sábado, 24 de setembro de 2016

OS CACHORROS SÃO DIVINOS



  A realidade deste texto não é mais uma expressão herética no meio protestante, mas diz respeito a uma interpretação teológica e filosófica, onde espalha-se a frase "quanto mais conheço gente, mas gosto do meu cachorro", de maneira que a impulsividade e a falta de maldade dos animais ficam mais notórias e exemplares para nós que agimos na funcionalidade de neurônios e adjetivamo-nos como seres racionais. Na realidade a interpretação primária é que os animais não pensam, não tem emoções, ou sejam, são irracionais, mas urge a pergunta: irracionais para quem? irracionais equiparados a que medida de equivalência? O gênio da poética, Fernando Pessoa, diz que o homem é um ser irracional complexo, enquanto que os outros seres são irracionais simples. Bem, deixando o cachorro um pouco de lado, vamos ao ensinamento bíblico para o seres racionais.

  Dentre os variados ensinamentos de Jesus, a princípio citaremos esse que diz: "Ouvistes o que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mau; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; E, ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa; E, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pedir, e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes. Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus" (Mateus 5.38-44). Bem, agora imagine os seres racionais, cumprindo esse ensinamento à risca, e pense bem, se os seres conhecidos como irracionais já não agem dessa forma. Existe a questão da impulsividade, mas quem estuda sobre os temperamentos, verá a impulsividade em todos os sanguíneos, então, a divergência e convergência é paradoxal ao contexto que vivenciamos hoje.

  Não quero esgotar ou ser exaustivo neste texto, mas estarei parando por aqui, e posteriormente, quem sabe, daremos uma continuidade ao assunto em pauta. Diz a bíblia que Deus criou todos os animais domésticos e que depois todos, domésticos ou não, foram ao encontro de Adão, para botanicamente serem denominados. Não sei como cada animal chegava a Adão, mas não tenho outro pensamento do qual como o comportamento de um cachorro esperto e amistoso, sem maldade, indo ao encontro do primeiro homem, feito pela Divindade, no "haja" de Deus, qual uma criança, sem segundas intenções, ao que Jesus ensinou aos seres racionais que se não fossem simples como crianças não poderiam entrar no Reino de Deus. Os cachorros são divinos, foram feitos por Deus, nesse sentido.


Pr. Charles Maciel Vieira
Doutor em Teologia 

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