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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Jean Wyllys demonstra incômodo com denúncias do Gospel+ e revela apoio a projeto que proíbe programas evangélicos na TV


O deputado e ativista gay Jean Wyllys (PSOL-RJ) desferiu ataques contra o portal Gospel+ durante uma de suas palestras recentes. O vídeo com o áudio de seu discurso foi disponibilizado em seu canal no YouTube.

Wyllys falava sobre suas ideias a respeito de democratização da mídia num evento chamado “Facção: Encontro Latino-Americano de Midiativismo”, organizado na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), quando criticou a postura de portais cristãos de notícias, citando nominalmente o Gospel+ e mais um site, além do próprio pastor Silas Malafaia, classificando como “nefasta” a postura editorial adotada por esses veículos.

No mesmo discurso, Wyllys demonstrou apoio ao projeto que defende que os horários de emissoras de TV não possam mais ser locados a igrejas evangélicas, por se tratarem de concessões estatais a empresas privadas. O argumento gira em torno da laicidade do Estado, e prega que as emissoras não deveriam transmitir programas religiosos.

O deputado revelou ainda haver uma proposta para que essa ideia se transforme em lei, proibindo assim as empresas que fazem uso das concessões públicas transmitam programas religiosos.

A jornalista Keila Jimenez, da Folha de São Paulo, noticiou sobre o tema em sua coluna no site do jornal: “Movimentos sociais estão fazendo um abaixo-assinado para apresentar um projeto de lei na Câmara dos Deputados que garanta a democratização dos meios de comunicação. Entre os pontos do projeto, de iniciativa popular, está a proibição do aluguel de horários nos canais de televisão, fonte de renda de várias redes, que faturam com locação de espaço para religiosos”, escreveu Jimenez.

A pauta do evento “Facção: Encontro Latino-Americano de Midiativismo” girava em torno de assuntos como ativismo, linguagens, tecnologias e políticas públicas sobre mídia, e Wyllys, que é jornalista de formação e professor universitário, era um dos convidados.

“Realizamos uma audiência pública na Câmara sobre o projeto popular de democratização dos meios de comunicação e, nesta audiência, declarei meu apoio para aprovar esse projeto, da mesma maneira que lutamos por um código civil da internet que garanta neutralidade e a privacidade: pontos fundamentais para a democratização dos meios de comunicação [...] Independente do projeto ser aprovado ou não (ou quando ele será aprovado) há uma democratização dos meios de comunicações em curso”, afirmou o deputado.

Ataques à mídia cristã

Em um dos tópicos de seu discurso, Wyllys se queixa de má fé e desonestidade intelectual de blogs de ativistas que se posicionam contrários às suas ideias e posturas, e cita alguns veículos da mídia cristã.

“As pessoas costumam associar midiativismo a essa perspectiva mídia-ninja, libertária, mas não. O que a Carta Maior faz, é midiativismo. O que a blogosfera petista, blogosfera do PSDB faz, é midiativismo também. E o que Gospel+, GP, Silas Malafaia fazem nas redes sociais e em seus canais no YouTube é midiativismo. Aliás, um midiativismo nefasto pra mim, que sou diuturnamente difamado por esses meios de comunicação”, criticou.

Wyllys, em sua queixa às críticas que recebe, opôs-se à postura da mídia cristã – de repercutir as agendas que ele defende sob a perspectiva evangélica – dizendo que esses veículos associam sua imagem à pedofilia.

“[Sou] difamado da pior maneira, que é me associar ao novo pânico moral – houve um tempo em que o pânico moral era o comunismo -, hoje o pânico moral é a pedofilia. Associar um ativista gay à pedofilia é algo terrível, porque embora a pedofilia seja largamente praticada por homens heterossexuais, e as vítimas da pedofilia e da exploração sexual sejam meninas, na verdade a produção de significado público é que a pedofilia está associada a homossexualidade”, disse o deputado.

Wyllys é defensor da legalização da prostituição (é o autor do projeto apelidado de “Gabriela Leite”, que propõe a transformação da venda do corpo em profissão), do aborto e do casamento gay.

O deputado ficou nacionalmente conhecido por sua participação no reality show Big Brother Brasil, da TV Globo – integrante do grupo midiático criticado por ele no vídeo acima – e foi eleito deputado federal com pouco mais de 13 mil votos graças à votação expressiva de Chico Alencar nas eleições de 2010.

Por Tiago Chagas, para o Gospel+

Fonte: http://noticias.gospelmais.com.br/

Evangélica fica cara a cara com assassino de seu filho e o perdoa


Nesta semana, a dona de casa Maria Nice, ficou cara a cara com o suspeito de ter assassinado o seu filho no final do ano passado, em João Pessoa (PB).

Alisson Lima dos Santos, é suspeito de ter matado Daniel da Silva, com tiro à queima-roupa, no dia 12 de dezembro de 2012, no bairro de Colinas do Sul, na zona Sul de João Pessoa, ele foi preso no último final de semana, juntamente com outros três comparsas apontados como autores de diversos homicídios e tráfico.

Nice estava acompanhada de sua advogada, quando seguia o carro que levava o suspeito de ter assassinado o seu filho, ela pediu autorização aos policiais para se aproximar dele e conversar.

Ela se aproxima de Alisson, e pede para ele olhar para ela, então ela segura o seu queixo e diz: “Você está perdoado em nome de Jesus. Eu sou uma cristã, eu estou lhe perdoando…”, disse ela olhando nos olhos do rapaz.

Nice diz ainda que continuará orando por ele, dizendo ainda “eu nunca vou lhe visitar onde você estiver porque eu não tenho coragem.”,  no entanto, ela afirma dizendo que “Eu não tenho um pingo de ódio de você, Alisson, eu só oro todos os dias. Você não me deixou olhar nos olhos do meu filho antes dele morrer”, completou.

A mulher, ainda profetiza sobre a vida do rapaz, dizendo: “Você vai encontrar ainda este Deus que eu sirvo, e você vai servir ele, viu?”, dizia ela e o rapaz confirmava com a cabeça.

No entanto, apesar de estar orando por ele, ela diz ainda que esta novamente triste por ele ter matado outra pessoa além do filho dela.

Nice, no final de seu encontro com o assassino de seu filho, faz uma oração a Deus dizendo: “Senhor, acompanha a Alisson, onde ele estiver Senhor, não largue dele um minuto Senhor, toque na alma dele, como o Senhor tem tocado na minha, dá conforto a mãe dele que deve estar sofrendo tanto quanto eu. Eu te agradeço Senhor por tudo, em nome de Jesus. Amém.”

Fonte: http://padom.com.br/

Acidente automobilístico tira a vida de casal de pastores da Igreja Mundial do Poder de Deus


Um acidente automobilístico ceifou a vida do pastor Marcelo Negrão e sua esposa, conhecida como missionária Florzinha.

Negrão era pastor da Igreja Mundial do Poder de Deus, que noticiou o falecimento através de sua página no Facebook.

“Infelizmente perdemos o pastor Marcelo Negrão e a missionária Florzinha em um trágico acidente de carro nesse último sábado. Descansem em paz”, publicou a Mundial.

Milhares de fiéis manifestaram pesar pela morte do pastor e sua esposa e comentaram a notícia: “Minhas condolências a família de sangue e a nós família de Cristo Jesus… Que ambos descansem em paz. Bom é que sabemos pra onde eles foram, e muitos que ainda num tem a certeza da vida eterna com Deus”, escreveu a internauta Rosangela Silva.

Não foram divulgadas maiores informações a respeito das circunstâncias do acidente que resultou na morte do casal.

Por Tiago Chagas, para o Gospel+


Fonte: http://noticias.gospelmais.com.br/

Em nova e severa crítica à Igreja Católica, papa Francisco propõe uma das maiores reformas no Vaticano


A urgência por mudanças que o papa Francisco enxerga na igreja que dirige ficou estampada em sua primeira Exortação Apostólica publicada nesta terça-feira, 26 de novembro de 2013.

O documento “Evangelii Gaudium do Santo Padre Francisco aos Bispos, Presbíteros, Diáconos, às Pessoas Consagradas e aos Fiéis Laicos sobre o Anúncio do Evangelho no Mundo Atual” contém 200 páginas escritas de próprio punho pelo papa.

