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quinta-feira, 16 de junho de 2011

O ANO DO JUBILEU - TODAS DIVIDAS PERDOADAS



Ano do jubileu

Depois da observância do ano sabático, chegava o ano de jubileu. Se anunciava pelo clamor das trombetas no décimo diz de Tishri, o mês sétimo. De acordo com as instruções dadas em Lv 25.8-55, este marcava um ano de liberdade no qual a herança da família era restaurada àqueles que tiveram a desgraça de perdê-la, os escravos hebraicos eram libertados e a terra era deixada sem cultivar.
Na possessão da terra o israelita reconhecia a Deus como o verdadeiro proprietário dela. Conseqüentemente, devia ser guardada pela família e passava como se fosse uma herança. Em caso de necessidade, podiam vender-se só os direitos aos produtos da terra.
Já que a cada cinqüenta anos esta terra revertia a seu proprietário original, o preço estava diretamente relacionado com o número de anos que havia antes do ano de jubileu. A qualquer momento, durante este período, a terra estava sujeita a rendição, pelo proprietário ou um parente próximo. As casas existentes nas cidades amuralhadas, exceto nas cidades levíticas, não estavam incluídas sob tais princípios do ano de jubileu.
Os escravos eram deixados em liberdade durante este ano, sem levar em conta a duração de seu serviço. Seis anos era o período máximo de servidão para qualquer escravo hebreu sem a opção da liberdade (Êx 21.1). Em conseqüência, não podia ficar reduzido à condição de perpétuo estado de escravidão, embora pudesse considerar necessário vendê-lo a outro como servo alugado, quando financeiramente for preciso. Inclusive os escravos não hebreus não podiam ser considerados como de propriedade absoluta. A morte como resultado da crueldade por parte do amo estava sujeita a castigo (Êx 21.20-21). Em caso de evidentes maus-tratos pessoais, um escravo podia reclamar sua liberdade (es 21.26-27). Pelo periódico sistema de deixar em liberdade os escravos hebreus e a demonstração de amor e amabilidade aos estrangeiros na terra (Lv 19.33-34), os israelitas lembravam que eles também tinham sido escravos na terra do Egito.
Inclusive quando o ano do jubileu era seguido pelo ano sabático, os israelitas não tinham permissão para cultivar o solo durante esse período. Deus tinha-lhes prometido que receberiam tal abundante colheita no sexto ano que teriam suficiente para o sétimo e o oitavo anos seguintes, que eram tempo para o descanso da terra. Deste modo, os israelitas lembravam também que a terra que possuíam, igual que as colheitas que delas recebiam, eram um presente de Deus.


Fonte: Samuel J. Schultz - A História de Israel no AT



Pesquisa: Pr.Charles Maciel Vieira

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