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quarta-feira, 16 de maio de 2012

MAGIA E FEITIÇARIA - Parte 2

V. Suas Técnicas

  1. Ritos, encantamentos, presságios, orações, leitura de textos sagrados usados por muitas religiões.


  2. Três Classes Básicas de Técnicas: 1. técnicas puramente práticas; 2. técnicas cerimoniais; 3. técnicas que combinam o prâtíco com o cerimonial.
  Na magia prática, o individuo simplesmente faz algo que foi declarado como bom pelo feiticeiro ou sábio.
  Realizar certos atos. Na magia ritualistica, há encantamentos e agouros, algumas vezes acompanhados por ritos sacrificiais elaborados. Divindades, demônios, forças cósmicas, forças da natureza, etc., são invocados como auxílios. Acredita-se que certas
palavras revestem-se de poder, e que certas orações, declarações, etc., necessariamente atraem os poderes superiores. Certos atos podem ser reforçados por rituais e orações, e nisso temos algo que pertence à terceira classificação de técnicas. Poderiamos ainda
criar uma quarta classe, subdividindo os ritos (o que alguém faz) das rezas e encantamentos (o que alguém diz).


  3. Alguns Atos Especificos, Hâ os atos de simpatia.
  Se alguém tem uma verruga e quer que a mesma desapareça, então deve tomar um pouco de sangue extraido da mesma e pô-lo em um pedaço de pão ou batata e enterrar esse objeto. Presumivelmente, isso acaba com a verruga. Se alguém quiser prejudicar a outrem, faça uma imagem de cera daquela pessoa para então atravessâ-la com alfinetes e agulhas, ou, então, jogá-la no fogo. E acredita-se que a pessoa representada sofrerá dano, em face desse ato.


  4. Formas de Adivinhação. A mágica depende muito das adivinhações. A mágica emprega muitos desses métodos.


  5. O Olho Bom ou o Olho Mau. O olhar fixado em alguém, visando o bem ou o mal, por aquele que é praticante das artes mâgicas, segundo muitos acreditam, é dotado de poder. O vulgo chama isso de "mau olhado". Na Austrâlia, muitos crêem que é possivel lançar uma maldição contra uma pessoa meramente apontando para ela um graveto, pronunciando-se ou não a maldição.






VI. Menções na Bíblia

  O Antigo Testamento retrata os israelitas em um mundo que nadava nas artes mágicas, praticadas por todos os povos gentílicos. No entanto, muitos eruditos não acreditam que possamos classificar o antigo judaísmo como uma fé totalmente isenta de mágicas,
pois grande parte de seu ritual consistiria em artes mágicas, tal como sucedia aos demais povos semitas.
  Naturalmente, os eruditos biblicos conservadores rejeitam essa posição. Mas isso não pode ser feito com total sucesso, quando o estudioso é honesto e faz comparações.


  1. Na Assíria e na Babilônia. Os deuses desses povos não somente podiam ser invocados através de fórmulas mágicas, mas eles mesmos usavam encantamentos.
  Assim, o deus Ea-Enki, do Épico da Criação, é ali chamado de «Senhor dos Encantamentos». Seu filho, Marduque, exercia seu poder através de encantamentos mais poderosos que os de qualquer
outro deus ou deusa. A arqueologia tem descoberto muito material que demonstra o caráter mágico das antigas religiões dos povos semitas. Um exemplo disso é o manual intitulado Maglu. O trecho de Maum 3:4 alude à religião dos assírios como «grande prostituição
da bela e encantadora meretriz, da mestra de feitiçarias...


  2. No Egito. As principais divindades egipcias eram protetoras das artes mâgícas. Os sacerdócios davam seu apoio ao sistema de mágicas, e a politica não deixava de imiscuir-se com essas feitiçarias. O manual de instruções mágicas, intitulado Instruções para o Rei Merikare (cerca de 2200 A.C.), é um bom exemplo das antigas fórmulas mágicas egípcias. A medicina egipcia também fazia parte do sistema. Os mágicos eram conhecidos como homens santos e operadores de prodigioso O relato sobre Moisés e o seu conflito com os mágicos do Fara6 é uma referência biblica a essa questão. Ver Exodo 7:10 ss.


