Páginas

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

O REINO DE DEUS - POR ANTHONY HOEKEMA




O Reino de Deus é o tema central da pregação de Jesus e, por extensão, da pregação e ensino dos apóstolos. Foi mencionado anteriormente que um dos eventos que o crente veterotestamentário aguardava era a vinda do Reino de Deus, e que essa expectação estava conectada, especialmente em Daniel, com o aparecimento futuro do Filho do Homem. A chegada do Reino de Deus, portanto, bem como sua permanência e consumação final, deve ser vista como um aspecto essencial da escatologia bíblica. Georg Ladd faz o seguinte comentário: “Uma vez que a missão histórica de Jesus é vista pelo Novo Testamento como um cumprimento da promessa vétero-testamentária, toda a mensagem do Reino de Deus incorporada nos atos e palavras de Jesus pode ser incluída na categoria da escatologia” 1.
Como podemos verificar no levantamento histórico encontrado no apêndice, o Reino de Deus é um conceito extremamente importante nas discussões escatológicas modernas. Ritschl, Harnack e C.H. Dodd consideram o Reino, no ensino de Jesus, como exclusivamente presente, enquanto que homens como Weiss, Schweitzer e Moltmann ensinavam que o reino era exclusivamente futuro. Ainda outros eruditos bíblicos, como Geerhardus Vos e Oscar Cullmann, viam o Reino tanto como presente quanto como futuro - presente em um sentido e futuro em outro 2.  Para chegarmos a uma avaliação destes pontos de vista conflitantes, deveremos ter de examinar, cuidadosamente, o conceito do Reino de Deus.
No início do Novo Testamento, ouvimos João, o Batista, e Jesus, ambos anunciando a vinda do Reino de Deus. João Batista veio pregando no deserto da Judéia, dizendo: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 3.2) 3. João exortava seus ouvintes, preparando para a vinda deste Reino, que seria inaugurado pelo Messias, designado apenas como “O que Haveria de Vir”. João viu a missão d Aquele que Haveria de Vir como sendo primeiramente de separação: aqueles que se arrependessem ele salvaria, e julgaria os que não se arrependessem. João, na verdade, “esperava essa dupla obra messiânica acontecer em um evento escatológico único” 4.  Ele tinha pregado que o Messias vindouro iria tanto “recolher o seu trigo no celeiro” como queimar a palha em fogo inextinguível (Mt 3.12). Quando João estava na prisão, começou a refletir sobre o fato de que, embora tivesse visto Jesus realmente recolhendo trigo, não o vira queimando palha. Isso levou João a enviar seus discípulos a Jesus, e a perguntar: “És tu aquele que estava para vir, ou havemos de esperar outro?” (Mt 11.3). Na resposta, Jesus citou profecias do Antigo Testamento que estavam sendo cumpridas em seu ministério; profecias acerca dos cegos recebendo sua visão e dos coxos sendo reabilitados (vs 4-5). As palavras de Jesus implicavam que a fase de julgamento de seu ministério, como João a tinha descrito, deveria vir mais tarde; assim temos aqui a primeira alusão ao fato de que a primeira vinda do Messias deveria ser seguida por uma segunda - um fato que João  não tinha entendido claramente.
Jesus também anunciou a vinda do Reino, em palavras que soavam semelhantemente àquelas de João Batista: “O tempo está cumprido e o Reino de Deus está próximo 5; arrependei-vos e credes no evangelho” (Mc 1.15). Porém, embora as pregações de João Batista e de Jesus soassem como semelhantes, havia uma diferença básica entre elas. A chave para a diferença é encontrada nas palavras de Jesus: “O tempo está cumprido”. Enquanto João tinha dito que o Reino estava para vir na pessoa daquele que Haveria de Vir, Jesus disse que o tempo predito pelos profetas agora estava cumprido (Lc 4.21), e que o Reino agora estava presente na sua própria pessoa. Dessa forma, por exemplo, Jesus podia dizer o que João Batista nunca falou: “O Reino de Deus é chegado sobre vós” (Mt 12.28; Lc 11.20) 6.  Por esta razão, então, Jesus pode falar acerca de João Batista: “Entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior do que João Batista; mas o menor no Reino dos céus é maior do que ele” (Mt 11.11). João foi o precursor do Reino, mas ele próprio ficou do lado de fora dele; ele anunciou a nova ordem de coisas, mas não era ele próprio parte dela. Ladd descreve da seguinte maneira a diferença entre as pregações do Reino por João Batista e por Jesus: “João tinha anunciado uma visitação iminente de Deus, o que significaria o cumprimento da esperança escatológica e a vinda da era messiânica. Jesus proclamou que essa promessa estava de fato sendo cumprida... Ele anunciou, corajosamente, que o Reino de Deus tinha vindo a eles... A promessa foi cumprida na ação de Jesus: em sua proclamação das boas novas para os pobres, liberdade para os cativos, visão restaurada para o cego, libertando aqueles que eram oprimidos. Isso não era uma teologia nova ou nova idéia ou nova promessa; era um novo evento na história” 7.  