“Desejo dirigir-me aos fieis cristãos para convidá-los a uma nova etapa de evangelização marcada por esta alegria e indicar direções para o caminho da Igreja nos próximos anos”, introduziu o papa no texto que propõe a maior reforma da Igreja Católica em pelo menos meio século.

A intenção, segundo Francisco, é levar a Igreja Católica a “recuperar o frescor original do Evangelho” usando “novas formas” e “métodos criativos”. De acordo com o pontífice, o catolicismo deve mudar: “Precisamos de uma conversão pastoral e missionária, que não pode deixar as coisas como elas são”, disse, antes de deixar claro que pretende “reformar as estruturas eclesiais” para que “todas se tornem mais missionárias”.

A característica do Vaticano também deverá sofrer alterações e passar por uma “saudável descentralização”, a fim de tornar a Igreja Católica mais dinâmica.

O papa surpreendeu ao sugerir que os clérigos da Igreja Católica entendam que sua confissão de fé não é a única forma de praticar o Evangelho: “O cristianismo não dispõe de um único modelo cultural e o rosto da Igreja é multiforme”, observou. “Não podemos esperar que todos os povos, para expressar a fé cristã, tenham de imitar as modalidades adotadas pelos povos europeus num determinado momento da história”, disse o papa, sutilmente, antes de acrescentar que os teólogos precisam ter em mente “a finalidade evangelizadora da Igreja”.

Sua posição de liderança também deve ser revista, a fim de realizar a “conversão do papado para que seja mais fiel ao significado que Jesus Cristo quis dar-lhe e às necessidades atuais da evangelização”.

Os dogmas do catolicismo também foram alvo de reflexões do papa Francisco: “Nesta renovação não se deve ter medo de rever costumes da Igreja não diretamente ligados ao núcleo do Evangelho, alguns dos mais profundamente enraizados ao longo da história”, escreveu.

Com a preocupação de frisar sua intenção de ver a Igreja Católica mudando de postura, Francisco disse preferir “uma igreja ferida e suja por ter saído às estradas, em vez de uma igreja preocupada em ser o centro e que acaba prisioneira num emaranhado de obsessões e procedimentos”. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o papa foi objetivo: “Precisamos de igrejas com as portas abertas” para que os fiéis que buscam a Deus não encontrem “a frieza de uma porta fechada”.

“Nem mesmo as portas dos Sacramentos se deveriam fechar por qualquer motivo”, pontuou, antes de criticar severamente a postura adotada por muitos sacerdotes católicos a respeito da inclusão: “A Eucaristia não é um prêmio para os perfeitos, mas um generoso remédio e um alimento para os fracos”.

As críticas também se estenderam às disputas por poder nas hierarquias da Igreja, que levam, segundo Francisco, os sacerdotes à ceder às “tentações”, o que sempre resulta numa perda de sentido da fé: “A maior ameaça é o pragmatismo incolor da vida cotidiana da Igreja, quando na realidade a fé vai se desgastando”.

Mulheres

Desde a Jornada Mundial da Juventude, o papa Francisco vem falando sobre a importância de abrir espaços para as mulheres trabalharem na Igreja Católica de forma mais abrangente.

No documento desta terça-feira, o pontífice foi mais direto em sua posição sobre o assunto, embora não tenha definido quais seriam as funções destinadas às mulheres.

“Ainda há necessidade de se ampliar o espaço para uma presença feminina mais incisiva na Igreja, nos diferentes lugares onde são tomadas decisões importantes”, pediu. “As reivindicações dos direitos legítimos das mulheres não se podem sobrevoar superficialmente”, acrescentou.

Aborto

A postura cristã a respeito do aborto é de lutar contra a prática, independentemente da confissão de fé. E o papa Francisco sugeriu que se existem pessoas esperando uma mudança nessa questão, estão enganados.

“Entre os fracos que a Igreja quer cuidar estão as crianças em gestação, que são as mais indefesas e inocentes de todos, às quais hoje se quer negar a dignidade humana”, lamentou o papa. “Não se deve esperar que a Igreja mude a sua posição sobre essa questão. Não é progressista fingir resolver os problemas eliminando uma vida humana”, definiu.

Economia

“O atual sistema econômico é injusto pela raiz”, disse o papa, mostrando preocupação: “Esta economia mata porque prevalece a lei do mais forte”.

Lamentando a forma como o capitalismo atual leva os mais pobres a continuarem em condições indignas, o papa observou que “os excluídos não são explorados, mas lixo, sobras” descartadas pelo sistema, a quem atacou firmemente: “Vivemos uma nova tirania invisível, por vezes virtual de um mercado divinizado onde reinam a especulação financeira, corrupção ramificada, evasão fiscal egoísta”.

Essas características estariam, na visão do papa, prejudicando a família, uma das instituições às quais o cristianismo visa preservar: “O individualismo pós-moderno e globalizado promove um estilo de vida que perverte os vínculos familiares”.

Contra isso, o papa apelou para que os cristãos não tenham medo de se envolver nos debates sobre políticas em geral, e que se empenhem em influenciar os grupos que tomam decisões a fim de garantir maior justiça social.

O pontífice foi bastante objetivo ao escrever que as lideranças eclesiásticas possuem “o direito de emitir opiniões sobre tudo o que se relaciona com a vida das pessoas” e que “ninguém pode exigir de nós que releguemos a religião à secreta intimidade dos fiéis”, e constatou: “Até que não se resolvam radicalmente os problemas dos pobres, não se resolverão os problemas do mundo”.

Intolerância religiosa

Francisco propõe um diálogo com o islamismo para que a matança de cristãos nos países de maioria muçulmana tenha um fim.

O papa disse fazer esse apelo “humildemente” aos países muçulmanos para que garantam a liberdade religiosa para cristãos que vivem em suas fronteiras, levando em consideração “a liberdade de que gozam os crentes do Islã nos países ocidentais”.

“Uma adequada interpretação do Corão se opõe a toda a violência”, escreveu o papa, que finalizou resumindo a intenção de sua revolucionária Exortação Apostólica: “Se eu conseguir ajudar pelo menos uma única pessoa a viver melhor, isto já é suficiente para justificar o dom da minha vida”.

Por Tiago Chagas, para o Gospel+

Fonte: http://noticias.gospelmais.com.br/

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

domingo, 24 de novembro de 2013

O sofrimento em John Bunyan


“Contudo, já em nós mesmos, tivemos a sentença de morte, para que não confiemos em nós e sim no Deus que ressuscita os mortos” (2Co 1.9).1

Para que não confiemos em nós e sim em Deus. O entendimento do versículo acima foi fundamental e encorajador para John Bunyan (1628-1688) em sua peregrinação e sofrimento. E o sofrimento em Bunyan é o tema deste artigo, o qual será dividido em cinco partes, sendo elas:

1 – Introdução ao tema e contexto histórico
2 – Uma breve biografia de John Bunyan
3 – Um breve apanhado do pensamento de Bunyan
4 – O sofrimento em John Bunyan
5 – Aplicações do sofrimento de Bunyan para nossa peregrinação cristã, como indivíduos crentes em Cristo Jesus e como igreja e comunidade cristã.

Em maior ou menor grau, o sofrimento por causa de seguir e testemunhar de Cristo tem atingido a vida dos discípulos de Cristo em todas as épocas e em todos os lugares. O sofrimento é algo que faz parte da vida e é compatível com o Novo Testamento. Livros como os de Jó e do profeta Habacuque mostram como o povo da aliança deve se portar diante do sofrimento. Na história da igreja também não foi diferente. Mártires e servos de Deus deixaram um exemplo e legado sobre como enfrentar e encarar o sofrimento de forma que o nome de Deus seja glorificado. Não numa perspectiva de autopiedade diante do sofrimento, mas entendendo-o como um mecanismo para que Deus seja glorificado em nossas vidas, em nossas lutas, aflições e dores. Assim foi com John Bunyan, latoeiro de origem humilde e pregador puritano de uma igreja batista no século XVII, conhecido pelo livro de sua autoria, O Peregrino. Não sei se alguém dentre os leitores já foi preso por pregar o evangelho, já teve alguma filha nascida cega, já foi ameaçado de morte por causa da pregação. Provavelmente alguns já perderam um ente querido, sofreram acidentes ou algum outro acontecimento que tenha causado dor e aflição em sua vida. Minha oração é que Deus abençoe você, sustentando-o(a) e encorajando-o(a), através do legado que foi deixado por Bunyan.

