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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

COMENTÁRIO BÍBLICO - LIVRO DE ROMANOS - PARTE 8

Capítulo 13
Tema: Obrigação às autoridades 
Apesar do fato que o crente não mais pertença a este mundo pela salvação em Cristo, ele ainda tem a responsabilidade ao governo. O melhor cidadão deve ser o crente. A igreja não deve mexer nas coisas políticas, mas o crente deve exercer o seu privilégio como cidadão. Grandes homens como José e Daniel tiveram ministérios espirituais e ainda trabalharam nos governos dos incrédulos. O Espírito ainda pode usar crentes dedicados para fazer só a responsabilidade de votar ou até ser presidente da república . Neste capítulo Paulo nos dá QUATRO MOTIVOS para obedecer o governo humano. 
I. O motivo da ira - 13:1-4 
O governo é um terror somente aos homens maus e não aos bons. Hoje em dia, quem é crente e obedece a Bíblia não tem razão de temer o governo. As vezes é impossível respeitar o homem, mas sempre devemos respeitar o seu cargo. E não esquecer que o evangelho pode penetrar nos homens do governo como o tesoureiro Erasto (Rom.16:23) e até oficiais do presidente ou rei (Fil.4:22) 
Se, por acaso, o governo está completamente contrário a Cristo devemos lembrar Atos.5:29, "Mas importa obedecer a Deus do que aos homens." 
Deus não mandou Sua igreja neo-testamentária lutar com a espada como Ele mandou Seu povo lutar no Velho Testamento. Deus fundou somente três instituições neste mundo: o lar (Gen.2), a igreja (Mat.16:18), e o governo humano (Gen.9). Cada um tem sua responsabilidade e não pode fazer o serviço do outro. Quando os serviços estão misturados, sempre há confusão e problemas. 
II. O motivo da consciência - 13:5-7 
Medo não é um bom motivo para a obediência do crente, um motivo mais exaltado é uma consciência de que o Espírito Santo controla. O crente deve sentir o Espírito testificando à sua consciência (Rom.9:1) e se o crente desobedecer o Senhor, ele deveria sentir o Espírito tocando na sua consciência. O incrédulo tem uma consciência má em que não pode se confiar, mas o crente tem uma boa consciência (1Tim.1:5). Infelizmente a pessoa que está sempre desobediente e não aceita o conselho do Espírito Santo pode contaminar sua consciência (Tito.1:15), cauterizar sua consciência (1Tim.4:2), e rejeitar a sua consciência (1Tim.1:19). A Bíblia nos ensina nestes versos que devemos pagar nossos impostos e tributos e que devemos honrar os oficiais. Veja 1Ped.2:17. Nós louvamos só a Deus, mas podemos honrar quem merece honra neste mundo. 
III. O motivo de amor - 13:8-10 
