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quinta-feira, 16 de junho de 2011

MESOPOTAMIA, SUMERIOS, BABILONIA

Rei Sargão, unificador das civilizações suméria e acadiana


Mesopotâmia, Sumérios, Babilônia

Os sumérios, um povo não semita, controlava a zona mais baixa do Eufrates, ou Sumer, durante o período da Primitiva Dinastia, 2800-2400 a.C. Estes sumérios nos proporcionariam a primeira literatura da Ásia, já que o mundo cuneiforme sumério se converteu ma língua clássica e floresceu na escritura das culturas da totalidade da Babilônia e a Assíria, até aproximadamente o primeiro século a.C., ainda que fosse falada de forma descontinuada até aproximadamente 1800 a.C. A origem da escrita suméria permanece ainda sumida na escuridão [1]. Pôde muito bem ter sido tomada emprestada de um povo anterior, mais primitivo, embora letrado, a respeito do qual, desafortunadamente, não se dispõe de textos inteligíveis.
A avançada cultura suméria da Primeira Dinastia de Ur, a última fase do período da Primitiva Dinastia, foi desenterrada num cemitério escavado por C. Leonard Woolley [2]. Os ataúdes de madeira das pessoas comuns, onde se encontraram alimentos, bebidas, armas, utensílios, colares, objetos de adorno em caixinhas e braceletes, sugerem a idéia de que aquelas pessoas já antecipavam uma vida após a morte. Os túmulos reais continham uma ampla provisão de objetos para o além, incluindo instrumentos musicais, jóias, roupas, veículos e inclusive serventes, que aparentemente beberam sem violência da droga que lhes foi subministrada ao efeito, ficando sumidos no último sono. no túmulo do rei Abargi foram achadas sessenta e cinco vítimas. Evidentemente, era considerado essencialmente religioso o sacrificar seres humanos no enterramento das pessoas sagradas, tais como reis oi rainhas, esperando, em conseqüência, assegurar-se servidão no além.
No campo da metalurgia, igual que nas obras artesanais dos joalheiros e cortadores de pedras preciosas, os sumérios não tiveram rival na antigüidade. Informes comerciais preservadas nas tábuas de argila, revelaram um detalhado analise de sua vida econômica. Um painel de madeira (56x26 cm) num dos sepulcros, representam cenas tanto da guerra como da paz. A falange, que tão efetivamente foi utilizada por Alexandre Magno, muitas centúrias mais tarde, era já conhecida pelos sumérios. Os princípios básicos para a construção, utilizados pelos modernos arquitetos, também lhes resultavam familiares.
Com êxito nos cultivos agrícolas e prósperos no comércio geral, a civilização suméria alcançou um avançado estádio de cultura (2400 a.C.), e indubitavelmente foi desenvolvido ao longo de um período de vários séculos. Seu último grande rei, Lugal-zaggisi, estendeu o poder sumério longe para o oeste, e alcançou o Mediterrâneo.
Nesse ínterim, um povo semítico, conhecido como acádio, fundou a cidade de Acad ao norte de Ur, sobre o Eufrates. Começando com Sargão, esta dinastia semítica ultrapassou à suméria, e desta forma mantiveram a supremacia por quase dois séculos. Após ter derrocado a Lugal-zaggisi, Sargão nomeou sua própria filha como a grande sacerdotisa de Ur, em reconhecimento ao deus-lua Nannar. Assim estendeu seu domínio por toda a Babilônia, de tal forma que Finegan fala dele como "o mais poderoso monarca" que jamais tiver governado a Mesopotâmia [3]. Seu domínio se estendeu até a Ásia Menor.
Que os acádios não tivessem nenhuma hostilidade cultural, parece estar refletido no fato de que adotaram a cultura dos sumérios. Sua escrita foi adotada pela língua semítica babilônica. Tabuinhas descobertas em Gasur, que mas tarde foi conhecida como Nuzu ou Nuzi em tempo dos humanos, as séries bíblicas, indicam que este antigo período acádio foi um tempo de propriedade, no qual o plano de instalação foi utilizado comercialmente por toda a extensão do império. Um mapa de argila, entre o extraído das escavações, é o mapa mais antigo conhecido pelo homem [4]. Sob o domínio de Naram-Sin, o neto de Sargão, o poder acádio alcançou seu ponto culminante. Sua Estela de vitórias pode admirar-se no Louvre de Paris. Contém o testemunho de suas triunfais campanhas nas montanhas Zagros. A supremacia de seu grande reino semítico declinou sob os governantes que lhe sucederam.