John Bunyan
Era um período turbulento na Inglaterra do século XVII. Eclodiram controvérsias em torno da monarquia e da liturgia da Igreja estatal, em questões de cerimônias e trajes clericais, resquícios da Igreja Católica. Elizabeth, Tiago I e Carlos I (este coroado rei em 1625) sempre foram avessos aos Puritanos. De 1645 a 1649 houve a guerra civil e a cavalaria puritana estava sob a liderança de Oliver Cromwell, e vencida a guerra com a morte de Carlos I, o parlamento e a república são instalados. Dois anos depois da morte de Cromwell, Carlos II ascende ao trono em 1660 e a monarquia é restaurada. Em 1662 mais de dois mil pastores puritanos foram desligados de suas igrejas e quem não fosse anglicano não poderia colar grau nas melhores universidades.

Dentro dessa confusão nasce John Bunyan, em novembro de 1628, em Elstow, Bedford, Inglaterra. Ele era filho de um latoeiro pobre, que pôde oferecer apenas a educação primária e básica ao seu filho. Quando jovem, Bunyan levou um estilo de vida promíscuo, mundano e blasfemador. Quanto a esse período, ele escreve: “Sendo totalmente injusto, estava feliz por ser cativo do diabo, para cumprir a sua vontade (2 Tm 2:26).”2 E ele sentia uma espécie de prazer e satisfação neste estilo de vida “plenamente de acordo com as inclinações da minha natureza caída, entreguei-me a desejos pecaminosos e deleitava-me em todas as formas caídas de transgressão contra a lei de Deus”3 e exercia influência sobre seus companheiros motivando-os a seguirem o mesmo comportamento não se importando muito com questões como céu e inferno, salvação e condenação. 

 Entre 1644 e 1647 serviu no exército parlamentar liderado por Oliver Cromwell, na guerra contra Carlos I. Casou-se em 1649. Sua esposa teve pais piedosos, e através dela Bunyan começou a ter contato com o evangelho. Após vários anos, ele encontrou três ou quatro senhoras sentadas ao sol numa tarde, conversando sobre o novo nascimento. Estas senhoras o apresentaram ao Pastor John Gifford e à sua congregação. Ao que tudo indica, ali Bunyan encontrou a paz que excede a todo entendimento. Esse pastor havia sido médico charlatão no exército, mas experimentara uma conversão dramática.

Após sua regeneração e maravilhosas experiências com a paz de Deus, Bunyan escreveu em sua autobiografia, “Graça abundante ao principal dos pecadores”:

(...) um dia, enquanto andava pelo campo, as seguintes palavras subitamente adentraram minha alma: “Sua justiça está no céu”. Além disso, pensei ter visto, com os olhos da minha alma, Jesus Cristo à destra de Deus. Minha justiça estava no céu; de modo que, onde quer que eu estivesse, ou independentemente do que eu fizesse, Deus não poderia dizer a respeito de mim: “Ele necessita da minha justiça”, pois minha justiça estava bem diante dele.4
De sua primeira união conjugal nasceram quatro filhos, sendo Mary, a primogênita, cega de nascimento. Sua esposa faleceu em 1655 e alguns anos depois, em 1659, Bunyan casou-se pela segunda vez com Elizabeth, que cuidou de seus quatro filhos.

Resolvidos os conflitos de sua alma, Bunyan começou a exortar a igreja em 1655, e foi levantado como um grande pregador em Bedford. Sua popularidade como pregador leigo foi muito grande. Em 1660 foi preso por não ser licenciado para pregar pela Igreja da Inglaterra e por não se adequar aos padrões da liturgia anglicana. Essa prisão causou grande opressão em sua família e houve um interrogatório com sua esposa. Ela disse que o marido jamais deixaria de pregar. O próprio Bunyan confirmou isso quando lhe foi oferecida a liberdade em troca da renúncia à pregação. Disse ele: “Se eu for solto hoje, pregarei amanhã”. Essa sua determinação custou-lhe doze anos de prisão. Por bondade do carcereiro, Bunyan podia visitar sua família, porém viveu esse tempo sob tensão de ser penalizado com a morte a qualquer momento. Nessas visitas, ele mantinha contato com amigos em Londres e participava das reuniões regulares da igreja em Bedford, sendo eleito seu copastor. Porém, quando suas saídas foram descobertas, Bunyan, por iniciativa própria, diminuiu o ritmo de suas visitas para não prejudicar o trabalho do carcereiro.

Após os doze anos de prisão, ele foi solto por um decreto de Indulgência Religiosa. Logo depois foi licenciado para pregar como pastor da igreja em Bedford. Um celeiro virou edifício religioso e ali Bunyan pregou até sua morte. Entre 1675 e 1677 Bunyan foi novamente encarcerado. Seus biógrafos sugerem que nesse período foi escrito O Peregrino. 

Bunyan deixou suas posses para a família, para esta não ser prejudicada. Em agosto de 1688, ele viajou oitenta quilômetros a cavalo para pregar em Londres, debaixo de forte chuva. Ali contraiu febre e viajou para a pátria celestial aos sessenta anos de idade. Seu último sermão fora em 19 de agosto, baseado em João 1.13, e suas últimas palavras em púlpito foram: “Vivam como filhos de Deus, para que possam olhar a seu Pai no rosto, com segurança, mais um dia”.

RECORTES DO PENSAMENTO E DA TEOLOGIA DE JOHN BUNYAN
Três obras exerceram grande influência sobre o pensamento de John Bunyan. A primeira foi o comentário de Martinho Lutero à Epístola aos Gálatas; os outros dois livros foram O caminho do céu para o homem simples e a Prática da piedade.

Além de pastor de ovelhas e fervoroso pregador, Bunyan foi um profícuo escritor. Antes da primeira prisão já havia escrito dois livros. Durante seu aprisionamento escreveu algumas obras, sendo elas: Oração no Espírito, A Ressurreição da Cidade Santa, Graça Abundante ao Principal dos Pecadores (autobiografia), O Peregrino, Defesa da doutrina da justificação, e Contra o Bispo Fowler. Além desses, também são conhecidos: A Peregrina e A Guerra Santa. Segundo alguns biógrafos e estudiosos, Bunyan foi influente na formação da Confissão de Fé Batista de 1677, que resultou de influência e aprimoração da Confissão de Fé de Westminster, e que se tornou conhecida como a Confissão de Fé de 1689, visto que nessa ocasião foi subscrita por representantes de mais de cem igrejas batistas.5

Segundo D. Martin Lloyd-Jones, o principal interesse de Bunyan eram as almas, e este interesse era a mola propulsora de toda a sua atividade.6 Devido as suas experiências de tormento interno, tornou-se um pastor devoto e interessado nas almas de seus fiéis. Além disso, tinha ele um conceito de fé e crença não somente cognitivo, numa apreensão intelectual apenas, mas que também aquecesse o coração com poder causando mudança de vida.

Bunyan tinha um interesse enorme pela doutrina da justificação, influenciado talvez pela leitura do Comentário da Epístola aos Gálatas, pelo reformador Martinho Lutero. Podemos ouvir a voz do interesse de Bunyan nessa doutrina quando lemos o que a Confissão de 1689 diz sobre ela, em seu capítulo 11, seção 1:

Aqueles a quem Deus chama eficazmente, Ele também os justifica, gratuitamente; não por infundir-lhes justiça, mas perdoando-lhes os pecados, considerando-os e aceitando-os como pessoas justas; não por coisa alguma realizada neles ou por eles mesmos feita, mas unicamente por consideração a Cristo; não por imputar-lhes como justiça a fé, o ato de crer, ou qualquer outra obediência evangélica, mas por imputar-lhes a obediência ativa de Cristo (a toda a lei) e sua obediência passiva (na morte), como total e única justiça deles, que recebem a Cristo e nEle descansam, pela fé. E esta fé, não a tem de si mesmos, é Dom de Deus.7
Bunyan se envolveu também em controvérsias. Uma delas foi em relação aos batistas particulares restritos. Esse grupo era reformado em sua soteriologia (doutrina da salvação), negando, porém, a comunhão a outras denominações. Bunyan também era ligado a uma igreja batista particular, sendo, portanto, calvinista – prova disso foi um folheto publicado em 1674 chamado Reprovação Assegurada.8 Porém, ele era “aberto” quanto a comunhão com presbiterianos, anglicanos e congregacionais, assim como com todo que cresse na doutrina da justificação da maneira ensinada nas Escrituras. Ele cria no batismo conforme os distintivos batistas, mas não via nisso um impedimento para comunhão com outras denominações. Sua luta era pela fé cristã em sua essência, assim como Richard Baxter que uma vez disse: “Nas coisas essenciais, unidade; nas não essenciais, liberdade; e em todas as coisas, caridade”. Esse também era o espírito da batalha de Bunyan.