Podemos dizer, portanto, que Jesus mesmo inaugurou o Reino de Deus cuja vinda tinha sido predita pelos profetas do Antigo Testamento. Por causa disso, nós devemos ver o Reino de Deus sempre como indissoluvelmente ligado à pessoa de Jesus Cristo. Nas palavras e feitos de Jesus, milagres e parábolas, ensino e pregação, o Reino de Deus estava dinamicamente ativo e presente entre os homens.
Às vezes, nos Evangelhos, o nome de Cristo é igualado com o Reino de Deus. Isto será evidente se olharmos para as passagens paralelas, nos Sinóticos, que tratam da história do jovem rico. Em resposta à pergunta de Pedro: “Eis que nós tudo deixamos e te seguimos: que será, pois, de nós?” (Mt 19.27), Jesus diz: “Todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou campos, por causa do meu nome, receberá muitas vezes mais e herdará a vida eterna” (v.29). No paralelo, em Marcos, Jesus fala de deixar todas estas coisas “por causa do Reino de Deus” (Lc 18.29).
Encontramos uma equiparação similar entre Cristo e o Reino no livro de Atos. Filipe é descrito como alguém “que os evangelizava a respeito do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo” (At 8.12). E Paulo é descrito no último versículo do livro de Atos como “pregando o Reino de Deus e ensinando acerca do Senhor Jesus Cristo” (At 28.31, RSV).
Passagens desse tipo talvez ajudem a explicar porque não lemos tanto acerca do Reino de Deus nas Epístolas quanto nos Evangelhos. Nos escritos de Paulo, na verdade, o termo reino é encontrado apenas treze vezes, e nas Epístolas não-paulinas ele é encontrado apenas cinco vezes. Isto não significa, entretanto, que os Apóstolos não ensinavam ou pregavam o Reino. O comentário de Karl Ludwig Schimidt é útil aqui: ‘Desta forma, podemos  ver porque a Igreja apostólica é pós-apostólica do NT não falava muito do basileia tou theou (Reino de Deus) explicitamente, mas sempre o enfatizou implicitamente através de sua referência ao kyrios lesous Christos (= O Senhor Jesus Cristo). Não é verdade que ele agora colocou a Igreja em lugar do Reino pregado por Jesus de Nazaré. Pelo contrário, a fé no Reino de Deus persiste na experiência de Cristo pós-Páscoa” 8. 
Deveríamos dizer, neste ponto, algo a respeito da distinção entre Reino de Deus e Reino dos céus. Somente Mateus usa a última expressão; em todas as outras partes do Novo Testamento encontramos Reino de Deus (com variações ocasionais como Reino de Cristo ou Reino de nosso Senhor). Embora  alguns tenha tentado encontrar uma diferença de sentido entre estas duas expressões, deve ser mantido que Reino dos céus  e Reino de Deus são sinônimos em seu significado. Uma vez que os judeus evitavam o uso do nome divino, na prática judaica ulterior, a palavra céus era usada freqüentemente como um sinônimo para Deus; porque Mateus estava escrevendo primeiramente para leitores judeus, podemos entender sua preferência por esta expressão (embora até Mateus utilize o termo Reino de Deus quatro vezes). A expressão malkuth shamayim (reino dos céus) é encontrada na literatura judaica ulterior; a frase que Mateus geralmente utiliza, basileia ton ouranon (reino dos céus), é uma tradução grega literal desta expressão hebraica. Uma vez que as expressões Reino dos céus e Reino de Deus são intercambiáveis nos sinóticos, podemos concluir seguramente que não há diferença de significação entre as duas.
Como deveremos definir o reino de Deus? Esta não é uma tarefa fácil, especialmente porque o próprio Jesus nunca forneceu uma definição do reino. Também não encontramos tal definição nos escritos apostólicos; as palavras de Paulo em Rm 14.17: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”, mesmo que úteis e esclarecedoras, não são exatamente uma definição. Deveremos ter de agir indutivamente.
Georg Eldon Ladd indica que os Evangelhos nem sempre falam da mesma maneira acerca do Reino; ele encontra pelo menos quatro usos distintos da expressão 9. 
Muitos eruditos bíblicos têm enfatizado um ou outro significado, freqüentemente refletindo sua posição teológica particular. Naturalmente, é também bem possível que as diferentes maneiras pelas quais Jesus e os Apóstolos falaram sobre o Reino representem facetas diversas de uma única, porém complexa idéia.