A invasão gutiana procedente do norte (por volta de 2080 a.C.), acabou com o poder da dinastia acádia. Embora se saiba muito pouco destes invasores caucásicos, ocuparam a Babilônia durante quase um século. Um governante em Erech em Sumer acabou com o poder dos gutianos e preparou o caminho para um ressurgimento da cultura suméria, que chegou a seu máximo esplendor sob a Terceira Dinastia de Ur. O fundador da dinastia, Ur Nammu, erigiu um grande zigurate em Ur. Tijolo por tijolo, foram escavados desta grande estrutura (61x46 m na base e alcançando uma altura de 24 m), têm escrito o nome do rei Ur-Nammu com o título de "Rei de Sumer e Acad". Aqui, Nannar, o deus-lua e seu consorte Nin-Galiléia, a deusa lua, foram adorados durante a idade dourada de Ur.
Após um século de supremacia, esta dinastia neo-suméria foi colapsada e a terra de Sumer reverteu no antigo sistema das cidades-estado. Isto permitiu aos amorreus, ou semitas ocidentais, que se tinham gradualmente infiltrado na Mesopotâmia, uma oportunidade para ganhar ascendência na questão. Virtualmente toda a Mesopotâmia foi logo absorvida pelos semitas. Zimri-Lim, cuja capital era Mari, sobre o Eufrates, estendeu sua influência (1750 a.C.) desde o curso médio do Eufrates em Canaã, como o governante do estado mais importante. O magnífico palácio de Mari teve logo quase trezentas habitações construídas numa extensão de 60.000 m2 de terreno; dos desperdícios, os arqueólogos têm recuperado algo assim como 20.000 tabuinhas cuneiformes. Estes documentos de argila que revelam os interesses políticos e comerciais dos governantes amorreus, demonstram uma eficiente administração de um império de altos vôos.
Por volta do 1700 a.C. Hamurabi, que fizera evoluir a pequena cidade de Babilônia num grande centro comercial, esteve em condições de conquistar Mari com seus extensos domínios [5]. Não somente dominou o alto Eufrates, senão que também subjugou o reino de Sami-Adad I, cuja capital estava em Assur, sobre o rio Tigre. Marduk, o rei-deus da Babilônia, ganhou uma proeminente posição no reino. O mais significativo dos logros de Hamurabi foi seu Código da Lei, descoberto em 1901 em Suas, que tinha sido tomado pelos elamitas quando caiu o reinado de Hamurabi. Já que os antigos costumes sumérios estavam incorporados nessas leis, resulta muito verossímil que elas representassem a cultura que prevaleceu na Mesopotâmia nos tempos patriarcais. Muitas das cartas de Hamurabi que foram descobertas indicam que foi um eficiente governante, emitindo suas ordens com claridade e atenção ao detalhe. A Primeira Dinastia de Babilônia (1800-1500 a.C.) se encontrava em seu apogeu, sob o mando de Hamurabi. Seus sucessores foram perdendo gradativamente prestigio até a invasão dos cassitas, que conquistaram Babilônia em 1500 a.C.


[1] Samuel N. Krammr "From tablets of Sumer" (Indian Hills, Colo.: The Falcon's Wing Press, 1856).
[2] Leonard Woolley "Ur of the Chaldees" (Nova Iorque, Charles Scribner's Son, 1930), pp. 45-68. "Ur excavation of the Royal Cemetery", p. 42.
[3] Jack Finegan, "Light from the ancient past" (Princeton University Press, 1956).
[4] Para os relatos da vida de Nuzu, ver Edward Chiera, "They wrote on clay" (University of Chicago Press, 1956).
[5] Para a datação de Hamurabi, ver Finegan, op. p. 47. Para uma mais recente discussão consultar M. R. Rowton, "The date ofício Hamurabi", Journal of Near Eastern Studies, XVII, número 2 (abril, 1958), pp. 97-111.


Fonte: Samuel J. Schultz - A História de Israel no AT
            http://www.mundoeducacao.com.br/


Pesquisa: Pastor Charles Maciel Vieira

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