Bunyan também militou contra os Quacres, grupo que acreditava no cristianismo apenas como uma luz interior, tendendo para o misticismo. Ele argumentava que as certezas históricas são essenciais à fé cristã. Não é fé verdadeira aquela que não puder descansar nessas verdades essenciais.

Alguns heróis na fé expressaram honra a Bunyan:

•    John Burton, que prefaciou a primeira obra de Bunyan em 1656, disse em sua defesa: “Este homem não foi escolhido de 
uma universidade secular, mas de uma universidade celestial, a Igreja de Cristo”.
•    John Owen, um dos maiores teólogos da época, congregacional, ao ser indagado pelo Rei Carlos II sobre o fato de um latoeiro inculto pregar, respondeu: “Pudesse eu possuir as habilidades do latoeiro para pregar, e, se apraz a sua majestade, alegremente renunciaria a todo meu estudo”.
•    George Whitefield, grande pregador puritano, disse sobre a obra O Peregrino: “Tem cheiro de prisão”. E prossegue: “Foi escrito quando o autor estava confinado na cadeia de Bedford. E os ministros nunca pregam ou escrevem tão bem como quando estão debaixo da Cruz: o Espírito de Cristo e da Glória repousa sobre eles.”
•    Charles Haddon Spurgeon, o batista “príncipe dos pregadores”, que lia O Peregrino uma vez por ano, disse acerca de Bunyan: “Fure-o em qualquer parte; e você verá que o sangue dele é biblino, a própria essência da Bíblia flui dele. Ele não consegue falar sem citar um texto, pois sua alma está cheia da Palavra de Deus.”

O SOFRIMENTO EM JOHN BUNYAN
Aqui chegamos ao ponto principal deste artigo, isto é, o efeito do sofrimento na vida e peregrinação de John Bunyan.

Como dissemos anteriormente na parte biográfica, Bunyan foi preso durante doze anos por pregar o evangelho sem ser licenciado pela Igreja da Inglaterra. Além de ser um latoeiro pobre e sem muita instrução formal, sua primeira filha Mary era cega de nascença. Ainda que na prisão desfrutasse de certa liberdade de congregar e visitar sua família, Bunyan vivia sob tensão de condenação à morte todo o tempo. Ele às vezes ficava atormentado por uma dúvida de ter tomado a decisão certa e deixado sua família em fortes dificuldades econômicas e passando necessidades.

O pastor batista norte-americano John Piper ilustra cinco efeitos do sofrimento na vida de John Bunyan e pediremos ajuda a ele neste momento:9

Em primeiro lugar, o sofrimento de Bunyan confirmou o seu chamado como escritor para a igreja aflita.  
Como prisioneiro, assim como o apóstolo Paulo escreveu algumas epístolas nessa condição, Bunyan dedicou seu tempo no cárcere aos escritos. Livros foram o seu maior legado à Igreja e ao mundo. Os escritos de Bunyan eram uma extensão, um braço de seu ministério pastoral, dirigido principalmente as ovelhas de Bedford, que viviam em constante perigo de assédio e prisão.

Podemos ouvir e sentir o sofrimento de Bunyan quando lemos trechos d´O Peregrino.10 No capítulo 9, Cristão sobe ao Monte da Dificuldade que representava as circunstâncias que exigem renúncia e esforço especial. Depois de beber um pouco de água na fonte, Cristão começou a subir dizendo:

Este monte, embora alto, anelo subir,
A dificuldade não me ofenderá,
Percebo que este é o caminho certo à vida.
Anima-te meu coração,
Não desanimemos nem temamos.
Embora difícil, é melhor o caminho certo seguir
Do que o caminho errado, embora fácil,
Cujo fim é a maldição.
No capítulo 12, Cristão vence a travessia do Vale da Sombra da Morte, que tinha o propósito de descrever uma passagem por aflições íntimas. Depois do diálogo com dois homens, Cristão prosseguia com a espada desembainhada temendo assalto. Assim, Bunyan narra o sonho: “Também, nesse mesmo vale o caminho era muitíssimo estreito; por isso, o bom Cristão sentiu-se desafiado ainda mais. Pois, ao procurar no escuro evitar a vala, à direita, estava sujeito a se desequilibrar e cair no lamaçal, à esquerda. E, quando procurava com muito cuidado escapar do lamaçal, estava prestes a cair na vala. Assim, prosseguiu”.

Em segundo lugar, o sofrimento de Bunyan aumentou o seu amor pelo rebanho e deu ao seu trabalho pastoral percepções da eternidade. 
Ele pregava como quem sentia dores de parto pelos seus filhos espirituais. Isso é muito claro n´O Peregrino, com a trajetória de Cristão rumo à Cidade Celestial. Assim como o sofrimento o fazia perceber que era um peregrino na terra, Bunyan buscava transmitir isso ao seu rebanho em Bedford. Debaixo de sua pregação, várias congregações foram fundadas e sua igreja tinha, talvez, cento e vinte membros. Ele amava o que fazia e amava intensamente o seu trabalho. Isso fazia com que ele passasse o gosto da eternidade para seu rebanho.

Em terceiro lugar, o sofrimento de Bunyan o fez entender que seguir a Jesus Cristo significa ir contra o vento e remar contra a maré.
Em vários de seus sermões e escritos ele sempre deixou isso claro. No capítulo 15 d´O Peregrino, Cristão encontra o personagem Sr. Interesse-Próprio e em um diálogo conflitante, Cristão expõe a Interesse-Próprio o preço do discipulado: “Se quiser ir conosco, terá de se posicionar contra o vento e contra a maré, todavia, percebo que isto é contrário à sua opinião. Também deve confessar a religião, tanto em seus trapos quanto em sapato de prata; e defendê-la, quer esteja ela presa em algemas, quer esteja caminhando nas ruas com aplausos”.

Dietrich Bonhoeffer (1906-1945) foi um teólogo e pastor luterano que resistiu ao nazismo na Segunda Guerra Mundial. Ele teve cassado seu direito de pregar e ensinar, sendo preso em 1945, e depois morto uma semana antes da guerra acabar. Ainda que sob uma teologia às vezes controvertida, Bonhoeffer escreve um livro, Discipulado, na pele de quem viveu seguindo contra o vento e a maré. Acerca do preço de ser discípulo de Cristo, ele diz o seguinte: 

O discípulo é arrancado de sua relativa segurança de vida e lançado à incerteza completa (i.é, na verdade para a absoluta segurança e proteção da comunhão com Jesus); de uma situação previsível e calculável (i.é, de uma situação totalmente imprevisível) para dentro do imprevisível e fortuito (na verdade, para dentro do que é unicamente necessário e previsível); do domínio das possibilidades finitas (i.é, na realidade, as possibilidades infinitas) para o domínio das possibilidades infinitas (i.é, para a única realidade libertadora). (...) A chamada ao discipulado é, no entanto, comprometimento exclusivo com a pessoa de Jesus Cristo.11
Antes de sua morte, perguntaram a Bonhoeffer se era o fim, e ele respondeu: “Não é o fim, é apenas o começo”. Isso ilustra que nossa confissão de fé deve ser acompanhada de nossa prática de vida, custe o que custar, assim como foi com Bonhoeffer e com Bunyan.

