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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

COMENTÁRIO BÍBLICO - LIVRO DE ROMANOS - PARTE 3

Capítulo 3
Tema: O mundo inteiro é culpado diante de Deus. 
Este capítulo faz a ponte entre a primeira parte do nosso esboço (pecado) e a Segunda parte (salvação). 
Os primeiros 20 vers. (1-20) tratam do assunto da condenação e conclui que: o mundo inteiro, seja judeu ou gentio, está debaixo de pecado. 
Nos vers. 21-31, Paulo introduz o tema de justificação pela fé que, realmente, é o seu tema nos dois capítulos. 
O capítulo 3 é realmente, o jardim onde está plantada a semente da finalidade do livro de Romanos. Nos vers. 1-4, Paulo trata da incredulidade dos judeus que também é o seu assunto nos capítulos de 9-11. No vers.8, Paulo trata do assunto de "viver no pecado" que também é o seu assunto nos capítulos 6-8. (note a semelhança entre 3:8 e 6:1). No vers.21, Paulo trata da justificação pela fé que é também seu tema nos capítulos 4-5. Finalmente no vers.31, Paulo trata o estabelecimento e obediência da lei que é seu tema nos capítulos 12-16 (Note 13:8-14) 
I. Notícias más: Condenação debaixo do pecado - 3:1-20
Paulo faz quatro perguntas as quais ele mesmo as responde: 
1. Haveria vantagem em ser judeu, se o judeu também estivesse condenado? (1-2)
A resposta é SIM, porque aos judeus foi revelado pela primeira vez a palavra de Deus. Se Israel tivesse recebido e obedecido esta palavra teria sido abençoado e salvo pela fé no Messias, e pelos judeus o mundo inteiro teria sido abençoado. Em vez de ser assim, hoje em dia os gentios estão espalhando o evangelho e recebendo as bênçãos de Deus. 
2. A incredulidade dos judeus já aniquilou o poder da palavra de Deus? (3-4) 
A resposta é NÃO, porque a incredulidade do homem nunca pode aniquilar a fidelidade de Deus (vers. 3). Aqui Paulo refere-se a Sal. 51:4, "Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que a teus olhos parece mal, para que sejas justificado quando falares, e puro quando julgares." 
O rei Davi confessa seus pecados e reconhece a justiça de Deus em julgá-lo. Ainda em confessar seu pecado, Davi estabelece a justiça de Deus e a verdade da Sua palavra. 
3. Por que não pecar mais para que Deus seja mais glorificado em julgar nossos pecados? (5-8) 
Paulo fez a pergunta e depois deu a resposta: "E se a nossa injustiça for causa da justiça?" (vs.5) 
Os judeus disseram que Paulo ensinou que eles poderiam pecar á vontade, pois Deus poderia aplicar a sua justiça e seu perdão. Paulo responde (vr. 6) "De maneira nenhuma" devemos pecar mais. E Paulo diz mais ainda em vr. 8, que as pessoas que dizem: "Façamos males para que venham bens" merecem a condenação de Deus. 
4. È judeu melhor que o gentio em qualquer sentido? (9-20) 
A resposta é NÃO e nem gentio é melhor que o judeu, porque as duas classes são pecadoras diante de Deus . 
Uma grande mensagem de Romanos é que não há diferença, nem no pecado (3:22-23), nem na salvação (10:12-13). 
Em Romanos.11:32 Deus dá ênfase a este fato, "Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia." 
Paulo agora prova que todo mundo está debaixo do pecado pelos seguintes exemplo:Pecado no caráter do homem (vrs.10-12). Note também Sal.14:1-3. Pecado na conduta do homem (vrs.13-18). Note também Sal.5:9, 140:3, 10:7, 36:1 ; Isa.59:7-8. Os versos 19-20, Paulo conclui que todos que estão debaixo da lei serão condenados diante de Deus. A lei não foi dada para salvar do pecado mas para mostrar o pecado, como um espelho. 
II. As boas novas: Justificação pela fé - 3:21-31 
1. Justificação sem a lei (vs.21) 
O grande exemplo na Bíblia é Abraão. Gen.15:6 diz: "E creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado isto por justiça.
Infelizmente, os judeus não seguiram o exemplo de Abraão; note Romanos.9:30-33, "Que diremos, pois? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça? Sim, mas a justiça que é pela fé. Mas Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou à lei da justiça. Por quê? Porque não foi pela fé, mas como que pelas obras da lei. Tropeçaram na pedra de tropeço, como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço e uma rocha de escândalo; e todo aquele que crer nela não será confundido." 