Agora Paulo aumenta o círculo para incluir, não somente os oficiais do governo, mas todos nossos próximos. Lembre-se que a definição do próximo no Novo Testamento não tem nada a ver com endereços ou geografia. Em Lucas.10:29, o advogado perguntou, "E quem é o meu próximo?" Na parábola do bom samaritano (Lc.10:30-36), Jesus formulou uma pergunta, "Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele..."" Não pergunte: "Quem é o meu próximo?" mas "Para quem posso ser o próximo para a glória de Cristo?" Não é uma questão da lei, mas de amor e isto é o assunto de Paulo aqui. 
Enquanto o crente vive embaixo da lei do governo humano, ao mesmo tempo vive embaixo de uma lei superior como cidadão do céu: A lei de amor. De fato, amor é o cumprimento da lei, porque amor no coração nos habilita  a obedecer as exigências da lei. O marido não trabalha todo o dia porque a lei manda sustentar sua família, mas porque ele a ama. Onde não há amor, há assassinato, cobiça, desonestidade etc.. 
Note que Paulo não fala nada do Sábado; isto foi uma parte do código cerimonial dos judeus e nunca foi aplicado aos gentios ou à igreja. Nove dos dez mandamentos estão repetidos no Novo Testamento para o crentes obedecer, mas o mandamento sobre o Sábado não está repetido. 
Certamente muitas vezes é difícil amar aqueles que rejeitam o evangelho e zombam de nosso testemunho, mas este amor pode vir do Espírito Santo (Rom.5:5) e tocar nos corações deles. "O amor nunca falha (1Cor.13:8)". Pode ganhar mais almas através do amor do que através de discussões. O crente deve ser o melhor possível como cidadão. 
IV. O motivo de devoção ao Salvador - 13:11-14 
Agora temos alcançado o pico dos motivos do temor à consciência de amor e devoção à Cristo. "A nossa salvação" está mais perto no senso, porque a vinda de Cristo para a igreja está mais perto hoje do que nunca. Usando a palavra "salvação", Paulo quer dizer a benção total que teremos quando Cristo vier - corpos novos, um lar novo, e assim por diante. 
Os crentes pertencem à luz, não ao dia. Eles devem estar acordados e alertas, comportando-se como aqueles a quem já viram a luz do evangelho (2Cor.4). Além disso, nenhum crente quer estar atado ao pecado quando Cristo vier!" "O dia é chegado!" (Veja também Heb.10:25). 
O Vs.14 nos dá uma responsabilidade dupla: positivamente, "revesti-vos do Senhor Jesus Cristo" - isto é, faça de Cristo uma parte da sua vida diária; negativamente, "não tenhais cuidado da carne" - isto é, evite deliberadamente aquilo que seduza ao pecado. Pensando em Cristo e sua vinda, é nossa responsabilidade viver vidas sóbrias, espirituais, e limpas. 
Os últimos dias serão dias de iniquidade (veja 2Tim.3 e 1João.3:4). Ficará mais e mais difícil para o crente dedicado manter o seu testemunho. Governos ficarão mais e mais Anti-Bíblicos e Anti-Cristo, até o Anti-Cristo unir todo o mundo num sistema satânico para opor a verdade. Leia 2Tim.3:12; 4:5 para aprender o que Deus espera de nós nestes últimos dias. Que sejamos fieis a Ele! 
 
