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sexta-feira, 17 de junho de 2011

EZEQUIEL PROFETA - 4ª PARTE



OS LIDERES CONDENADOS

CONDENAÇÃO DO POVO ESCOLHIDO DE DEUS

A ÚLTIMA MEDIDA COMPLETA


IV. Os lideres condenados                                                           Ez 12.1-15.8
   Demonstração do exílio                                                   Ez 12.1-20
   Os falsos líderes                                                            Ez 12.21-14.11
   A condição sem esperança                                               Ez 14.12-15.8

Por uma ação simbólica, Ezequiel manifesta ante seu auditório israelita na Babilônia as amargas experiências em abastecer para os residentes que permanecem em Jerusalém. O mais patético é a última partida de um cidadão que é forçado a marchar de seu lar, sabendo que sua cidade está condenada e que se encaminha rumo ao exílio. Ezequiel demonstrou isto ao sair de seu lar através de um buraco da muralha, levando sobre seus ombros um fardo contendo algumas coisas necessárias. De forma similar, o príncipe de Jerusalém fará sua saída final da capital de Judá (12.1-16). Descrevendo as condições nos últimos dias do assédio, Ezequiel come ansiosamente seu pão e bebe sua água com temor e tremor (12.17-20).
Os chefes religiosos são responsáveis por enganar o povo, assegurando-lhes a paz, quando a ira de Deus os está aguardando. As mulheres, do mesmo modo, foram culpadas de causar no povo que se acredite em mentiras [1]. Todos os que profetizam falsamente estão condenados pelo mal que causaram falando. Ezequiel, com coragem, acusa os anciãos, que concorrem diante dele para perguntar ao Senhor, levando ídolos em seus corações. O profeta os urge a que se arrependam, não seja que a ira de Deus caia também sobre eles.
Jerusalém é tão pecadora, que não haverá ninguém que possa salvá-la de sua destruição (14.12-15.8).
Muito verossimilmente, o povo acredita que a causa do grupo de justos que há na cidade, Deus posporá seus juízos, como tinha feito no passado. Em uma final e solene advertência, Ezequiel diz a seu auditório que incluso ainda que Noé, Daniel ou Jó estivessem em Jerusalém, Deus não salvaria a cidade. eles somente poderiam salvar a si mesmos. Como uma vinha no bosque, disposta para ser queimada, assim os habitantes de Jerusalém esperam o juízo de Deus.


V. Condenação do povo escolhido de Deus                               Ez 16.1-19.14
   A história espiritual de Israel                                            Ez 16.1-63
   O rei infiel                                                                     Ez 17.1-24
   A responsabilidade individual                                             Ez 18.1-32
   Lamentação pelos príncipes de Israel                                 Ez 19.1-14

Em linguagem alegórica, Ezequiel descreve a corrupção da religião israelita. quando Israel era como um menino recém-nascido, inerme e desamparado, eles foram escolhido por Deus e ternamente nutridos como o povo de sua eleição. Gozando dessas divinas bênçãos, Israel cometeu deliberadamente a idolatria em sua apostasia, como uma prostituta em seus passos pecaminosos. Em lugar de ser devotos de Deus, desperdiçaram as coisas materiais que tão abundantemente lhes tinham subministrado. Os pais, inclusive, chegaram a oferecer seus filhos em sacrifício aos ídolos. Através do tempo, acariciaram o favor das nações pagãs, tais como Egito, Assíria e Caldeia. A queda de Samaria deveria ter sido interpretada como um aviso dado a tempo [2]. A sentença contra Judá conclui com uma promessa de resistência (16.53-63). Deus lembrará sua aliança com eles em reconciliação após eles ter sido devidamente castigados por seus pecados.
Em outra alegoria ou charada (17.1-24), Ezequiel apresenta a condenação política de Judá, ilustrando especificamente o precedente capítulo. O rei da Babilônia, como uma águia ou um abutre que se lança sobre a copa de um cedro, tem interrompido a dinastia davídica. O rei substituto, obviamente Zedequias, rompera seu convênio com a Babilônia e voltará ao Egito em busca de ajuda, em lugar de depositar sua fé em Deus. em conseqüência, será tomado e levado cativo para morrer na terra do exílio.
Aparentemente, os exilados chegaram à conclusão de que estão sofrendo a causa dos pecados de seus pais (18.1ss.). Seguramente, o exílio era um lugar de sofrimento coletivo (11.14-21), porém em claro sem definidos termos, Ezequiel traça uma línea de demarcação entre os justos e os infiéis. Incluso ainda que todos devam sofrer no presente, a última distinção entre eles é uma questão de vida ou morte, os injustos perecem, os justos viverão. Como as leis básicas do Pentateuco estão dirigidas ao indivíduo, assim Ezequiel ressalta a responsabilidade de cada israelita.
Tendo tratado com o problema do indivíduo, Ezequiel reverte ao tema de máxima importância: o destino de Jerusalém. Em uma lamentação (19.1-14), expressa o patético desenvolvimento que terão os acontecimentos, mostrando o príncipe de Judá como um leão capturado com cepos e engaiolado para sua deportação à Babilônia. Ele lamenta que a destruição do reino seja tão completa, e que não sobre nem uma vara nem um cetro para governar [3].