Ao procurarmos o significado central do Reino, a primeira questão a ser colocada é se o Reino vigora sobre um setor ou território sobre o qual Deus governa, ou sobre o Reino ou governo de Deus como tal. A concepção mais amplamente aceita do Reino de Deus é que seu significado principal é o Governo ou Reino de Deus mais do que um território sobre o qual ele governe. Ladd menciona dezoito fontes recentes que representam o Reino como o Governo ou Reinado de Deus 10. Ele cita uma porção de passagens do Novo Testamento, tanto dos Evangelhos como de fora deles, que trazem o pensamento de que o Reino é o Reino de Deus 11. Embora ocasionalmente o termo “reino” tenha conotação de espaço, ao referir-se a uma ordem de coisas ou a um estado de paz e felicidade, normalmente ele descreve o Reinado de Deus sobre o seu povo.
Não há dúvida de que o primeiro significado, especialmente o de domínio como o exercício da dignidade real, é pronunciamentos centrais acerca do “Reino dos Céus” nos Evangelhos. Então, o significado espacial do Reino é secundário. Quando o texto diz que basileia ton ouranon “está próximo”... não deveríamos pensar primeiramente em uma entidade espacial ou estática que esteja descendo dos céus, mas antes em um governo real divino que de fato e efetivamente começa sua operação; por causa disso, devemos pensar na ação divina do rei 12.    
... O Reino dos Céus pregado por João e Jesus é antes de tudo um processo de caráter dinâmico... Pois a vinda do Reino é o estágio inicial do grande drama da história do fim 13.    

            Portanto, o Reino de Deus deve ser entendido como o Reinado dinamicamente ativo de Deus na história humana através de Jesus Cristo, cujo propósito é a redenção do povo de Deus do pecado e de poderes demoníacos, e o estabelecimento final dos novos céus e nova terra. Isto significa que o grande drama da história da salvação foi inaugurado e que a nova era foi instaurada 14. O Reino não deve ser entendido como apenas a salvação de certos indivíduos ou mesmo como o Reino de Deus no coração de seu povo; não significa nada menos que o Reino de Deus sobre todo o seu universo criado. “O Reino de Deus significa que Deus é Rei e age na história para trazer a história a um alvo divinamente determinado”15.
            Fica evidente, portanto, que o Reino de Deus, como descrito no Novo Testamento, não é um estado de atividade realizada através de conquistas humanas, nem a culminação de esforços humanos extenuantes. O Reino é estabelecido pela graça soberana de Deus e suas bênçãos devem ser recebidas como dons dessa graça. A tarefa do homem não é trazer o Reino para a existência, mas nele ingressar pela fé, e orar para que ele seja mais e mais capacitado a submeter-se ao governo beneficente de Deus, em todas as áreas de sua vida. O Reino não é a escalada ascendente do homem para a perfeição mas a irrupção de Deus na história humana para estabelecer seu Reinado e para levar adiante seus propósitos 16.
            Dever-se-á acrescentar que o Reino de Deus inclui tanto um aspecto positivo como um negativo. Ele significa redenção para aqueles que o aceitam e nele ingressam pela fé, e juízo para aqueles  que o rejeitam. Jesus deixa isto muito claro em seus ensinos, especialmente em suas parábolas. Aquele que ouve as palavras de Jesus, e as pratica, é como um homem que constrói sua casa sobre a rocha, enquanto aquele que ouve as palavras de Jesus, mas não as pratica, é semelhante ao homem que constrói sua casa sobre a areia - e grande foi a sua queda (Mt 7.24-27). Aqueles que aceitam o convite para as bodas, se regozijam e estão felizes, enquanto que aqueles que rejeitam o convite são entregues à morte, e o homem sem as vestes nupciais é lançado fora nas trevas (Mt 22.1-14). Na verdade, porque a nação de Israel, como um todo, rejeitou o Reino, Jesus disse que o Reino de Deus seria tirado deles e dado a uma nação que produzisse seus frutos (Mt 21.43). O propósito  primeiro do Reino de Deus é a salvação, no sentido integral da palavra, daqueles que nele ingressam - porque “Deus não enviou seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para salvar o mundo através dele” (Jo 3.14, NIV). Mas aqueles que rejeitam e desprezam o Reino receberam o maior julgamento: “Todo o que cair sobre esta pedra [a pedra angular, que é Jesus Cristo] ficará em pedaços’; e aquele sobre quem ela cair, ficará reduzido a pó” (Lc 20.18)
            Quais são os sinais da presença do Reino? Um destes sinais é a expulsão de demônios por Jesus. Quando Jesus fez isto, mostrou que ele havia conquistado uma vitória sobre os poderes do mal e que, por causa disto, o Reino de Deus tinha chegado. O próprio Jesus salientou isto, quando disse aos fariseus que argumentavam que ele estava expulsando demônios por Belzebu, o príncipe dos demônios: “Se, porém, eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o Reino de Deus sobre vós” (Mt 12.28).