Em quarto lugar, o sofrimento de Bunyan fortaleceu a sua certeza de que Deus é soberano sobre todas as aflições dos seus, e lhes dá a certeza da segurança. 
Aqui John Piper escreve:

Sempre houve, como há hoje, pessoas que tentam resolver o problema do sofrimento, negando a soberania de Deus – isto é, o governo providencial de Deus sobre Satanás, a natureza e o coração do homem. Porém, é notável que muitos dos que defendem a doutrina da soberania de Deus sobre o sofrimento têm sido os que mais sofreram, e os que mais encontraram nesta doutrina o maior conforto e ajuda.12
Neste ponto, recorrendo à experiência de Bunyan, Piper contesta a heresia do chamado “Teísmo Aberto” ou “Teísmo relacional”. Este ensinamento, de um modo geral, defende que Deus abriu mão da sua soberania por amor, a fim de se relacionar com seres humanos, sendo então incapaz de prevenir desastres sociais e pessoais, como, por exemplo, os Tsunamis no sudeste da Ásia. 

Em quinto e último lugar, o sofrimento de Bunyan aprofundou nele a confiança na Bíblia como Palavra de Deus, para sua perseverança. 
Na prisão, Bunyan percebeu como a Palavra de Deus lhe transmitia conforto e consolo. Ela é a chave da nossa perseverança!

Em nossos dias as Escrituras são reputadas como insuficientes em diversas áreas. Em academias teológicas elas têm sido consideradas apenas relatos mitológicos, ou, como ouvi de uma professora de Antigo Testamento, “um panfleto javista”. No neopentecostalismo a Escritura tem sido substituída pelo misticismo de várias espécies, como a religiosidade afro-brasileira com linguagem cristã e por uma teologia da prosperidade, que abomina o tipo de sofrimento que estamos expondo aqui, ou uma linguagem da moda e um estilo de culto como “show” para atrair pessoas.

Uma vida cristã perseverante frente às dificuldades existentes só é possível mediante a graça de Deus através das Escrituras, como chave da perseverança.


APLICAÇÕES E CONCLUSÃO
Para terminar, algumas aplicações do sofrimento de Bunyan, para nossas vidas e nossas igrejas.

Devemos aprender com o sofrimento de Bunyan a amar o céu! 
A esperança cristã, como enfatizada na Primeira Epístola de Pedro, nos ajudará junto ao sofrimento, com dor sim, mas suportando e dando graças a Deus pela perseverança. Amados, amemos o céu, amemos a eternidade! Tudo isso aqui é passageiro, e a vida é apenas um hall de espera. Deus tem algo muito maior preparado para nós.

Devemos aprender com o sofrimento de Bunyan a resistir com firmeza no sofrimento. 
O apóstolo Pedro nos diz: “Resisti-lhe firme na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo. Ora, o Deus de toda graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar. A Ele seja o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!” (1 Pd 5. 9-11). Tiago igualmente nos exorta quanto a provação: “Meus irmãos, tende por motivo de grande gozo o passardes por várias provações, sabendo que a aprovação da vossa fé produz a perseverança; e a perseverança tenha a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, não faltando em coisa alguma” (Tg 1.2-4). Irmãos e irmãs, sejam quais forem os seus sofrimentos, lembre-se que vocês são crentes em Cristo Jesus! Fiquem firmes com Deus!

Devemos aprender com o sofrimento de Bunyan a meditar mais em nossa liberdade. 
O Brasil é um país livre em relação à crença religiosa. Podemos cultuar, adorar a Deus livremente, e professar nossa fé em qualquer lugar. Às vezes essa liberdade pode causar um relaxamento em nossa adoração e peregrinação cristã. Devemos agradecer a Deus pela liberdade, mas também sermos vigilantes em relação a ela. Uma implicância aqui e acolá em nosso lar, local de trabalho, faculdade, escola ou qualquer outro ambiente em convivência com não crentes, não se compara ao que Bunyan e outros passaram na prisão. Também não devemos dar lugar ao pecado em nossa vida por causa dessa liberdade. A prisão fez de Bunyan um homem santo! “Porque eu sou o SENHOR vosso Deus; portanto santificai-vos, e sede santos, porque eu sou santo” (Lv 11.44a). Seja qual for o pecado contra o qual você estiver lutando, prossiga lutando com Deus para abandoná-lo.

Devemos aprender com o sofrimento de Bunyan a perseverar no ministério que Deus nos colocou
Bunyan foi alguém que desfrutou da graça de Deus para perseverar no ministério diante de todas as dificuldades mencionadas. Ele não foi alguém isento de dúvidas. Pelo contrário, lutou com dúvidas várias vezes. Mas pela graça de Deus foi preservado e perseverou com firmeza no evangelho. Hoje, matérias em mídias populares mostram que há uma alta e significativa porcentagem de pastores que desistem do ministério seja por desgaste emocional e esgotamento espiritual ou algum problema moral. A biografia de John Bunyan é encorajadora para um chamado a perseverança. Seja um pastor de uma igreja estabelecida, ou um líder em uma comunidade com imensos problemas ou um plantador ou revitalizador de igrejas e até mesmo um estudante de teologia aspirando ingressar no ministério, a biografia de John Bunyan pode encorajar você e oferecer luz a sua mente para enxergar a operação da graça de Cristo e manter o coração aquecido enquanto serve no ministério. 

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1O autor agradece ao Pastor Gilson Santos da Igreja Batista da Graça em São José dos Campos – SP pelo desafio de ministrar a palestra biográfica e encorajar a publicação da mesma em formato de artigo além de revisa-la. 
2BUNYAN, John. Graça abundante ao principal dos pecadores: uma autobiografia de John Bunyan. São José dos Campos, Editora Fiel, 2012. P. 20
3Ibid
4Ibid. P. 113
5Cf. online: http://www.crbb.org.br/confissao_sem_transcricao_textos_prova.pdf. Para uma consideração histórica do tema, cf: SANTOS, Gilson. A Confissão de Fé Batista de 1689. Online: http://www.crbb.org.br/gilson4.pdf 
6LLOYD-JONES, D. M. Os Puritanos; suas origens e sucessores. São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1993, pp. 395-425. 
7FÉ PARA HOJE; Confissão de Fé Batista de 1689. São José dos Campos (SP): Editora Fiel,1991, 64p.
8Cf. BUNYAN, John. Reprobation Asserted. Online: http://www.reformed.org/master/index.html?mainframe=/books/bunyan/reprobation/. Acesso em 31/07/2013
9PIPER, John. O Sorriso Escondido de Deus. São Paulo: Shedd Publicações & Edições Vida Nova, 2002, 192p.  
10BUNYAN, John. O Peregrino; com notas de estudo e ilustrações. São José dos Campos (SP): Editora Fiel, 2005, 263p.
11BONHOEFFER, Dietrich. Discipulado. São Leopoldo (RS): Editora Sinodal, 1984, 196p.
12PIPER, op. cit.



Autor: Juan de Paula Santos Siqueira
Pastor associado da Igreja Cristã Atos em São Gonçalo – Rio de Janeiro. Bacharel em Teologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O DESAFIO do Pr Silas Malafaia no Youtube


O DESAFIO do Pr Silas Malafaia por Rubens (Irmão Rubens tem sido considerado um herege da internet)




Veja as penas a que foram condenados os réus do mensalão: Pizzolato fugiu para a Itália

Condenados no mensalão dividiram cela de 10 m² sem luxo em Belo Horizonte

Valério e outros seis réus fizeram exames no IML neste sábado antes de seguir para Brasília

Sete condenados pelo STF no processo do mensalão passaram a noite de sexta-feira (15) na triagem da Polícia Federal em Belo Horizonte. Marcos Valério, Cristiano Paz,  Romeu Queiroz, Ramon Hollerbach e José Roberto Salgado dividiram uma cela. Kátia Rabello e Simone Vasconcelos ficaram em outra cela provisória.
As celas possuem 10 m² e não há qualquer luxo, como televisão ou rádio. As camas são de alvenaria e o banheiro é externo à cela. Um agente da PF precisa acompanhar o preso até os sanitários. Todos entregaram celulares e precisaram retirar os cadarços dos sapatos.
O advogado Castellar Guimarães Neto, defensor do ex-sócio de Marcos Valério, Cristiano Paz, disse que os presos passaram uma noite tranquila.
— Eles estão tranquilos. O tratamento aqui na Polícia Federal é padrão. Estão separados entre mulheres e homens. É uma área de transferência de presos, são celas com características diferentes, não é uma estrutura de penitenciária.
A Polícia Civil confirmou que o exame de corpo de delito dos condenados está marcado para o fim da manhã deste sábado (16). O médico legista chefe da corporação, André Roquette, coordena os exames. Os mensaleiros devem ser levados em comboio para o IML, na região oeste de BH, por volta das 11h30.

