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terça-feira, 9 de setembro de 2014

O RECENSEAMENTO E A NOMEAÇÃO DE JOSUÉ


Números capítulos 26 e 27:12-23

O capítulo 26 marca o início de uma nova seção do livro de Números. O resto deste livro trata da preparação para a entrada da nova geração do povo de Israel na terra de Canaã, a oeste do rio Jordão.

Para começar, Deus ordenou o censo da congregação dos israelitas de todos os homens da idade de vinte anos para cima, todos os capazes de sair à guerra. Foi o segundo censo desde que o povo saíra do Egito, tendo o primeiro sido feito quase quarenta anos antes, diante do monte Sinai, relatado no capítulo 1 de Números.

Houve uma diferença considerável no resultado, com grandes aumentos e diminuições nos números dos componentes de algumas tribos. No total geral houve uma diminuição de 1.820 homens:


TriboSinaiSitimDiferençaFamílias
Rúben
46.500
43.730
-2.770
4
Simeão
59.300
22.200
-37.100
5
Gade
45.650
40.500
-5.150
7
Judá
74.600
76.500
1.900
5
Issacar
54.400
64.300
9.900
4
Zebulom
57.400
60.500
3.100
3
Efraim
40.500
32.500
-8.000
4
Manassés
32.200
52.700
20.500
8
Benjamim
35.400
45.600
10.200
7
62.700
64.400
1.700
1
Aser
41.500
53.400
11.900
5
Naftali
53.400
45.400
-8.000
4
TOTAL
603.550
601.730
-1.820
57


Neste quadro não consta a tribo de Levi, pois havia sido separada para o sacerdócio e ministério no templo, e não recebeu herança territorial na terra prometida.

O SENHOR ordenou a Moisés que este recenseamento servisse de base para a distribuição da terra (após ter sido conquistada) entre o povo: a cada tribo, seria dada terra em proporção ao seu número. A localização de cada herança, porém, seria decidida por sorteio. A palavra hebraica traduzida "sorteio" é pedregulho, uma pedrinha usada, como um dado, para tomar decisões que pertenciam ao SENHOR (Provérbios 16:33). Essa palavra também é traduzida como herança (Josué 15:1), sorte (Salmo 125:3), glória (Isaias 17:4), e é usada para designar um destino determinado por Deus (Salmo 16:5, Daniel 12:13).


A tribo dos levitas, considerada à parte, foi numerada pelos seus homens de um mês para cima: eles, desde sua infância, eram destinados ao serviço de Deus, a quem serviam entre os trinta e cinqüenta anos (capítulo 4:23,30,35,39,43,47). Eram três famílias, Gérson, Coate e Merari. Seu número, em Sinai era de vinte e dois mil (capítulo 3:39), e em Sitim vinte e três mil, um crescimento de mil. Eles não foram sujeitos à mesma condenação de morrer no deserto como o resto do povo que entrou no recenseamento do Sinai, tanto assim que Eleazar, já adulto no Sinai (capítulo 4:16 e 28), atravessou o Jordão e entrou na terra prometida (Josué 14:1), provavelmente também seu irmão Itamar e muitos outros. Em quarenta anos, o crescimento da tribo foi pequena, e continuou a ser a menor de todas as tribos de Israel.


Fora Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, nenhum dos que haviam sido recenseados no Sinai (exceto os levitas) constaram deste segundo recenseamento, confirmando assim que todos os homens de vinte anos ou mais no Sinai haviam morrido por causa da sua incredulidade, como o SENHOR havia determinado (capítulo 14:29).


O SENHOR não havia responsabilizado os de menos de vinte anos de idade pela incredulidade e rebelião do povo, uma evidência de que a responsabilidade de cada pessoa diante de Deus está em função da sua maturidade física e mental.


Depois de um interlúdio em que Moisés foi questionado e instruído a respeito da lei das heranças, o SENHOR lembrou-o da ocasião em que ele havia ferido a rocha duas vezes ao invés de falar a ela, como tinha sido ordenado. Foi uma rebelião contra Deus, e por causa disso, ele somente teria a oportunidade de ver a terra prometida do alto do monte Abarim, após o que ele também seria "recolhido ao seu povo, assim como foi o seu irmão Arão".


Interessante essa frase, que claramente indica sua existência continuada no além-túmulo. Um milênio e meio mais tarde, ele poria os seus pés sobre o monte da transfiguração, na terra prometida, para uma conversa com o Senhor Jesus (Mateus 17:1-8; Marcos 9:2-8; Lucas 9:28-36). Assim como aconteceu com ele, a desobediência muitas vezes nos impede de tomar a posse de dons espirituais. A incredulidade sempre nos leva à desobediência.


Moisés então pediu ao SENHOR, o Deus dos espíritos de toda a carne, que nomeasse um líder para o povo em seu lugar: como um pastor, que saísse antes deles, que entrasse antes deles, que os liderasse para fora e os trouxesse para dentro, para que não fossem como ovelhas que não têm pastor.


O SENHOR prontamente o atendeu, pois já havia preparado um homem, talvez sem que Moisés o soubesse:


Josué havia comandado o exército de Israel na guerra (vitoriosa) contra os amalequitas em Refidim (Êxodo 17:8-14),


Josué havia aprendido através dos anos com ele, como seu servo (Êxodo 24:13) e acompanhante (Êxodo 32:17),


Moisés o havia chamado Jehoshua, ou Jesus (Números 13:16), e foi um dos doze líderes mandados por ele para fazer um levantamento da terra prometida, e ele com Calebe, deu um parecer favorável,


Era, se não Calebe, o homem mais velho de Israel fora o próprio Moisés e algum levita.


Nele estava o Espírito.


Moisés devia fazer duas coisas: impor-lhe a mão num gesto de solidariedade ao elevá-lo ao seu novo posto, e apresentá-lo ao sumo-sacerdote Eleazar e a toda a congregação, transmitindo verbalmente a ele o seu cargo diante de todos para que fosse obedecido da mesma forma que Moisés o fora.


Todavia, sua posição não seria tão privilegiada quanto a de Moisés, em seu relacionamento com o SENHOR: enquanto Moisés falava com o SENHOR face a face (Êxodo 33:11, Deuteronômio 34:10), Josué teria que apresentar-se perante Eleazar, o sacerdote, consultando por ele segundo o juízo do Urim, perante o SENHOR. Urim significa luzes, mas não se sabe agora qual era o processo pelo qual o sacerdote usava Urim para consultar a Deus. É óbvio, porém que o sumo-sacerdote passou a ser o intermediário entre o líder do povo de Israel e Deus, a partir de Josué.

Moisés cumpriu fielmente o que o SENHOR lhe ordenara.

R David Jones


Fonte:  http://www.bible-facts.info/

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