 
Capítulo 14
Tema: Relacionamento aos irmãos 
Romanos.14:1; 15:7 trata o problema de "coisas duvidosas" na vida cristã. Paulo reconhece que em cada igreja local há os crentes maduros ("Nós que somos fortes" 15:1) e também os crentes fracos ("o que está enfermo na fé" 14:1), e que estes dois grupos naturalmente não concordariam sobre as práticas na vida do crente. Os crentes judeus podiam querer ser fiel aos dias santos e às leis dietéticas do Velho Testamento, enquanto os crentes gentios poderiam virar a liberdade cristã em licença, ou permissão, e ofender seus irmãos judeus. Muitos crentes tem a noção falsa de que o legalismo extremo (observando dias e dietas) mostra uma grande fé, mas Paulo declara que é justamente o contrário- É o crente maduro na fé que compreende que Col.2:18-23 é verdade. 
Na igreja hoje temos diferenças de opiniões sobre práticas duvidosas, como divertimento do mundo; Paulo nos mostra como enfrentar e resolver estas diferenças. Ele não dá uma lista de regras, mas dá 6 princípios básicos que o crente de todas as idades podem seguir. Podemos dar estes princípios na forma de perguntas e provar nossas próprias vidas. 
I. Eu estou inteiramente persuadido? 14:1-5 
Crentes não devem agir somente de emoção, mas de convicções firmes no íntimo, o resultado de oração e do estudo da Palavra. Não haverá discussões se cada crentes agir com convicção. O crente mais forte não deve desprezar o mais fraco por sua imaturidade; nem o mais fraco deve julgar o irmão mais forte. Deus tem recebido os dois em Cristo, e devemos receber um ao outro. Nossas vidas estão dirigidas por Ele, não por idéias e julgamentos dos homens. O crente maduro sabe porque ele faz o que ele faz, ou evita certas práticas; e essas convicções controlam a sua vida. 
II. Estou fazendo isto para o Senhor? 14:6-9 
"Estou vivendo a minha própria vida" é uma frase que o crente nunca deve falar porque pertencemos ao Senhor enquanto estamos vivos e também depois de morrer. Jesus é o Senhor e devemos fazer tudo para agradá-lo. O crente que pratica coisas desagradáveis ao Senhor não pode dizer que está praticando estas coisas "para o Senhor" (vs.6) porque realmente está praticando estas coisas "para si mesmo". 
III. Isto agüenta a prova no tribunal de Cristo? 14:10-12 
Não podemos julgar nossos irmãos "porque todos nós devemos comparecer antes o tribunal de Cristo, para que cada um receba o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal." (1Cor.5:10). Isto não é o juízo do Trono Branco de Apoc.20, porque o crente não pode ser mais julgado com referência a sua salvação, mas estas provas vão determinar quanto galardão o crente vai receber. (1Cor.3:12-15) Eu não vou dar relatório da vida do meu irmão, não posso condenar agora. Todos os crentes devem andar neste mundo numa maneira que glorificará a Cristo e ganhará o galardão depois do fim desta vida. 
IV. Eu estou sendo a causa do meu irmão tropeçar? 14:13-21 
Há uma pessoa no mundo que podemos julgar; podemos julgar nossas próprias vidas para saber se estamos fazendo outros crentes cair. O crente não deve abusar da liberdade cristã, para não ser responsável pelo tropeço de um irmão de consciência fraca. Em Marco.9:33-50 a palavra "escandalizar" significa "causar a queda". 
A vida cristã é mais que comida e bebida; é paz, alegria, e justiça que vem do Espírito Santo. Nosso alvo não deve ser o de gratificar a nossa carne, mas o de edificar os nossos irmãos em Cristo. (1Cor.10:23). 
V. Estou fazendo isto pela fé? 14:22-23 
Se existe algumas dúvidas sobre os seus costumes, o crente não pode gozar de alegria e paz na sua vida cristã. Vs.23 nos ensina que estamos condenados se fizermos qualquer coisa sem fé. O crente que faz qualquer coisa com dúvidas no seu coração está se condenando, e também condenando o que está fazendo porque suas dúvidas mostram que está errado. O que não é da fé é pecado. "Se há dúvidas, não faça", é uma boa regra para a vida do crente. Ninguém beberia água ou leite contaminado ou comeria comida envenenada, mas muitos crentes praticam coisas que até parecem erradas nos olhos do mundo, e nunca reconhecem o fato que está pecando diante de Deus. 
VI. Estou agradando a mim mesmo ou os outros? 15:1-7 
Os crentes mais fortes devem ajudar os irmãos mais fracos e tentar fortalecer a sua fé. Devemos seguir o exemplo de Cristo e tratar de agradar o nosso próximo e não a nós mesmos. 
A conclusão de Paulo está no vs.7 quando ele ensina que devemos receber os outros como Cristo nos recebeu.