            Um outro sinal é a queda de Satanás. Quando os setenta retornaram de sua missão, dizendo que até os demônios se sujeitavam a eles em nome de Cristo, Jesus é citado dizendo: “Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago” (Lc 10.18). Não há dúvida de que estas palavras devem ser interpretadas figuradamente, não literalmente. Elas significam que “a vitória sobre Satanás”, que o pensamento judaico situava conjuntamente no fim da era, aconteceu na história, em certo sentido, na missão de Jesus”17. Podemos dizer que, nessa época, o poder do Reino de Deus entrou na história humana através do ministério dos discípulos - um ministério, entretanto, que estava baseado na vitória que Jesus já tinha conquistado sobre Satanás. Resta dizer que esta vitória sobre Satanás, embora decisiva, ainda não é final, uma vez que Satanás continua ativo durante o ministério subseqüente de Jesus (Mc 8.33; Lc 22.3 e 31). O que de fato aconteceu durante o ministério de Jesus foi uma espécie de amarração de Satanás (veja Mt 12.29 e compare com Ap 20.2) - isto é, uma restrição de suas atividades. Que tipo de restrição isto envolveu nos veremos mais adiante.
            Ainda um outro sinal da presença do Reino foi a realização de milagres por Jesus e seus discípulos. Na operação desses milagres era efetuada a vinda do Reino. O próprio Jesus indicou isto em sua reposta a João Batista, na qual ele instruiu seus discípulos como segue: “ide, e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado  o evangelho” (Mt 11.4-5). Mas estes milagres foram apenas sinais; eles tinham suas limitações. Primeiro, nem todos os doentes foram curados, nem todos os mortos ressuscitados. Mais ainda, os doentes que foram curados, os coxos que tiveram seu andar recuperado e os mortos que foram ressuscitados, ainda tinha de morrer. Os milagres tinham função provisória, indicando a presença do Reino, mas ainda não marcando sua consumação final.
Mais um sinal, até mais importante que o último, era a pregação do Evangelho. Os milagres de cura não foram o maior dom que Jesus concedeu. Muito mais importante foi a salvação ele trouxe àqueles que creram - uma salvação mediata ou, seja, através da pregação do Evangelho. Quando Jesus disse aos setenta: “Não obstante, alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem e, sim, porque os vossos nomes estão arrolados nos céus” (Lc 10.20), ele estava restaurando o senso de prioridade deles. É significativo, portanto, que na resposta de Jesus a João Batista, citada acima, o sinal último e culminante, que mostra que Cristo verdadeiramente é o Messias e que o Reino verdadeiramente veio, é este: “aos pobres está sendo pregado o evangelho” (Mt 11.5).
A dádiva do perdão de pecados  é um sinal da presença do Reino. Nos profetas do Antigo Testamento, o perdão dos pecados tinha sido predito como uma das bênçãos da era messiânica vindoura (vejam-se Is 33.24; Jr 31.34; Mq 7.18-20; Zc 13.1). quando Jesus veio, ele não somente pregou acerca do perdão de pecados mas, realmente, o concedeu. A cura do paralítico, após Jesus ter perdoado seus pecados, foi uma prova de que “o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados” (Mc 2.10). o fato de que os escribas acusaram Jesus de blasfêmia nesta ocasião, uma vez que - assim argumentavam -, somente Deus pode perdoar pecados, indicou que eles não perceberam que o Reino de Deus realmente estava presente entre eles. Eles não se deram conta de que “A presença do Reino de Deus não era um novo ensino de Deus: era uma nova atividade de Deus na pessoa de Jesus, trazendo aos homens, como uma experiência presente, o que os profetas prometeram no Reino escatológico”18.
Relacionado com os sinais da presença do Reino, dever-se-ia relembrar que a vinda do Reino não significou um fim para o conflito entre bem e mal. Continuará a haver conflito e oposição entre o Reino de Deus e o Reino do mal através da história, e neste conflito o povo de Deus será convocado ao sofrimento. Na verdade, a antítese entre estes dois reinos, é até intensificada pela vinda de Cristo. Não nos disse Jesus: “Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada” (Mt 10.34)?
O que há de maior interesse na área da escatologia a respeito do Reino é a questão sobre se o Reino de Deus, nos ensinos de Jesus e dos apóstolos, era considerado uma realidade presente ou uma realidade futura, ou ambas. Esta questão tem sido objeto de muito debate. Será relembrado que alguns eruditos vêem o Reino como exclusivamente futuro, outro o vêem como exclusivamente presente e outros, ainda, o entendem tanto como presente quanto como futuro. Faremos jus a todos os dados bíblicos apenas quando concebermos o Reino de Deus tanto presente como futuro.