A Polícia Federal confirmou que logo após os exames os condenados devem seguir para o aeroporto, de onde serão encaminhados para a sede da PF em Brasília.

Procurado pela reportagem, o advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, não quis prestar informações sobre a primeira noite do operador do mensalão na cadeia após o início da execução da sentença.
Todos chegaram sem algemas à carceragem, no Gutierrez, região oeste de BH, e foram acompanhados pelos advogados em carros importados. Logo após a chegada dos réus, parentes foram à sede da PF na capital mineira entregar colchões, roupas e lanches.

Veja as penas a que foram condenados os réus do mensalão















Fonte: http://noticias.uol.com.br/infograficos/2012/11/28/penas-do-mensalao.htm
Fonte: http://noticias.r7.com/brasil/condenados-no-mensalao-dividiram-cela-de-10-m-sem-luxo-em-belo-horizonte-16112013







Jó se cala diante de Deus (Jó 40.1-5)


Jó 40.1-5 
Jó se cala diante de Deus

Então o SENHOR disse: 
“Jó, você desafiou a mim, o Deus Todo-Poderoso. 
Vai desistir ou vai me dar uma resposta?” 

Primeira resposta de Jó a Deus 
Então, em resposta ao SENHOR, Jó disse: 
“Eu não valho nada; 
que posso responder? 
Prefiro ficar calado. 
Já falei mais do que devia 
e agora não tenho nada para dizer.”

Fonte: SBB

Jó e sua família (Jó 1.1-5)


Jó 1.1-5 
Jó e sua família

Na terra de Uz morava um homem chamado Jó. Ele era bom e honesto, temia a Deus e procurava não fazer nada que fosse errado. Jó tinha sete filhos e três filhas e era dono de sete mil ovelhas, três mil camelos, mil bois e quinhentas jumentas. Tinha também um grande número de escravos. Enfim, Jó era o homem mais rico de todo o Oriente. 

Os filhos de Jó iam às casas uns dos outros e davam banquetes, cada um por sua vez. E as três irmãs eram sempre convidadas para esses comes e bebes. Quando terminava uma rodada de banquetes, Jó se levantava de madrugada e oferecia sacrifícios em favor de cada um dos seus filhos, para purificá-los. Jó sempre fazia isso porque pensava que um dos filhos poderia ter pecado, ofendendo a Deus em pensamento.

Fonte: SBB

O Comportamento do Cristão


Segundo o apóstolo Paulo ‘todas as coisas são lícitas’ para o crente e, se todas elas são lícitas, nada se excetua. O crente em Cristo pode fazer de tudo, pois é liberto do Senhor, porém, após demonstrar que todas as coisas são licitas, o apóstolo Paulo apela para a consciência dos seus interlocutores demonstrando que, apesar de tudo ser lícito, nem tudo convêm e nem tudo edifica "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam" ( 1Co 10:23 ).

No Tratado de Lucas a Teófilo, temos uma pequena lista de recomendações aos crentes convertidos dentre os gentios: “Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da prostituição, das quais coisas bem fazeis se vos guardardes. Bem vos vá” ( At 15:28 -29).

No concilio de Jerusalém onde estavam presentes os apóstolos e os anciões da igreja ( At 15:6 ), foi deliberado não impor encargo (ordenança, proibição) algum aos cristãos convertidos dentre os gentios, excetuando três questões: a) Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos; b) do sangue, e da carne sufocada, e; c) da prostituição. 

O que foi determinado aos cristãos convertidos dentre os gentios foi classificado pelos apóstolos como o necessário e, sendo o necessário, isto significa que o que foi prescrito estava na medida certa, exata, ou seja, não é para impor nada mais.

Segundo o apóstolo Paulo ‘todas as coisas são lícitas’ para o crente e, se todas elas são lícitas, nada se excetua. O crente em Cristo pode fazer de tudo, pois é liberto do Senhor, porém, após demonstrar que todas as coisas são licitas, o apóstolo Paulo apela para a consciência dos seus interlocutores demonstrando que, apesar de tudo ser lícito, nem tudo convêm e nem tudo edifica "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam" ( 1Co 10:23 ).

Esta questão já havia sido abordada na mesma carta: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” ( 1Co 3:12 ). Ou seja, um cristão não pode se deixar dominar por nada, mesmo que tais coisas sejam lícitas.

O apóstolo Paulo não impõe nenhuma obrigação aos cristãos sobre o que podem ou não fazer, no entanto, faz-se necessário observarem o que o apóstolo dos gentios escreveu aos cristãos em Colossos: “Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: Não toques, não proves, não manuseies? As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne” ( Cl 2:20 -23).

É de se estranhar que ainda em nossos dias muitos cristãos se sobrecarregam de inúmeras ordenanças tais como não tocar, não provar, não manusear, e deixam de considerar que tudo quanto o homem toca, prova ou manuseia não tem valor algum, antes o que é de valor é a obediência do evangelho "Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem valor algum; mas sim a fé que opera pelo amor" ( Gl 5:6 ).

À época do apóstolo Paulo os judaizantes impunham obrigações sobre os cristãos convertidos dentre os gentios, porém, estas obrigações não passavam de preceitos e doutrinas dos homens. Daí a pergunta: qual deve ser o porte do cristão na sociedade em que convive, visto que o padrão de comportamento muda de sociedade para sociedade e de tempos em tempos?

Primeiro o crente deve compreender que todos os homens, antes de crerem em Cristo, andavam segundo o curso deste mundo. Todos, antes de crerem em Cristo, possuíam um coração enganoso e estavam entregues as suas próprias paixões, aos sentimentos perversos e faziam o que era inconveniente. 

É por isso que o profeta Miqueias deixou registrado que dentre os filhos da ira (filhos de Adão) o mais reto dos homens é como um espinho e o mais justo (religioso) pior que um sebe de espinhos ( Mq 7: 4 ). Por que o mais justo é pior que uma sebe de espinhos? Porque é duas vezes mais filho do inferno ( Mt 23:15 ). 

Qual o curso do mundo? Andar nos desejos da carne (instinto), fazendo a vontade da carne e dos pensamentos ( Ef 2:3 ; Ef 4:22 ). Todos os homens sem Cristo estão corrompidos, ou seja, impróprios para a glória de Deus por causa da ofensa de Adão, e estes, por sua vez, se entregam aos seus instintos carnais e deleitam-se na vaidade dos seus pensamentos “E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente. Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; Os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza” ( Ef 4:17 -19).

Ao aceitar a Cristo como Salvador, o cristão é criado de novo em verdadeira justiça e santidade, pois em Cristo adquire um novo coração e um novo espírito. Apesar de o crente ter morrido com Cristo, ter sido sepultado e ressurgido dentre os mortos para a glória de Deus, quanto à mentalidade e maneira de interagir com as pessoas no mundo não houve uma mudança. A mudança que ocorrerá é gradativa, paulatina, pois demanda a renovação do entendimento ( Rm 12:2 ).

É somente através da renovação do entendimento que o cristão deixará de agir conforme o mundo. O crente em Cristo é apto para ir morar no céu no dia em que crê na mensagem do Evangelho, porém, se não for instruído segundo a palavra da verdade, não saberá discernir entre o bem e o mal, não sofrerá a correção necessária "Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal" ( Hb 5:14 ); "E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela" ( Hb 12:11 ); "Dando graças ao Pai que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz" ( Cl 1:12 ).

O cristão não deve conformar-se (amoldar-se) com o mundo, mas qual é a regra que estabelece o comportamento do cristão no mundo?



Amar o próximo como a si mesmo 

O apóstolo João evidencia que os mandamentos de Deus não são pesados ( 1Jo 5:3 ), e os mandamentos d’Ele se resumem em dois: a) crer em Cristo como o enviado de Deus, e; b) que os que n’Ele creram amem o próximo segundo o mandamento que Ele nos deu “Ora, o seu mandamento é este, que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, como ele nos ordenou” ( 1Jo 3:23 ). 

