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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

O QUE ME OPRIME


Quando usamos o verbo "oprimir", temos um consenso religioso de que algo de origem maléfica pode estar se desencadeando, ou surgindo. Dentre os significados, podemos apontar "carregar ou sobrecarregar com grande peso". O trabalho árduo nos oprime, faz cansar a mente, o corpo, trazendo um estresse, uma fadiga, uma vontade de haver um ponto final em todo esse processo. O apóstolo Paulo falou sobre, ponderando da seguinte maneira: "Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas" (2 Coríntios 11.28). Outra colocação para "oprimir", é estar "atribulado", onde Paulo diz: "Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados" (2 Coríntios 4.8). Se formos ver o contexto do que Paulo passava, sendo uma pessoa com vida sem mácula, teremos uma lista bem extensa: trabalhos, fadigas, vigílias forçadas, jejuns (jejum forçado), frio (sem agasalho adequado), nudez (falta de roupa), pedrada na cabeça (em nome da fé em Jesus), apanhou (igual um criminoso merecedor), e parando aqui, prisões (por causa de não negar o Evangelho de Jesus). Mas o que mais OPRIMIA nosso irmão Paulo, era a tal da "igreja", pois o que foi citado são chamados de "coisas exteriores". Paulo está aqui hoje, e não tem onde esconder seus olhos de tanta presepada "gospel". Vou citar o que me OPRIME, na igreja contemporânea:


01 - Falta do ensino da Palavra de Deus. Ensinam e falam qualquer besteira e asneira, e deixam a Palavra de Deus de lado. Existe tanto de Deus, da palavra de Deus para pregar, ensinar, tendo seminários para aprender e compreender a Palavra de Deus, mas não dão valor, não querem aprender, pois "já sabem tudo". Que vergonha, que oprimissão;


02 - Falta de ensino da Palavra de Deus (Parte 2). As almas que chegam agora, os novo crentes, aprendem uma variedade de modismos, ensinamentos sem base na Bíblia. Aprendem a "determinar", "profetizar", "visão", "revelação"(não é a revelação da Palavra), "triunfalismo humano", "músicas de afronta", "pregações de afronta", "palavras ou gritos de ordem", "contextos espirituais estranhos ao ensinamento bíblico", e uma mazela de costumes estranhos e desorientados: adivinhação através da Bíblia (Bibliomancia); apologia ao "monte"; apologia ao "vale"; apologia àquilo que é "tremendo"; ou seja, "morte na panela".


03 - Falta de discipulado. O discípulo é um aluno, que precisa aprender mais da Palavra, da vontade de Deus através da Palavra. Há pessoas que já são obreiros no nosso mundo evangélico, e não tem a consciência de que precisam aprender mais. Foram mal ensinados, ou aprenderam na "marra", na necessidade da "obra", fazendo conforme viam os outros fazerem, orando conforme viram pessoas orarem, e pasmem, tais pessoas não estão abertas a melhorarem, pois já pensam saber tudo. Parece coisa de "nasci católico e vou morrer católico". Agora imagine só os novos convertidos sendo ensinados por essas pessoas. A Bíblia passa a ser somente um paliativo. Não sabem discernir um texto narrativo de um texto doutrinário, e não querem aprender, pois "já sabem". Temos obreiros e obreiras que acham melhor jogar fora uma pessoa difícil do que cuidar dela. Tais obreiros não tem equilíbrio na Palavra de Deus. A falta de alicerçamento na Palavra de Deus não é substituída pela "espiritualidade" pessoal. Qualquer vento de doutrina, qualquer revelação nova, qualquer evangelho estranho, que não foi ensinado por Jesus, nem por Paulo, nem pelos escritores neo-testamentários, acabam sendo aceitos como vindo de "Deus". Não sabem falar, dentro da Palavra de Deus, sobre a salvação em Jesus.


Esses três tópicos, já OPRIMEM, já ATRIBULAM, e Paulo, inspirado por Deus, diz: "Fiz-me acaso vosso inimigo, dizendo a verdade?" (Gálatas 4.16). Não existe uma pretensão de apontar ou perseguir algum "ministério", mas de retratar algo que já oprimia Paulo, em sua época, e que me oprime. De repente, ironicamente falando, uma "oração forte" liberte a igreja dessa falta de base bíblica, ou de repente me liberte dessa "oprimissão", pois "me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas".


Pr. Charles Maciel Vieira, D.Th. 

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