Jesus ensinou claramente que o Reino de Deus já estava presente em seu ministério. Mateus 12.18 foi citado anteriormente: “Se, porém, eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o Reino de Deus sobre vós” (cp. Lc 11.20). O verbo grego usado aqui, ephthasen, significa chegou ou veio, e não está para vir. O ponto é que a expulsão de demônios, por parte de Jesus, é prova de que o Reino chegou, uma vez que não se pode saquear os bens de um homem forte sem primeiro ter amarrado o homem forte (aqui significando o demônio). Outra passagem que ensina claramente a presença do Reino nos dias de Jesus é a de Lc 17.20-21. Os fariseus tinham acabado de perguntar a Jesus sobre quando viria o Reino de Deus - significando, supomos, uma demonstração dramática do forte poder de Deus que iria arrasar os romanos e estabelecer o reinado de Deus sobre o mundo de maneira fisicamente visível. Jesus responde como segue: “Não vem o Reino de Deus como visível aparência, nem dirão: ei-lo aqui! Ou: lá está! Porque o Reino de Deus está no meio de vós” 19.   Estas palavras não deveriam ser forçadas a significar que não há “sinais dos tempos”, ou sinais da segunda vinda de Cristo, aos quais nós devemos estar alertas, porque o próprio Jesus fala destes sinais em outras ocasiões. O que Jesus está dizendo é que ao invés de aguardar sinais espetaculares exteriores da presença de um Reino, primeiramente político, os fariseus devem perceber que o Reino de Deus está no meio deles agora, na pessoa do próprio Cristo, e que a fé nele é necessária para entrar nesse Reino.
Algumas das parábolas de Jesus implicam que o Reino já está presente. As parábolas do tesouro escondido e da pérola de grande valor (Mt 13.44-46) ensinam que agora o homem deve vender tudo o que possui para entrar no Reino. As parábolas do construtor da torre e do rei saindo a guerrear (Lc 14.28-33) ensinam a importância de calcular o custo antes de entrar no Reino, novamente implicando que o Reino está agora presente. No sermão do monte, além disso, as bem-aventuranças descrevem o tipo de pessoa de quem se pode dizer: “deles é (estin) o Reino dos céus” (Mt 5.3-10). Quando os discípulos fazem uma pergunta a Jesus acerca de quem é o maior no Reino dos c[eus, Jesus convida uma criança a integrar o grupo e diz: “Aquele que se humilhar, como esta criança, este é o maior no Reino dos céus” (Mt 18.4). e quando os discípulos repreendem aqueles que estão trazendo crianças a Jesus, o Mestre diz: “Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é (estin) o Reino dos céus” (Mt 19.14). Podemos acrescentar que os sinais previamente mencionados (expulsão de demônios, realização de milagres, a pregação do Evangelho e a concessão do perdão de pecados) também evidenciam o fato de que o Reino está presente no ministério de Jesus 20.
Jesus, entretanto, também ensinou que havia um sentido no qual o Reino de Deus ainda era futuro. Podemos ver, primeiramente, algumas declarações específicas com esta finalidade. A seguinte passagem do sermão do monte descreve a entrada do Reino como algo ainda futuro e a combina com um futuro dia do juízo: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos milagres? Então lhes direi explicitamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade” (Mt 7.21-23). Verbos no tempo futuro são igualmente usados na seguinte declaração, que fala claramente acerca de um Reino futuro: “Digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares com Abraão, Isaque e Jacó no Reino dos céus. Ao passo que os filhos do reino serão lançados para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes” (Mt 8.11-12).
Muitas das parábolas ensinam uma consumação futura do Reino. A parábola das bodas indica um tempo futuro de bênçãos para aqueles que aceitam o convite, mas num lugar de punição, nas trevas exteriores, para aqueles que falham em preencher todos os requisitos (Mt 22.1-14). A parábola do joio e sua explicação (Mt 13.24-30 e 36-43) falam da “consumação do século” (synteleia tou aionos) quando os que praticam a iniqüidade serão lançados na fornalha acesa e quando os justos “resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai”. A parábola da rede (Mt 13.47-50) descreve, de modo semelhante, a “consumação do século” (synteleia tou ainos), quando “sairão os anjos e separarão os maus dos justos”.  Na parábola das dez virgens (Mt 25.1-13) aprendemos acerca da demora do noivo, acerca de um grito à meia-noite, e sobre algumas que entraram com o noive para a festa das bodas e  outras para quem a porta estava permanentemente cerrada. A parábola termina com uma advertência tipicamente “escatológica”: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora” (v.13). e a parábola dos talentos (Mt 25.14-30) fala acerca de um homem que fez uma jornada e ficou fora por muito tempo, acerca de um ajuste final de contas, e acerca de alguns que foram convidados a entrar no gozo de seu Senhor e outros que foram expulsos para as trevas exteriores.