Isto significa que, se obedecemos a Deus, devemos anunciar Cristo ao próximo, pois Cristo é o amor que Deus concedeu à humanidade, e é concedendo (anunciando) Cristo aos outros que amamos os nossos semelhantes ( Jo 3:16 ; 1Jo 4:14 -16 ). O evangelista João enfatizou que os mandamentos de Deus não são pesados, visto que o mandamento de Deus é crer em Cristo, e após crer, resta ao cristão anunciar ao próximo que Jesus Cristo é o Senhor. 

A bíblia não impõe regras, antes aponta princípios, como:



Humildade 

Tudo que o crente faz deve ser realizado por ‘humildade’.  De acordo com o apóstolo Paulo, ‘humildade’ significa obediência a Deus. Veja: "humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” ( Fl 2:8 ). 

O conceito de humildade em nossos dias possui diversos significados por causa do pensamento do homem da atualidade. Por exemplo: em nossa sociedade é humilde a pessoa sem luxo, apática, sem brilho, simples. Por causa deste conceito as pessoas procuram humildade nas vestes, no carro, na casa, na fala, etc. Esta não é a humildade bíblica. 

Para muitos, humildade é sinônimo de quem não tem boa condição financeira. Outros entendem a humildade como despojamento, aquele que não faz caso dos bens que possui. Alguns entendem que humildade é reconhecer seus próprios limites, ou ser modesto. Há até aqueles que entendem que a humildade decorre de um sentimento de inferioridade, fraqueza diante de algo ou alguém. 

No entanto, a humildade que a bíblia prescreve é humilhar a si mesmo, ou seja, oferecer-se a Deus voluntariamente como servo. Aquele que voluntariamente se sujeita a obedecer a Deus se humilhou, ou seja, tornou-se escravo. Aquele que abre mão da sua condição social (livre) para tornar-se escravo humilhou-se a si mesmo. 

Se o cristão quer ser discípulo de Cristo, deve imitar o nosso Senhor: obedecendo a Deus. Daí a ordem: "Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo" ( Fl 2:3 ). Ora, tudo é lícito, porém, nada deve ser feito por contenda ou por vanglória, antes por humildade (em obediência ao seu senhor). 

É por isso que o apóstolo Paulo roga aos cristãos na condição de prisioneiro de Cristo que andem com toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando uns aos outros ( Ef 4:2 ). Os verbos amar e suportar não são contraditórios. Quem suporta é porque ama (obedece), mesmo que a afeição não seja suficiente, pois a obediência a Deus supre a falta de afeição. 

Ser humilde, manso e longânime é o modo digno da vocação celestial. O que é exigido do cristão em sociedade é superior à moral e à ética exigida pela sociedade. O cristão deve portar-se de modo a não dar escândalo a judeus, gregos e nem a igreja de Deus "Não dando nós escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado" ( 2Co 6:3 ; 1Co 10:32 ). 

O apóstolo João na sua terceira carta deixou registrado ao irmão Gaio que em tudo ele procedeu fielmente no que fazia para com os irmãos e para com os estranhos ( 3Jo 1:5 ). O fato de Gaio permanecer na fé e ensina-la aos homens é amar, e proceder fielmente em tudo o que fazia para com os irmãos e para com os estranhos é o modo é digno de se portar. Para andar de modo digno é necessário pautar-se em valores nobres como honra e dignidade, portanto não se deve levar em conta diferenças de nacionalidade, povo, língua, condição social, etc. 

Através da leitura da terceira carta do evangelista João ao irmão Gaio é possível perceber que ele dispensava o mesmo tratamento a todos os congregados, que fossem gentios ou judeus ( 3Jo 1:7 ), o que permitiu ao evangelista escrever solicitando que providenciasse o necessário para a viagem de alguns cristãos, visto que eles não quiseram receber a contribuição providenciada por cristãos convertidos dentre os gentios, o que indica que eram judeus que creram em Cristo e que precisavam viajar ( 3Jo 1:7 ).  

Um cristão sabedor de que tudo é lícito pode comer todo e qualquer tipo de carne que se vende no açougue ( 1Co 10:25 ). Este conhecimento também faculta ao cristão comer até mesmo as carnes sacrificadas aos ídolos, pois é instruído de que o ídolo nada é ( 1Co 8:4 ). No entanto, apesar da plena liberdade de decidir entre comer e não comer, o cristão não deve assentar-se à mesa dos ídolos, pois induzirá quem não tem o conhecimento necessário a comer. 

Quais seriam as conclusões de quem não tem maturidade ao assentar-se na mesa dos ídolos? Tal atitude não faria perecer o irmão de consciência fraca? ( 1Co 8:10 -11). O cristão pode comer de tudo o que se vende no mercado! Olha a extensão da liberdade cristã. Mas, apesar da liberdade, o cristão não deve usar da liberdade para dar ocasião à malicia, de modo que se comer carne escandaliza o irmão, a regra é nunca mais comer carne. 

Nunca mais comer carne evitando que o irmão se escandalize é o mesmo que o crente apresentar o seu corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Como? Tal atitude é render um culto racional a Deus, pois o crente transformou o seu comportamento à medida da renovação do entendimento ( Rm 12:1 -2). Não causar escândalo algum tanto aos gentios, quanto aos judeus e a igreja de Cristo é render um culto racional. Quando o cristão porta-se de modo digno do evangelho diante dos homens e sabe discernir o corpo do Senhor, na verdade está oferecendo um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. 

Outro exemplo: se uma pessoa que não crê em Cristo convida um cristão para uma refeição, e ele desejar ir, não há nenhuma proibição. Primeiro porque o cristão pode comer de tudo o que for posto na mesa, e segundo porque não há a necessidade de questionar de onde veio o alimento, ou como foi processada a bebida, ou quais os ingredientes do molho, etc. ( 1Co 10:27 ). Mas, se alguém alertar que aquela comida foi ofertada aos ídolos, o cristão não deve comer. Não deve comer, não porque Deus proibiu, ou porque é pecado, antes não deve comer por causa da consciência de quem avisou ( 1Co 10:28 ). 

Mas, se o cristão se assentar a mesa sabendo que é ofertada a ídolos e comer para contender ou para se vangloriar da liberdade que possui, não o fez por humildade, pois a bíblia nos ensina quando o cristão não deve fazer coisa alguma, apesar de tudo ser lícito: "Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade, cada um considere os outros superiores a si mesmo" ( Fl 2:3 ). 

O crente não deve agir por disputa! Em uma disputa o outro é considerado oponente. A bíblia informa claramente quem é o oponente do cristão, o inimigo de nossas almas, portanto, com certeza os seus semelhantes não são os seus oponentes "Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais" ( Ef 6:12 ). 

O que se opõe ao cristão é todo engano e mentira de demônios que surge para deturpar a verdade do evangelho de Cristo. 

O objetivo de quem é contencioso é desarticular, humilhar ou até mesmo destruir o oponente. A contenda não aceita soluções de paz. A contenda é como fogo, enquanto houver combustível não para de se alastrar, destruindo tudo à sua volta "Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens" ( Rm 12:18 ). 

Quando o cristão lida com os irmãos em Cristo, tem que ter em mente que somos membros uns dos outros, logo, não deve haver contendas entre nós. E, quando lidamos com o pecador, sabemos que Cristo derramou sua alma na morte para resgatá-los do pecado, portanto não há lugar onde o servo de Deus possa agir por contenda. 

É sem valor querer mostrar ou provar superioridade quando se está em Cristo, pois em Cristo ninguém é melhor ou pior “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” ( Gl 3:27 -28). 

Portanto, nada se deve fazer por vanglória! O dicionário descreve vanglória como presunção infundada de valor próprio "Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?" ( 1Co 4:7 ). Quando a motivação é mostrar superioridade, o cristão não se deve fazer. 

Nenhum crente é isento de ser tentado a agir por vanglória, mas deve resistir a esta tentação porque a vanglória é maligna "Mas agora vos gloriais em vossas presunções; toda a glória tal como esta é maligna" ( Tg 4:16 ). Agir por vanglória é aceitar a sugestão de Satanás, portanto, se for se gloriar, que se glorie no Senhor "... Aquele que se gloria glorie-se no Senhor" ( 1Co 1:31 ); "Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém" ( 1Pd 4:11 ). 