  3. A Realidade dos Poderes Ocultos. Mui provavelmente, quase tudo nas artes mâgícas não passa de expressão de desejos, com algum poder para alterar os eventos, curar ou causar enfermidades.
Porém, incorreriamos em erro se as reputássemos somente isso. O Antigo Testamento não nega o fato de que os poderes ocultos são reais. No entanto, o Antigo Testamento proibe terminantemente o apelo para tais poderes, por parte do povo de Deus. Ver Deuteronomio 18:10-14. O trecho de Lev. 20:27 mostra que os
praticantes desses poderes ocultos eram condenados à pena capital. Ver também Isa, 3:18-23; 8:19; ler. 27:9,10; Eze, 13:18. A despeito disso, sabemos que os israelitas se deixaram envolver em muitas formas de adivinhação. Algumas delas eram oficializadas pelo
culto hebreu, embora fossem rejeitadas se praticadas particularmente.


  4. O poder da palavra proferida é ilustrado em Gên. 27:18 ss; 30:14-18; 37:41. Sabemos que até mesmo membros da familia patriarcal usavam os terafins, ou idolos do lar, para efeitos de adivinhação.
  Ver Gên. 31:20 ss, Ver também Juí. 17:1-6; I Sam.19:13-16. No entanto, na legislação mosaica, os terafins foram condenados como espécimens da idolatria dos cananeus.


  5. José casou-se com a filha de um sacerdote egipcio. Ao que muita coisa indica, ele praticava a adivinhação por meio de sonhos, e talvez até por uma antiga forma de bola de cristal (talvez usando sua taça de prata com âgua, como ponto de concentração). Ver Gên. 41:8 SS; 44:5.


  6. De acordo com alguns eruditos, os objetos de nome Urim e Tumim envolveriam adivinhação do tipo bola de cristal, quando o sumo sacerdote caia em uma espécie de transe leve, no qual era capaz de produzir oráculos.

  7. O lançamento de sortes, com o propósito de descobrir a vontade divina, é mencionado em Lev.16:8; NÚm. 26:55; Jos, 7:14; Jui. 20:9; I Sam. 10:20 e vários outros trechos bíblícos. Talvez o Urim e o Tumim (ver acima) fossem uma espécie de sortes lançadas com o mesmo propósito.


  8. Condenações. Jezabel foi condenada por ser praticante de «feitiçarias» (11 Reis 9:22). Manassés, rei de Judá, foi condenado como agoureiro (11 Reis 21:3-6).


  9. No Livro de Daniel. Os jovens hebreus cativos negaram-se a tomar parte nas práticas babilônicas, que incluíam a mágica. Não obstante, sabiam interpretar sonhos e visões (ver Dan, 1:17·20; 2:2).
Daniel deve ter sido considerado pelos babilônios como um sábio nas artes ocultas, conforme seu apodo, Beltessazar (ver Dan. 4:8) parece indicar.


  10. No Novo Testamento encontramos o lançamento de sortes para resolver tio importante questão como a escolha de um novo apóstolo de Jesus, que substituisse a Judas Iscariotes (ver Atos 1:26). No entanto, de modo geral, todas essas práticas são ali condenadas.
Ver II Tim. 3:1-9; Apo. 9:21; 18:23; 21:8; 22:15; Atos 8:9 ss; 16:16 ss,



Conclusão

  É inútil supormos que o antigo judaísmo era inteiramente isento de mágica. Poderiamos afirmar que, historicamente, o Espírito de Deus não completou subitamente a sua obra de instrução aos israelitas. Os hebreus foram separados de outros povos semitas; e uma operação especial estava em andamento, mas não foi terminada. Quando chegamos ao Novo Testamento, encontramos formas religiosas muito mais puras. Os poderes ocultos não são necessariamente maus em si mesmos, embora possam assumir aspectos positivos ou negativos. Uma verdadeira espiritualidade eleva-se acima dos meros
poderes ocultos ou psíquicos. A comunhão mistica com o Espírito Santo substitui vantajosamente muitas coisas, mas é mister um longo período de tempo para que o crente atinja essa posição superior.
  

  Não há que duvidar que existem poderes ocultos negativos e prejudiciais, envolvidos nas artes mágicas.
  Em face dessa circunstância, pelo menos, as artes mágicas devem ser repelidas pelos crentes, mesmo quando não há nelas aqueles elementos mais deletérios.


 

  Bibliografia. E GAS (em HA) TL

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