sexta-feira, 9 de setembro de 2016

ANALISE DE TEXTO – 2ª CORINTIOS 3.6 – O QUE A LETRA MATA? QUAL LETRA MATA? O QUE VIVIFICA?



ANALISE DE TEXTO – 2ª CORINTIOS 3.6 – O QUE A LETRA MATA? QUAL LETRA MATA? O QUE VIVIFICA?

  Pr. Charles Maciel Vieira, D.Th.

  Devido a uma ignorância de interpretação da Palavra de Deus, onde usam esse texto para dizerem que estudar a Bíblia, estudar Teologia está errado, pois vai matar a pessoa espiritualmente, o que é um equivoco de interpretação e leitura bíblica. Basta ler todo o texto e não um versículo isolado como fazer os sectários, e qualquer simples estudante da Palavra de Deus irá entender que: A Letra é a Lei Mosaica e que o Espírito diz respeito à Nova Aliança, realizada por Jesus Cristo em nossas vidas. (Teologia vem do grego Theo=Deus + Logia ou Logos=Palavra, Estudo, Doutrina, Tratado, então define-se a Teologia como a Doutrina sobre Deus).



No original grego do Novo Testamento:

2Co 3:6  ος και ικάνωσεν ημάς διακόνους καινής διαθήκης ου γράμματος αλλά πνεύματος το γαρ γράμμα αποκτείνει το δε πνεύμα ζωοποιεί



  Caso seu computador não tenha essa fonte do grego, estou disponibilizando aqui o versículo em forma de imagem para verificação:

 



A palavra para "letra" é o Grego "γραμμα" "gramma", que tem os seguintes significados:

1) carta

2) qualquer escrito; documento ou registro

2a) nota promissória, conta, carta de fiança, cálculo, declaração escrita de um débito

2b) carta, epístola

2c) escrituras sagradas (do AT)

3) letras, i.e. aprendizagem

3a) de aprendizagem sagrada



Em outras Traduções da língua portuguesa



(NVI) 2Co 3:6  Ele nos capacitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica.

(NTLH) 2Co 3:6  É ele quem nos torna capazes de servir à nova aliança, que tem como base não a lei escrita, mas o Espírito de Deus. A lei escrita mata, mas o Espírito de Deus dá a vida.

(ARA) 2Co 3:6  o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica.

(ARC) 2Co 3:6  o qual nos fez também capazes de ser ministros dum Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifica.

(BJ) 2Co 3:6  Foi ele quem nos tornou aptos para sermos ministros de uma Aliança nova, não da letra, e sim do Espírito, pois a letra mata, mas o Espírito comunica a vida.

(KJA) 2Co 3:6  Ele nos capacitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; porquanto a letra mata, mas o Espírito vivifica!





Veremos agora alguns comentários sobre essa passagem, através de grandes obras Biclica-teológicas


   Comentário Bíoblico Mattew Henry

A letra mata: a letra da lei é a ministração de morte; e se nos apoiarmos na pura letra do evangelho, não seremos melhores por assim fazê-lo; mas o Espírito Santo dá vida espiritual e vida eterna.



·     Comentário Expositivo Hagnos: 2Coríntios - Hernandes Dias Lopes - Editora Hagnos

Colin Kruse interpreta esta expressão: “[...] porque a letra mata [...]” (3.6), dizendo que o código escrito (a lei) mata quando usada de modo impróprio, isto é, como um sistema de regras que devem ser observadas a fim de estabelecer a auto-retidão do indivíduo (Rm 3.20; 10-14). Usar a lei dessa forma inevitavelmente conduz à morte, visto que ninguém pode satisfazer às suas exigências e, portanto, todos ficam sob sua condenação. O ministério do Espírito é completamente diferente. E o ministério sob a nova aliança, sob a qual os pecados são perdoados para nunca mais serem lembrados, e as pessoas são motivadas e capacitadas pelo Espírito a fim de realizar aquilo que a aplicação imprópria da lei jamais poderia conseguir (Jr 31.31-34; Ez 36.25-27; Rm 8.3,4).



