei e da carne, e assim podemos agradar a Deus e fazer a Sua vontade. 
III. Não há separação: Espírito e sofrimento - 8:18-39 
O crente, as vezes, sofre neste mundo para ser glorificado no céu. Realmente, toda a criação geme e está com dores (Rom.8:22) porque pecado reina agora neste mundo. Quando Cristo conquistar o satanás, Ele libertará toda criatura da escravidão do pecado e todas as criaturas na face da terra vão ter a  "liberdade da glória dos filhos de Deus" (Rom.8:21). 
Nesta grande e gloriosa salvação somos: livres da PENALIDADE do pecado, porque Cristo morreu em nosso lugar (cap.5); livres do PODER do pecado, porque nós morremos para o pecado (cap.6) e para a lei (cap.7); e um dia seremos livres da PRESENÇA do pecado quando estarmos libertados desta escravidão aqui no mundo. 
Nós já temos o Espírito de adoção, mas estamos ainda esperando a redenção do corpo. A alma está redimida, mas não o corpo. Ainda temos uma esperança da futura redenção do corpo porque temos o Espírito Santo habitando em nós como as primícias desta redenção. Se morrermos antes da vinda de Cristo, o Espírito ressuscitará nosso corpo (Rom.8:11) porque é o Espírito quem nos selou até o dia da redenção (Efés.1:13,14). 
Enquanto estamos sofrendo e esperando, temos o privilégio de orar "no Espírito" (Rom.8:26). Orações da carne não valem nada para Deus; só as orações dirigidas pelo Espírito Santo vão chegar ao céu (Rom.8:27). O Espírito está sempre na vontade de Deus. O que é a vontade de Deus? Vs.29 nos informa que Deus quer os seus filhos "conformados à imagem de Cristo". 
Note bem que todos os verbos do vs.30 estão no sentido passado que indica ação já feita. Não falharemos na obra de Deus se lembrarmos que, nos olhos de Deus, já estamos chamados, justificados, glorificados e ninguém pode desfazer a obra de Deus. 
Paulo conclui o cap.8 com quatro perguntas em vs.32-35:
 *   Como nos não dará também com ele todas as coisas? 
 *   Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? 
 *   Quem os condenará? 
 *   Quem nos separará do amor de Cristo? 

Agora sabemos porque, para o crente, não há condenação, não há obrigação, e não há separação. "Em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou." (Rom.8:37) 
 

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