Não seria difícil fornecer mais evidências. Pelo que já foi citado, fica claro que o Reino de Deus, no ensino de Jesus, era tanto presente como futuro. Tentar negar qualquer aspecto desta doutrina é adulterar a evidência 21. 
O apóstolo Paulo também pensava que o Reino de Deus era tanto presente como futuro. Algumas de suas declarações descrevem claramente o Reino de Deus como estando presente. Em 1 Coríntios 4, Paulo está escrevendo acerca de alguns inimigos seus arrogantes, que pensam que ele não está vindo para Corinto: “Mas em breve irei visitar-vos, se o Senhor quiser, e então conhecerei não a palavra, mas o poder dos ensoberbecidos. Porque o Reino de Deus consiste não em palavra mas em poder” (vs. 19,20). Obviamente, Paulo não está pensando a respeito de um Reino futuro, mas acerca de um Reino que é presente agora. De modo semelhante Paulo fala a seus leitores em Roma: “Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17). E em uma de suas últimas epístolas ele descreve a seus irmãos em Colossos: “Porque ele [Deus] nos resgatou do domínio das trevas e nos trouxe para dentro do Reino do Filho que ele ama, no qual temos a redenção, o perdão dos pecados” (Cl 1.13-14, NIV). Uma vez que desfrutamos agora do perdão dos pecados, está claro que o Reino do qual Paulo fala aqui é um Reino ao qual nós temos o privilégio de pertencer desde agora.
Mas há também passagens nas quais Paulo retrata o Reino como futuro. Em 2 Tm 4.18, Paulo escreve: “O Senhor me livrará de cada ataque maligno e trazer-me-á a seu Reino celestial em segurança” (NIV). Tanto a expressão “Reino celestial” como o tempo futuro do verbo traduzido “trazer-me-á em segurança” (sosei) indicam que Paulo, aqui, está pensando acerca do Reino futuro. A palavra herdarão (kleronomeo) sugere um benefício que será recebido em algum tempo futuro. Quando Paulo utiliza este verbo, para indicar que certas pessoas serão excluídas do Reino de Deus, ele está obviamente referindo-se ao Reino no sentido futuro: “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o Reino de Deus?” (1 Co 6.9); “eu vos declaro, como já outrora vos preveni que não herdarão o Reino de Deus os que tais coisas praticam [as obras da carne]”(Gl 5.21). Em Ef 5.5 ele utiliza o substantivo derivado deste verbo para fazer uma declaração semelhante: “Sabei, pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no Reino de Cristo e de Deus”. E em 1 Co 15.50, Paulo descreve: “Isto afirmo, irmãos, que carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção”. Uma vez que ele está falando aqui acerca da ressurreição do corpo, fica claro que o Reino de Deus é também aqui considerado como ume estado de coisas que ainda é futuro.
Resumindo, então, podemos dizer que o Reino de Deus, tanto no ensino de Jesus como no do apóstolo Paulo é uma realidade tanto presente como futura. Por causa disso, nossa compreensão do Reino precisa fazer jus a ambos estes aspectos. George Eldon Ladd dá ênfase à importância de vermos estes dois aspectos: “A tese central deste livro [The Presence of the Future (A Presença do Futuro)] é que o Reino de Deus é o reinado redentor dinamicamente ativo de Deus para estabelecer seu governo entre os homens, e este Reino, que aparecerá no final da era como um ato apocalíptico, já entrou na história humana na pessoa e missão de Jesus para vencer o mal, para libertar os homens do poder do mal e para trazê-los para as bênçãos do reinado de Deus. O Reino de Deus envolve dois grandes momentos: cumprimento dentro da história  e consumação ao fim da história” 22. Herman Ridderbos salienta um ponto semelhante. Ele sugere que, no começo de seu ministério, Jesus deu mais ênfase à presença do Reino em cumprimento à profecia do Antigo Testamento, ao passo que, mais para o fim de seu ministério, ele deu maior destaque à vinda futura do Reino 23. Entretanto, Ridderbos insiste em que os aspectos presentes e futuro do Reino nunca devem ser separados:”... Porque o futuro e o presente estão indissoluvelmente conectados na pregação de Jesus. Um é o complemento necessário do outro. A profecia acerca do futuro só pode ser vista corretamente do ponto de vista da presença cristológica, assim como o caráter do presente implica a necessidade e certeza do futuro”24.   
