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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

A conexão dos gêmeos idênticos por toda a vida

 Conteúdo não teológico, mas importante ao conhecimento:

São bastante conhecidas as fabulosas histórias de irmãos gêmeos que, mesmo a quilômetros de distância, conseguem perceber o que o outro está sentindo e manter uma conexão com ele mesmo sem trocar uma simples palavra. Embora essa telepatia nunca tenha sido comprovada cientificamente, é inegável que existe, especialmente entre os gêmeos idênticos, uma ligação capaz de durar por toda a vida.

No campo da ciência, essa conexão tem sido estudada há mais de um século. As pesquisas se dividem em duas áreas. São realizadas a partir dos aspectos biológicos e dos fatores ambientais, ainda que muitas vezes eles precisem ser analisados conjuntamente e essa mescla seja essencial para a tomada de conclusões.

DNA idêntico faz a diferença


O que torna os gêmeos idênticos objetos de pesquisa extremamente interessantes é uma característica peculiar. Eles dividem o mesmo DNA. O ácido desoxirribonucleico é o código com instruções genéticas que coordena o crescimento e desenvolvimento de todos os seres vivos.

No caso dos gêmeos idênticos ele é exatamente igual, salvo quando acontece algum problema durante a gestação. Quando das crianças não têm as mesmas características físicas, o DNA é diferente. Ou seja, gêmeos fraternos têm o código genético tão diferente quanto bebês nascidos em gestações separadas.

A partir do DNA coletado de irmãos gêmeos os estudos tentam determinar até que ponto a genética tem influência no desenvolvimento das doenças e qual a participação dos fatores ambientais, uma vez que os irmãos, apesar de compartilharem os mesmos genes, quando envelhecem normalmente criam famílias diferentes. Foi em pesquisas desse tipo que se constatou, por exemplo, que a esquizofrenia tem na genética uma de suas bases para o desenvolvimento. Já a artrite é causada muito mais por fatores ambientais.

Vínculo entre gêmeos se desenvolve consciente e inconscientemente

Todavia, a conexão entre eles vai muito além da genética. É por isso que os estudos mais adequados para analisar esse tipo de vínculo são os comportamentais. Pesquisa de Sophie Casse, da American University, demonstrou que "muitos os psicólogos acreditam que a ligação
entre gêmeos começa no útero e se desenvolve, consciente e inconcientemente, durante toda a vida".

O estudo mostrou que existe uma proximidade maior entre os gêmeos idênticos mesmo em comparação aos gêmeos com características físicas diferentes, ainda que a variação da pontuação média das entrevistas realizadas para determinar essa característica não tenha sido grande (4,87 contra 4,71).

Gêmeos idênticos mostram ligação mais profunda


Um dado significante dessa pesquisa foi a descoberta de que a grande maioria dos gêmeos idênticos afirmou não ter qualquer vontade de se diferenciar um em relação ao outro para as outras pessoas. Já os irmãos que não tinham características físicas iguais demonstraram o desejo de provar que cada um possuia características próprias e não eram indivíduos parecidos no que se referia a gostos e reações pessoais.

O estudo apresentou dois outros resultados em que houve grande diferença entre o grupo de gêmeos iguais e os que não eram idênticos. Os irmãos com mesmas características físicas asseguraram ter uma ligação mais profunda entre eles e disseram que essa conexão era projetada nos relacionamentos que tinham com as outras pessoas da família e também com indivíduos que não pertenciam ao grupo familiar.

Já os gêmeos que não eram idênticos apresentaram um índice de conexão entre eles menor, o que também se refletiu no relacionamento com os outros integrantes da família e pessoas de fora do círculo familiar.

Educação oferecida pela mãe seria razão da proximidade

Na tentativa de descobrir as causas que levam à essa proximidade maior entre os gêmeos idênticos, o estudo afirmou ser a questão ambiental como o motivo mais provável de tal conexão, especialmente o tipo de educação recebida.

De acordo com a pesquisa, as mães de gêmeos fraternos e gêmeos idênticos costumam ter comportamentos diferentes na criação. No primeiro caso, a individualidade é incentivada. No segundo, como a aparência é igual, os irmãos são vistos como tendo uma identidade unitária e por isso são criados de forma simétrica, o que amplificaria as semelhanças entre eles no que é chamado de "efeito de assimilação".

Dessa forma, as crianças passam a agir como uma unidade. Além disso, o gêmeo pode perceber o irmão como uma extensão dele próprio e olhar para ele como um clone. Ter um companheiro como esse é reconcortante e conveniente. Com o tempo, esse laço vai se reforçando e criando vínculo ainda mais forte.


Fonte: http://ciencia.hsw.uol.com.br

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