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sexta-feira, 17 de junho de 2011

OBADIAS PROFETA - O ORGULHO DE EDOM



Obadias – O orgulho de Edom

Ob 1-21

O livro mais reduzido do Antigo Testamento é o de Obadias. Não temos médios de saber nada a respeito do profeta, aparte de seu nome, e não há base para identificá-lo com qualquer outra pessoa que leve esse nome. As datas sugeridas para o ministério de Obadias, baseadas no conteúdo de seu oráculo, vão desde o tempo de Amós até a última parte dos tempos de Jeremias  [1]. A profecia se divide em quatro seções:

I. A segura posição do Edom                                               Ob 1-9
II. As desgraças de Jerusalém                                             Ob 10-14
III. O destino de Edom                                                        Ob 15-16
IV. o triunfo de Israel sobre Edom                                        Ob 17-21

Edom é orgulhoso. Seguro em sua inexpugnável fortaleza rochosa, os edomitas refletem a atitude daqueles que estão por acima do perigo da invasão e da conquista. Não só se vangloriam de sua seguridade dentro de sua fortaleza natural, senão que, além disso, são orgulhosos e soberbos em sua pretendida sabedoria. Embora comprazidos em sua crença de que nada lhes acontecerá, a divina humilhação pende sobre eles. Os ladrões somente podem roubar o suficiente para eles, e os vindimadores deixam algumas uvas, porém Edom aguarda a pilhagem pelos confederados que, sem dúvida, conhecem bastante a respeito dos tesouros que têm escondidos. Decepcionados por aliados e amigos, os edomitas chegarão a comprovar que nem sua sabedoria nem seu poder podem salvá-los (versículos 1-9).
Está justificado o juízo sobre Edom? Os cargos contra ele estão claramente estabelecidos e declarados. No dia da calamidade de Jerusalém [2], os edomitas se recriaram no mal alheio e até tinham entregado fugitivos ao inimigo, sendo culpados de flagrante injustiça (versículos 10-14).
O dia do Senhor será um dia de render contas para todas as nações. Obadias, porém, está especialmente preocupado com Edom e sua relação com o estado e a situação final de Judá. Edom será julgada por suas ações. Beberá do copo do furor e se desvanecerá como se nunca tivesse existido (versículos 15-16).

Por contraste, o monte de Sião será restabelecido. Enquanto Edom desaparece sem um único sobrevivente, os israelitas serão restaurados com segurança em sua própria terra, desde o Negueve no sul até Sefarade no norte, com o Senhor como governante. Incluso os exilados de Sefarade retornarão para partilhar a reclamação das cidades do Negueve
[3]. Monte de Esaú, uma vez representativa do orgulho e da altivez dos edomitas, será governada desde o monte Sião (versículos 17-21).


[1] Para uma data precoce para Obadias, ver E. B. Pusey, The Minor Prophets, 1, PP. J43-369, e C. F. Keil, The Twelve Minor Prophets, I, pp. 337-378. Para umadiscussao da data posterior ao 600 a.C., ver R. H. Pfeiffer, Introduction to the Old Testament, pp. 584, 586 e Aage Bentzen, Introduction to the Old Testament, II, pp. 143-144. O último permite considerar uma data que chega até o 312 a.C., quando Petra estava sob o controle árabe, de acordo com Diodoro Siculus.
[2] Notem-se as numerosas vezes em que Jerusalém esteve sujeita às invasões no Antigo Testamento:
1) 1 Reis 14.25-26 – Sisaque nos dias de Roboão
2) 2 Crônicas 21.16-17 - Os filisteus e árabes em tempos de Jorão
3) 2 Reis 14.13-14 – Joás com Israel, em tempos de Amasias
4) 2 Reis 24.1 y ss – Nabucodonosor no 605-586.
Keil, op. cit., e outros, datam Obadias no reinado de Jorão. D. W. B. Robinson, "New Bible Commentary", p. 170, e outros, datam Obadias após a queda de Jerusalém.
[3] Isto, provavelmente, seja uma referência a Zafarda, um distrito do sudoeste, aonde Sargão exilou os israelitas (2 Rs 17.6). Comparar Julius A. Bewer, Obadiah and Joel en International Crítical Commentary (Nova York: Scribner's Sons, 1911), pp. 45-46. Para a identificação com Sardes, Cparda nos monumentos persas, a capital de Lídia na Ásia Menor onde existia uma colônia judia no princípio do reinado de Ciaxares (464-424), ver o Interpeter's Bible como referência (Vol. 6, p. 867). Comparar também C. C. Torrey "The Bilingual Inscription from Sardis", American Journal of Semitic Languages and Literature, XXXIV (1917-1918), pp. 185-198.


Fonte: Samuel J. Schultz - A História de Israel no AT



Pesquisa: Pr. Charles Maciel Vieira

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