Aquele que crê em Jesus Cristo, portanto, faz parte do Reino no tempo presente, desfruta de suas bênçãos e compartilha de suas responsabilidades. Ao mesmo tempo, ele percebe que o Reino é presente agora, apenas um estado provisório e incompleto, e por causa disso, ele aguarda por sua consumação final no fim da era. Pelo fato de o Reino ser tanto presente como futuro, podemos dizer que ele, agora, está escondido de todos, exceto daqueles que têm fé em Cristo; um dia, entretanto, ele será totalmente revelado, de forma que até seus inimigos terão, finalmente de reconhecer e curvar-se perante seu governo. Este é o destaque na parábola do fermento, em Lc 13.20-21. Quando o fermento (ou levedura) é colocado na farinha, nada parece acontecer por um momento, mas ao final toda a massa está fermentada. De maneira semelhante, o Reino de Deus está escondido agora, fazendo sua influência ser sentida silenciosa mas penetrantemente, até que um dia surgirá a céu aberto para ser visto por todos. Portanto, o Reino, em seu estado presente, é objeto de fé, não de vista. Mas quando a fase final do Reino for instaurada pela segunda vinda de Jesus Cristo, “todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é o senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2.11).
O fato de o Reino de Deus estar presente num sentido e ser futuro em outro implica que permanece um certa tensão entre estes dois aspectos. Podemos descrever esta tensão em duas formas: (1) A Igreja deve viver com um senso de urgência, percebendo que o fim da história, como o conhecemos, pode estar bem próximo. Porém, ao mesmo tempo, ela deve continuar a planejar e trabalhar por um futuro nesta terra presente, que pode durar um longo período. (2) A Igreja foi alcançada pela tensão entre a era presente e a era por vir. Conforme Georg Ladd pondera: “A Igreja experimentou a vitória do Reino de Deus; e, mesmo assim, a Igreja está, como outros homens, à mercê dos poderes deste mundo... É esta situação que cria a austera tensão - na verdade, um conflito agudo; porque a Igreja é o ponto focal do conflito entre o bem e o mal, Deus e Satanás, até o fim dos tempos. A Igreja nunca pode estar descansando ou facilitando, mas precisa ser sempre a Igreja em luta e conflito, freqüentemente perseguida, mas certa da vitória última” 25.    
Já observamos que a escatologia Neotestamentária deve ser comentada em termos do que já foi realizado e, também, em termos do que ainda deve ser realizado e, por causa disso, toda a teologia do Novo Testamento é marcada pela tensão entre o já e o ainda não 26.   Podemos agora perceber que esta tensão está ilustrada e exemplificada pelo ensino neotestamentário acerca do Reino de Deus. Nós estamos no Reino e, mesmo assim, aguardamos sua manifestação completa; nós compartilhamos de suas bênçãos mas ainda aguardamos sua vitória total; nós agradecemos a Deus por ter-nos trazido para o Reino do filho que ele ama, e ainda assim continuamos a orar: “Venha o teu Reino”.
Quais são algumas das implicações, a nível de fé e vida, do fato de o Reino de Deus estar presente conosco agora e estar destinado a ser revelado em sua totalidade na era porvir?  Em primeiro lugar, podemos observar que somente Deus pode nos colocar nos Reino.  Deus nos chama  para o seu Reino (1 Ts 2.12), dá-nos o Reino (Lc 12.32), traz-nos para o Reino do seu Filho (Cl 1.13), e nos confia o Reino (“E eu [Cristo] vos confio um Reino, assim como meu Pai confiou um Reino a mim”, Lc 22.29, NIV). De passagens deste tipo aprendemos que pertencer ao Reino de Deus não é uma conquista humana mas um privilégio que nos é concedido por Deus.
Mas este fato não nos livra de responsabilidade em relação ao Reino. Notaremos, mais adiante, que o Reino de Deus exige, de nós, arrependimento e fé. Em várias ocasiões Jesus disse que nós precisamos entrar no Reino de Deus. Só se pode entrar no Reino humilhando-se a si mesmo como uma criança (Mt 18.3 e 4) 27, fazendo a vontade do Pai dos céus (Mt 7.21), ou tendo uma justiça que excede à dos escribas e fariseus (Mt 5.20). É difícil para um homem rico entrar no Reino de Deus (Mc 10.25), presumivelmente porque ele é tentado a confiar mais em suas riquezas do que em Deus. A não ser que renasçamos ou nasçamos do Espírito, não podemos entrar no Reino de Deus (Jo 3.3 e 5). Somente Deus pode fazer alguém renascer; e dessa forma o ponto no qual a mensagem do Evangelho atinge o ouvinte é a intimação para crer: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira, que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”(Jo 3.16).