·  COMENTÁRIO SÉRIE CULTURA BÍBLICA - II CORINTIOS - Colin G. Kruse

Paulo vai além, na descrição de sua confiança, afirmando que é Deus que nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança. A expressão nova aliança só se encontra em mais uma passagem, nos escritos de Paulo, i.e., em 1 Coríntios 11:25, onde forma parte da tradição da Ceia do Senhor, que Paulo recebera (“Este cálice é a nova aliança no meu sangue”). Este emprego do termo da parte de Paulo deixa claro que o apóstolo, à semelhança do autor de Hebreus (cf. Hb 9:15-28), considerava a morte de Cristo o fato que estabeleceu a nova aliança. Entretanto, Paulo enfatiza no atual contexto que o ministério da nova aliança é não da letra, mas do espírito (a tradução é literal). No passado, isto era interpretado como referindo-se a um ministério que não se focaliza no sentido literal do Antigo Testamento (na “letra”), mas em sua real intenção subjacente (no “espírito”). Todavia, tal interpretação deixa de reconhecer que neste capítulo o que Paulo faz é um contraste entre a lei de Moisés (gravada “ com letras em pedras”, v. 7) e o Espírito Santo (v. 8), como sendo as principais características pelas quais os ministérios sob a antiga e a nova aliança deverão ser distinguidos.

Paulo, depois de descrever seu ministério como sendo não o de um código escrito, mas o do Espírito Santo, salienta a diferença existente ao acrescentar: porque a letra mata, mas o espírito vivifica. Mas como pode Paulo afirmar que o código escrito mata? Parece que a resposta é que o código escrito (a lei) mata quando usada de modo impróprio, i.e., como um sistema de regras que devem ser observadas a fim de estabelecer a auto-retidão do indivíduo (cf. Rm 3:20; 10:1-4). Usar a lei desta forma inevitavelmente conduz à morte, visto que ninguém pode satisfazer às suas exigências e, portanto, todos ficam sob sua condenação. Por isso, o ministério do código escrito, neste sentido, é um ministério de morte. Entretanto, o ministério do espírito é completamente diferente.

É o ministério sob a nova aliança, sob a qual os pecados são perdoados, para nunca mais serem lembrados, e as pessoas são motivadas e capacitadas pelo Espírito Santo a fim de realizar aquilo que a aplicação imprópria da lei jamais poderia conseguir (cf. Jr 31:31-34; Ez 36:25-27; Rm 8:3-4).

É preciso que se enfatize que quando Paulo contrasta o código escrito, que mata, com o Espírito, que dá vida, ele não afirma que houve degradação do papel das Escrituras na vida e no ministério cristãos. O código escrito que mata refere-se à lei de Moisés, usada inadequadamente, como forma de a pessoa estabelecer sua própria retidão perante Deus. As Escrituras e, de modo particular o evangelho que nelas se aninha, são o instrumento primordial mediante o qual o Espírito transmite vida ao povo de Deus.



·   Comentário Bíblico Champlin Volume 4 - Russell Norman Champlin, Ph. D. - Editora Candeia / Editora Hagnos

«...não da letra...» A alusão dessas palavras é ao código escrito da lei mosaica, e, portanto, àquele pacto que veio através de Moisés, que é a antiga aliança. O A.T. inteiro se centraliza em redor desse pacto e da legislação de Moisés; por isso, como algo inteiro, recebe seu nome. As «tábuas de pedra» formavam o âmago desse documento escrito, que transmitia aos homens as condições e exigências do antigo pacto.

«...mata...» Paulo quis dar a entender a «morte espiritual», tal como em II Cor. 2:15,16; não aludia à punição capital exigida pela legislação mosaica para certos crimes, e nem aludia à morte física.