 
 
 Capítulo 15
Tema: Obreiros de Deus 
Este capítulo trata o assunto de judeus e gentios como obreiros na igreja, e dá três ministérios que nós devemos reconhecer e entender. 
I. O ministério de Cristo aos judeus e gentios - 15:8-13 
Cada aluno da Bíblia deve reconhecer o ministério duplo de Cristo - primeiro aos judeus e depois aos gentios. Quando Cristo nasceu, Deus anunciou a Sua vinda aos judeus e mostrou que a Sua vinda cumpriu muitas promessas do Velho Testamento. (vs.8). 
Os judeus rejeitaram seu Messias pelo menos três vezes: 
1 -  Os judeus permitiram o rei Herodes matar o mensageiro de Deus, João o Batista. 
2 -  Os judeus pediram a morte de Jesus. 
3 -  Os judeus mesmo mataram Estevão. 

No livro de Atos lemos que o evangelho foi sempre "primeiro ao judeu". Se Israel tivesse aceito Jesus, o reino teria sido feito e as bênçãos de Deus teriam estado derramadas sobre os gentios pelos evangelistas judeus. Paulo já mostrou em Romanos cap.9-11 que pela queda de Israel os gentios recebem o evangelho. 
Nos  vs.9-11 notamos que os gentios ouvem a Palavra (Sal.18:49); os gentios regozijam com os judeus (Deut.32:4); os gentios louvem Deus (Sal.117:1); e os gentios aceitam Cristo e gozam o Seu reino (Isa.11:10). 
Este trecho é um bom relatório da história de Israel: vs.9 (Atos.10-14) os judeus testificaram aos gentios; vs.10 (Atos.15-28) judeu e gentio participam juntos na igreja; vs.11 (Atos.28) Israel finalmente foi abandonado por Paulo e os gentios foram colocados no lugar proeminente no programa de Deus (veja Efésios e Colossenses; vs.12 o futuro reino dividido entre judeus e gentios. 
O vs.13 nos mostra que não temos que esperar para receber as bênçãos do futuro reino, mas podemos recebê-las agora mesmo pelo Espírito Santo. 
II. O ministério de Paulo aos judeus e aos gentios - 15:14-22 
Paulo está ansioso para dizer que ele é apóstolo dos gentios, e no vs.16 Paulo é um sacerdote do Novo Testamento e o seu sacrifício que oferece a Deus é cada gentio que aceita Jesus como Salvador. 
O ministério de Paulo teve uma mensagem especial (vs.16) "o evangelho de Deus", (vs.18-19) milagres, (vs.20) um método especial de levar o evangelho onde ninguém nunca levou antes. Paulo era pioneiro: ele não misturou a lei e a graça, fé e obras, nem Israel e a igreja, como muitos "lideres Cristãos" fazem hoje em dia. 
Paulo foi impedido de ir a Roma, não pelo satanás, mas pela necessidade de pregar o evangelho em muitos lugares onde nunca foi anunciado antes. O fato de Paulo estar pronto a pregar em Roma indica que nenhum outro apóstolo pregou em Roma antes (como Pedro) porque Paulo pregou nos lugares onde ele foi o primeiro. 
III. O ministério das igrejas dos gentios aos judeus - 15:23-33 
Paulo desejou ir a Espanha e muitos acham que ele foi. Mas agora encontramos Paulo pronto para levar uma oferta a Jerusalém para ajudar os pobres crentes judeus. Esta oferta foi dada pelas igrejas dos gentios. (1Cor.16 e 2Cor.8-9) . Paulo oferece várias razões porque os gentios deram esta oferta: Obrigação espiritual: vs.27 
Os gentios tendo recebido todas as suas bênçãos espirituais pelos judeus agora querem ajudar os judeus com coisas materiais. 
 Amor pessoal 
 Paulo ainda teve uma grande compaixão para os judeus e com esta oferta foi possível mostrar o seu amor. 
Unidade Cristã - vs.31 
Alguns dos judeus não ficaram satisfeitos com os gentios na igreja (Atos.15) e esta oferta ajudou justamente aqueles irmão judeus que reclamaram. 
Apesar de não ficar debaixo da responsabilidade de levar o evangelho "ao judeu primeiro" hoje em dia, nós ainda temos a responsabilidade de evangelizar o judeu junto com os outros povos deste mundo (Mat.28:18-20). Nenhum crente deve sentir alguma coisa contra o judeu. Como uma nação sabemos que os judeus não vão converter-se mas alguns judeus vão converter pela pregação do evangelho. 
Paulo esperou ter problemas com os judeus incrédulos, e justamente os problemas vieram (Atos.21:15). 
 

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