O Reino de Deus, na verdade, demanda nada menos que compromisso total. Nós devemos, assim disse Jesus, buscar primeiro o Reino de Deus e sua justiça, confiando em que, assim fazendo, todas as outras coisas de que necessitamos nos serão dadas (Mt 6.33). Nós temos de, por assim dizer, vender tudo o que temos para adquirir o Reino (Mt 13.44,45). Para permanecer no Reino, devemos estar prontos para arrancar fora o olho que nos faz tropeçar (Mt 29) e cortar fora a mão que nos faz pecar (Mt 5.30). devemos estar dispostos a odiar, se necessário, pai, mãe, irmão, irmã, e mesmo nossas próprias vidas por amor do Reino (Lc 14.26). Devemos estar prontos a renunciar a tudo o que temos para sermos discípulos de Jesus (Lc 14.33). Em outras palavras, ninguém deve buscar entrar no Reino a não ser que tenha calculado minuciosamente os custos (dessa decisão) (Lc 14.28-32).
Mais outra implicação da presença do Reino poder ser acrescentada: o Reino de Deus implica redenção cósmica.  O Reino de Deus, como já vimos, não significa apenas salvação de certos indivíduos, nem mesmo a salvação de um grupo escolhido de pessoas. Significa nada menos do que a renovação completa de todo o cosmos, culminando nos novos céus e nova terra. Paulo descreve as dimensões cósmicas do Reino de Deus em palavras inspiradas:
            “[Deus] em toda a sabedoria e prudência, desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra” (Ef 1.8-10).
            “Porque Deus se agradou em ter toda sua plenitude habitando nele [Cristo], e em através dele reconciliar consigo mesmo todas as coisas, sejam coisas na terra ou coisas no céu, ao fazer a paz através de seu sangue, vertido na cruz” (Cl 1.19,20, NIV).
            “A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Rm 8.19-21).

            Ser um cristão do Reino, portanto, significa que devemos ver toda a vida e toda a realidade à luz do alvo da redenção do cosmos. Isto implica, como Abraham Kuyper uma vez falou, que não há nenhuma polegada do universo da qual Cristo não diga: “É minha”. Isto implica uma filosofia da história cristã: toda a história deve ser vista como o desenvolvimento do propósito eterno de Deus. Esta visão do Reino inclui uma filosofia cristã da cultura: a buscar seu louvor. Isso também inclui uma visão cristã da vocação: todas as chamadas são de Deus, e tudo o que nós fazemos na vida cotidiana deve ser feito para louvor de Deus, seja estudo, ensino, pregação, negócios, indústria ou trabalho doméstico. George Herbert o coloca bem:
“Ensina-me, meu Deus e Rei,
a te ver em todas as coisas,
e que, em qualquer coisa que eu fizer,
a fazê-lo como para ti.


Notas
1.   Ladd, Presence, pp. 325-326.
2.   Veja adiante.
3.   A palavra grega usada aqui é eggiken.
4.   Ladd, Presence, p. 108.
5.   Novamente a palavra grega é eggiken.
6.   Aqui a palavra grega é ephthasen, do verbo phthanein, que significa  “chegar”
7.   Ladd, Presence, pp. 111-112.
8.   K. L. Schmidt, “basileia” , TDNT, I, p.589.
9.   Ladd, Presence, p. 123
10. Ibid., p.127 n. 11.
11. Ibid., pp. 134-138.
12. H. Ridderbos, The Coming of the Kingdom (A Vinda do Reino) Philadelphia: Presbyterian and Reformed, 1962, pp. 24-25.
13. Ibid., p. 27.
14. Ibid., ps. XXVII, 29; Ladd, Presence, p.42.
15. Ladd, Presence, p. 331.
16. Cp Schimidt op.cit., pp.584-585; Ridderbos, Coming, pp. 23-24.
17. Ladd, Presence, p. 157.
18. Ibid., p.215.
19. A leitura grega é entos hymon. Outras traduções da expressão incluem: “dentro de vós” (RSV margem ASV texto), e “entre vós” (NIV margem).
20. Veja também Ladd, Presence, pp. 149-217; Ridderbos, Coming, pp. 47-56; Norman Perrin, The Kingdom of God in The Teaching of Jesus (O Reino de Deus no Ensino de Jesus), pp. 74-78.
21. Cp. Ladd, Presence, pp. 307-328; Ridderbos, Coming, pp.36-56, esp. 55,56; Perrin, op.cit., pp.83-84.
22. Ladd, Presence, p.218.
23. Ridderbos, Coming, p.468.
24. Ibid., pp. 520,521.
25. Ladd, Presence, p. 338.
26. Ver acima.
27. Cp. também Mc 10.15 e a passagem paralela, Lc 18.17.
 


Fonte: A Bíblia e o Futuro - Anthony Hoekema

Nenhum comentário:

Postar um comentário