·      Comentário Bíblico Pentecostal - CPAD

O contraste entre as duas alianças é posteriormente explicado em termos de seus resultados ou efeitos opostos: “A letra mata, e [mas] o Espírito vivifica”. Porém Paulo não oferece nenhuma explicação desta declaração. Para entendê-la devemos nos voltar para o resumo da antiga aliança em Deuteronômio 30, onde Moisés colocou diante de Israel uma escolha que envolvia dois caminhos muito diferentes: “Vês aqui, hoje te tenho proposto a vida e o bem, a morte e o mal; porquanto te ordeno, hoje, que ames o Senhor, teu Deus, que andes nos seus caminhos e que guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, para que vivas e te multipliques, e o Senhor, teu Deus, te abençoe na terra, a qual passas a possuir. Porém, se o teu coração se desviar, e não quiseres dar ouvidos, e fores seduzido para te inclinares a outros deuses, e os servires, então, eu te denuncio, hoje, que, certamente, per e- cerãs" (Dt 30.15-18, os itálicos foram adicionados pelo presente autor).

A escolha era simples, vida ou morte: a vida se expressassem seu amor por Jeová obedecendo a lei, e a morte se fracassassem em fazê-lo. Mas como vimos em Jeremias, Israel quebrou a aliança, fracassando em obedecer aos termos desta aliança (Jr. 31-34). Conseqüentemente, este profeta desejou uma nova aliança (v. 31), que prometesse sanar a situação que resultou no fracasso de Israel: Deus escreveria sua lei em seus corações. Aprendemos também que Ezequiel expressou esta promessa de transformação de coração como um transplante de coração (Ez. 36.26) realizado por Jeová, ao colocar o seu Espírito dentro do seu povo (v. 27).

A provisão da nova aliança do Espírito não somente assinala a principal distinção entre as duas alianças, mas também apresenta a superioridade da nova sobre a antiga. Começando com o versículo 7, Paulo mostra que a nova aliança vem com maior glória. Ao fazê-lo, o  apóstolo admite que ambas as alianças possuem um ministério caracterizado pela glória. A glória efetuada pelo ministério do Espírito (v. 8) debaixo da nova aliança é uma glória, porém, esta não pode ser comparada com a antiga glória (v. 11). Para provar seu ponto Paulo usa uma forma bem conhecida e patente de raciocínio que argumenta que “se algo é verdadeiro em um caso de menor importância, quanto mais verdadeiro será em um caso de maior importância” (uma forma judaica de raciocínio usada no tempo de Hillel; cf. Mt 7.11). Se a antiga aliança, que resultava em morte (v. 7; cf. v. 6) e condenação (v. 9), veio com glória, como pode a nova aliança, capacitada pelo Espírito vivificador (v. 6)



·    Comentário Bíblico NVI - Antigo e Novo Testamentos - F.F. Bruce - Editora Vida

v.6. ministros de uma nova aliança-, Paulo (junto com todos os pregadores do evangelho, sem dúvida) tem um papel semelhante no NT ao que Moisés tinha no A T: assim com o a lei foi dada “por meio de Moisés” (Jo 1.14), o conhecimento de Cristo é difundido “por nosso intermédio” (2Co 2.14). (Acerca da lei como mediada por anjos, cf. Hb 2.2; e acerca d e Cristo com o correlativo d e Moisés, cf. Hb 8.6; 12.24.) não da letra, mas do Espírito-, O contraste é entre a antiga e a nova alianças (Jr 31.33 ainda está bem presente na mente d e Paulo; cf. Rm 7.6). Não há sugestão aqui da tensão entre “a letra da lei” e “o espírito da lei”; a distinção é apropriada em outros trechos, embora seja digno de observação que Cristo (ao contrário do uso moderno da expressão) considera o “espírito ” mais severo e rigoroso do que a “letra” (Mt 6.20ss).

A nova aliança é mais gloriosa que a antiga porque (1) vem do Espírito e não leva à morte (v.7,8); (2) traz absolvição, e não condenação (v. 9,10); (3) é permanente, e não transitória (v.11).






Pesquisa e Estudo: Pastor Charles Maciel Vieira, D.Th.
Charles Maciel Vieira, é Pastor, Doutor em Teologia, Capelão, Diretor do Ministério Palavra e Teologia, Professor de variadas matérias teológica, e define-se como portador da Diakonia Divina. 

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