Capítulo 4
Tema: Justificação é pela fé e não pelas obras - 4:1-8 
I. Justificação é pela fé e não pelas obras - 4:1-8 
Cada judeu respeitou "Pai Abraão" e desde Gen.15:6 conheceu o fato que Abraão foi justificado pela fé. A aceitação de Abraão por Deus foi tão certa que os judeus referiram-se ao céu como "seio de Abraão" (Lc.16:22). Com esse conhecimento Paulo usa Abraão como exemplo e pergunta, "Que diremos, pois, ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne?" 
A resposta não é "pelas obras" porque assim Abraão poderia glorificar-se nas suas obras, e nada assim está escrito no Velho Testamento. Mas o Velho Testamento diz: "E creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado isto por justiça." (Gen.15:6). Então o dom da vida eterna não veio pelas obras, mas pela fé na palavra de Deus. 
Note que Paulo usa a palavra "imputado" em vers.3-11 e 22. Esta palavra significa, "depositar na conta de alguém". 
Justificação significa vida imputada, santificação significa justiça imputada. 
Salvação é ou galardão pelas obras ou é dom de Deus pela graça, não pode ser mistura das duas coisas. 
O Vs.5 diz que Deus justifica o ímpio e não o justo e esta justificação vem pela fé e não pelas obras. 
Os judeus pensaram que Deus justificava o homem religioso pelas suas obras, mas Paulo tem provado que "Pai Abraão" foi justificado pela fé. 
Nos vs.6-8, Paulo usa outro exemplo que é o de Davi, grande rei de Israel. Paulo refere-se ao Salmo.32:1-2 para provar que este rei, mais famoso de todo o Israel, ensinou justificação pela fé e sem as obras. 
O crente não tem o pecado imputado à sua conta porque já foi imputado à conta de Jesus Cristo (2Cor.5:21 e Film.18), mas o crente tem a justiça de Cristo imputada a sua conta pela graça de Deus. 
II. Justificação é pela graça e não pela fé - 4:9-17 
Agora encontramos uma pergunta importante: "Se Abraão foi justificado pela fé, que importância tem a lei, e que importância tem o pacto que Deus fez com Abraão?" 
Paulo responde a essa pergunta dizendo que a salvação de Abraão aconteceu 14 anos antes que ele tivesse sido circuncidado. Circuncisão foi o selo do pacto. A partir do momento da circuncisão de um jovem, este passa a fazer parte do sistema da lei. Mas Abraão, o PAI DOS JUDEUS, era INCIRCUNCISO quando foi salvo. Circuncisão foi somente um sinal exterior duma mudança interior, como o batismo hoje em dia. 
Nenhuma cerimônia pode produzir mudanças espirituais, mas ainda os judeus da época de Paulo (como muitas pessoas hoje em dia) confiavam nas cerimônias e ignoravam a fé salvadora que Deus exige de todas as pessoas de todas as raças. 
Na realidade, Abraão é o PAI DE TODOS OS CRENTES, de todos os tempos (Gal.3:7,29). Como Paulo disse em Rom. 2:27-29, nem todos os "judeus" são verdadeiramente o Israel de Deus. 
Nos vs.13-17, Paulo compara a lei e a graça, como em vs. 1-8 ele compara a fé e as obras. A chave aqui é a palavra PROMESSA (vs.13,14,16). A promessa de Deus para Abraão que ele havia de ser "o herdeiro do mundo" (aludindo ao reino glorioso governado pela sua descendência, Cristo) não foi dado em relação com a lei ou a circuncisão, mas POR PURA GRAÇA- Quando Deus deu a Abraão a Sua promessa, ele só tinha que crer- A lei nunca foi dada para salvar ninguém; a lei traz somente a ira e revela o pecado. A lei completamente cancela a graça, as obras cancelam a fé, os dois podem existir juntos. Como poderia Abraão ser salvo pela lei quando a lei ainda não tinha sido dado? 
Paulo conclui em vs.16 que justificação vem pela graça, por meio da fé, e é assim que todos (judeus e gentios) podem ser salvos- Então, Abraão não é somente o pai físico dos judeus, mas é "o pai de todos nós",  todos que são da fé dele. 
Leia Gal.3 para saber mais sobre a graça e a lei. 
III. Justificação é pelo poder da ressurreição e não pelas obras dos homens - 4:18-25 
A primeira parte deste capítulo (1-8) faz uma comparação entre FÉ e OBRAS, a Segunda parte (9-17) faz a comparação LEI e GRAÇA; agora vamos ver nesta terceira parte (18-25) a comparação entre VIDA e MORTE. 
Note que em vs.17, Paulo identifica Deus como aquele que, "VIVIFICA OS MORTOS". Realmente Abraão e Sara eram mortos com referência a produzir filhos (Heb.11:11-12), porque ela tinha 90 anos e ele tinha 100 anos, mas quando nós temos esperança é assim que o Espírito Santo vivifica. 
Devemos admirar a fé de Abraão, porque ele só teve a promessa de Deus de ser pai de uma grande nação, mas ainda ele creu e glorificou a Deus e finalmente recebeu a benção. 
A fé de Abraão é um bom exemplo do milagre de salvação. Enquanto o homem está confiando em si mesmo e acha que ainda pode agradar a Deus ele nunca será salvo. Mas quando o homem admite que está morto e perdido e aceita Cristo, Deus o vivificará. O homem que está "fortificado na fé" (vs.20) é o homem salvo e não homem que está fortificado na carne. 
Vamos nos lembrar que Abraão não foi um homem tão especial (vs.23-24), e nós também podemos ser salvos pela fé igual a de Abraão. 
Vs.5 explica a base da nossa justificação que é a morte e a ressurreição do Senhor Jesus. A morte de Jesus prova que nós somos pecadores e a ressurreição prova que agora todo aquele que crê é salvo. 
Podemos ilustrar o cap.4 da seguinte forma: 
- e não ? obras 
Dom - e não ? recompensa 
Graça - e não ? lei 
Poder de reconciliação - e não ? esforço do homem 
Justificação significa "declarado justo diante de Deus." 


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