VI. A última medida completa                                                     Ez 1-24.27
   O fracasso de Israel                                                       Ez 20.1-44
   O juízo em processo                                                       Ez 20.45-22.31
   Conseqüências da infidelidade                                           Ez 23.1-49
   Ezequiel moderado para o juízo                                        Ez 24.1-27

Durante dois anos, o profeta, como uma atalaia, tem advertido fielmente o povo. Mais uma vez, no 591, uma delegação de anciãos assenta-se diante dele, para inquirir a vontade do Senhor. Zedequias ainda está no trono de Jerusalém.
Ezequiel revisa mais uma vez a história de Israel. Desta vez, ressalta que Deus escolheu a Israel no Egito, lhe deu sua lei, e os levou à terra de Canaã, mas eles não fizeram outra coisa senão provocá-lo com seus ídolos, ritos pagãos e sacrifícios, em seu furor, Deus os espalhou, e finalmente os voltará a trazer, purificados em graça a seu Pai nome (21.1-44).
A pronunciação desta revisão carrega a ênfase do juízo que se segue como seqüência natural. Deus está acendendo um fogo para consumir o Negueve (20.45-49). Está afiando sua espada, levando o rei da Babilônia a Jerusalém num ato de juízo (21-22). Os príncipes têm derramado sangue inocente, o povo é culpado dos males sociais, quebrantando a lei e esquecendo a Deus. Jerusalém se converterá num forno para purificar o povo, enquanto se derrama Sua ira.
O pecado das alianças com os estrangeiros está desenvolvido no capítulo 23, segundo Samaria, chamada de Aolá, e Jerusalém, chamada Aolibá, levam sobre si o cargo da prostituição.
As alianças com nações estranhas, que freqüentemente implicam o reconhecimento de deuses pagãos, constituem uma grave ofensa para o Senhor [4]. Desafortunadamente, Judá falhou em ver a queda da Samaria como um aviso. Em vista de seus pecados, Jerusalém está advertida de que os caldeus virão a exercitar seu juízo sobre eles [5]. O copo do furor de Deus está na mão.
No mesmo dia 15 de janeiro de 588, quando os exércitos babilônicos rodearam Jerusalém, Ezequiel recebeu outra mensagem (24) [6]. Não se indica se Ezequiel dramatizou isto numa ação simbólica ou a produziu verbalmente em forma de alegoria. Tendo diante dele um cordeiro escolhido na panela, que representa a Jerusalém, Ezequiel extrai a conseqüência da destruição. A panela com manchas de ferrugem, figurando manchas de sangue, é colocada sobre o fogo até que se funde. No processo de sua fundição, as manchas sangrentas são tiradas, ilustrando claramente com isso que as manchas de sangue de Jerusalém serão tiradas só por meio da completa destruição. No curso desta representação gráfica, morre a esposa de Ezequiel.
Como um sinal significativo para seu auditório, se ordena a Ezequiel não levar luto publicamente. Tampouco o povo o levará quando receba as notícias de que o templo de Jerusalém tem sido destruído. O Deus soberano faz isto para que eles saibam que Ele é o Senhor.
Em conclusão, Deus assegura a Ezequiel que quando as notícias do fado de Jerusalém lhe cheguem, sua surdez acabará.


[1] "Feiticeira" seria um melhor termo moderno que "profetisa" para as mulheres descritas em 13.17-23, de acordo com Ellison, op. cit., pp. 56-57. As únicas outras "profetisas" mencionadas nas Escritura são Miriã, Débora, Hulda e Noadia.
[2] Ver Jr 3.6-13.
[3] Ver Is 6.13.
[4] a demanda de um rei nos dias de Samuel (1 Sm 8.5) reflete o fato de que o povo estava impressionado com os reis pagãos. Salomão fez uma aliança com o Egito (1 Rs 3.1). No Reino do Norte, Jeú pagou tributo ao rei assírio Salmaneser III, como é sabido pelo Obelisco Preto, ver Pritchard, Ancient Near Eastern Texts, p. 280. O Reino de Judá esteve mais seriamente implicado com a Assíria, por Acaz (2 Rs 16.7 e Is 7.1-17), que desafiou a Isaias ao fazer uma aliança com Tiglate-Pileser III. Note-se também Ezequiel e os babilônicos em Is 39.6.
[5] Note-se a advertência da condenação de Jerusalém anunciada por Isaias (Is 39.6, 2 Rs 20.17).
[6] O ano nono e o mês décimo (15 de janeiro de 588 a.C.). Ver Parker ;v Dubberstein, Babylonian Chronology, p. 26; e Thiele, The Mysterious Numbers of Hebrew Kings, p. 164.. Note-se também Jr 39.1 e 2 Rs 25.1


Fonte: Samuel J. Schultz - A História de Israel no AT


Pesquisa: Pr. Charles Maciel Vieira

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