O adversário, continuamente, lança setas contra os cristãos. ‘Setas’ são mensagens malignas que procuram distorcer a compreensão do cristão no que tange à verdade das Escrituras. Assim como Satanás tentou dissuadir o Senhor Jesus, até mesmo nos últimos segundos de vida, de morrer na cruz por nós, igualmente ele tenta dissuadir os cristãos de experimentarem a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. 

Deus quer compartilhar a sua glória com o homem, mas o adversário do crente tenta minar o entendimento com questões desta vida para que permaneça com o que é passageiro. A glória do homem é efêmera, passageira: "... não é aprovado quem a si mesmo se louva, mas, sim, aquele a quem o Senhor louva" ( 2Co 10:18 ); "Porque Toda a carne é como a erva, E toda a glória do homem como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor" ( 1Pd 1:24 ). 

Embora bom comportamento não torne o homem pior nem melhor diante de Deus, quem prima por um bom comportamento terá uma existência neste mundo mais aprazível. Sabemos que quando o homem crê em Cristo, Deus cria um novo homem em verdadeira justiça e santidade. Mas, com relação ao comportamento da nova criatura é necessário transformar-se, o que é gradativo. Fica a cargo do crente se desfazer do comportamento que era pertinente ao velho homem que foi crucificado e sepultado com Cristo, o que demanda instrução segundo a palavra de Deus para que haja mudança de entendimento. Somente através de uma mudança continua do entendimento é que o cristão transforma o seu comportamento em sociedade "E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus" ( Rm 12:2 ; ).



Comportamento familiar do cristão 

Certa feita o apóstolo Pedro juntamente com os demais apóstolos disseram: "Mais importa obedecer a Deus do que aos homens" ( At 5:29 ), isto porque as autoridades judaicas estavam proibindo os cristãos de anunciarem o Evangelho de Cristo ( At 5:27 -28), porém, a tônica da vida cristã não é a insurgência sociopolítica "TODA a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus" ( Rm 13:1 ). 

É muito importante notar que apóstolo Pedro falou esta frase porque as autoridades religiosas do povo o proibiram de anunciar as Palavras de Cristo, quando horas antes um anjo retirou o apóstolo da prisão e mandou que anunciasse a palavra do Evangelho exatamente ali no templo onde estavam. Os apóstolos não utilizaram a fala “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” para fugir de suas obrigações junto aos irmãos e a sociedade "Sujeitai-vos, pois, a toda a ordenação humana por amor do Senhor; quer ao rei, como superior" ( 1Pd 2:13 ). 

Porém, em nossos dias muitos filhos de Deus utilizam este verso para ‘injustamente’ desobedecer a Deus. Por exemplo: não cabe à mulher desobedecer ao marido, pois há uma ordem direta de Deus às mulheres com relação aos maridos. Alegar que: - “Obedeço a Deus e não o homem (marido)”, ou “Todas as coisas me são licitas...”, de nada adianta diante de Deus “Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao SENHOR” ( Ef 5:22 ); "De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos" ( Ef 5:24 ). 

A mulher deve obedecer ao marido por causa da ordem dada aos maridos "Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo" ( Ef 5:28 ); "Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido" ( Ef 5:33 ). O marido cuida da esposa com o objetivo de apresenta-la a si mesmo em obediência a palavra de Deus. O que está em voga é o objetivo da ordem: a obediência, e não o mérito da mulher: vou cuidar se ela for obediente. Os homens propõe cuidar com base no mérito (se a mulher merecer eu cuido) invertendo a responsabilidade.

Nenhum um cristão pode utilizar a Palavra de Deus para justificar sua rebeldia contra as autoridades instituídas, principalmente a estabelecida na família. 

Na bíblia a ideia de autoridade está atrelada ao dever de cuidar, portanto, não se deve conceber a ideia bíblica de autoridade segundo o curso deste mundo que é: buscar regalias negligenciando o dever. O princípio da autoridade na bíblia não contempla arbitrariedades e abusos. 

Na bíblia autoridade e obediência são faces de uma mesma moeda, de modo que o marido é apresentado positivamente como tendo autoridade sobre a mulher porque tem o dever de cuidar. A mulher tem o dever de obediência, pois a obediência fará com que ela usufrua do cuidado do marido. 

Da mesma maneira, os filhos devem obediência aos pais. Quando o filho casa deve obediência às autoridades constituídas e ao pastor. Já a mulher deve obediência ao marido e as autoridades constituídas, não mais aos pais ou aos pastores, pois um corpo só possui uma cabeça. 



Homens 

Os homens são instruídos a obedecerem aos seus pastores. A obediência que os homens devem aos pastores é concernente à palavra de Deus, pois é dever do pastor zelar pelas almas como aqueles que hão de dar conta delas a Deus. O cuidado não está em determinar o que o cristão precisa comprar, vender, investir, etc. "Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil" ( Hb 13:17 ). 

Com relação as questões desta vida o pastor deve instruir os cristãos em como cuidar das esposas, educar os filhos, ser fiel no trato, etc. O pastor orienta, diferente de impor ou determinar o que fazer.



Mulheres e Filhos

As mulheres são instadas a obedecerem aos seus maridos, como se obedecessem ao Senhor “Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao SENHOR; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos” ( Ef 5:22 -23); “Vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra” ( 1Pe 3:1 e 5). 

Os filhos devem obediência aos pais, pois os pais tem o dever de cuidado sobre os filhos “VÓS, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa; para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra” ( Ef 6:1 -2). 



Servos / empregados

Os servos deviam obediência aos seus senhores, de modo que os empregados devem obediência aos seus empregadores “Vós, servos, obedecei a vossos senhores segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo; não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus; servindo de boa vontade como ao Senhor, e não como aos homens. Sabendo que cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer, seja servo, seja livre” ( Ef 6:5 -8); “TODOS os servos que estão debaixo do jugo estimem a seus senhores por dignos de toda a honra, para que o nome de Deus e a doutrina não sejam blasfemados. E os que têm senhores crentes não os desprezem, por serem irmãos; antes os sirvam melhor, porque eles, que participam do benefício, são crentes e amados. Isto ensina e exorta” ( 1Tm 6:2 ); “Exorta os servos a que se sujeitem a seus senhores, e em tudo agradem, não contradizendo, Não defraudando, antes mostrando toda a boa lealdade, para que em tudo sejam ornamento da doutrina de Deus, nosso Salvador” ( Tt 2:10 ); "Vós, servos, sujeitai-vos com todo o temor aos senhores, não somente aos bons e humanos, mas também aos maus" ( 1Pe 2:18 ).



Todos

O apóstolo Pedro instrui a todos os cristãos, quer sejam servos, ou livros, ricos ou pobres, judeus ou gentios, homens e mulheres a sujeitarem-se a toda ordenação humana por obediência ao Senhor “Sujeitai-vos, pois, a toda a ordenação humana por amor do Senhor; quer ao rei, como superior; quer aos governadores, como por ele enviados para castigo dos malfeitores, e para louvor dos que fazem o bem. Porque assim é a vontade de Deus, que, fazendo bem, tapeis a boca à ignorância dos homens insensatos; como livres, e não tendo a liberdade por cobertura da malícia, mas como servos de Deus. Honrai a todos. Amai a fraternidade. Temei a Deus. Honrai ao rei” ( 1Pe 2:13 -17). 

Por que esta ordenança a todos os cristãos? Porque surgiriam homens que, por presidirem um ajuntamento de cristãos, utilizariam a sua posição para barganhar prestigio politico e social neste mundo. Outros apoiariam revoluções sociopolíticas em nome de Deus, outros estabeleceriam impérios corporativos, etc. O cristão busca as coisas que são de cima porque não mais pertence a este mundo "Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia" ( Jo 15:19 ). 

A ordem é clara a todos: "E não nos cansemos de fazer bem, porque à seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido" ( Gl 6:9 ). 

Há cristãos que desprezam os deveres domésticos, como o dever de cuidado do marido para com a esposa e a esposa o dever de obediência para com o marido, mas devemos ter em mente que o apóstolo Paulo, quando falou dos deveres domésticos, fez o seguinte alerta: "Sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis" ( Cl 3:24 ). 

É bem verdade que em nossos dias cumprir com deveres não é agradável, pois o pensamento que domina as sociedades da atualidade é a grita por direitos, mas todo filho de Deus não agrada a si mesmo, antes deve agradar aquele que o alistou para a guerra!

Fonte: http://www.estudobiblico.org/