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terça-feira, 28 de junho de 2011

CANTARES DE SALOMÃO - O CANTICO DOS CANTICOS




O Cântico dos Cânticos

A inclusão do Cântico dos Cânticos nos livros poéticos permanece enigmática.
Isto resulta evidente pela ampla variedade de interpretações. Embora é impossível assegurar se este livro foi escrito por ou para Salomão, o título associa sua composição com o rei literário de Israel. O conteúdo sugere que este livro pertence a Salomão, cujo nome se cita cinco vezes após seu versículo de apertura.
Há numerosas interpretações desta composição poética. A visão alegórica de judeus e cristãos, a teoria dramática, a teoria do ciclo das bodas, a teoria da literatura do Adonis-Tammuz, e outros pontos de vista, tiveram ardorosos defensores através dos séculos [1]. Numa recente publicação, o Cântico dos Cânticos representa uma soberba antologia lírica com cantos de amor, da natureza, do cortejo amoroso e o matrimônio, que vão desde a era salomônica até o período persa [2]. Até o presente não há interpretação que goze de uma ampla aceitação entre os eruditos do Antigo Testamento.
O consenso dos eruditos aprova que esta composição tem uma elevada qualidade poética como expressão das cálidas emoções do amor humano. Incorporado como uma unidade no cânon judaico, merece consideração como um simples poema, antes que como uma coletânea de cânticos.
Partes componentes do livro são monólogos, solilóquios e apostrofes [3]. Uma caridade de cena —a corte real de Jerusalém, um jardim, um lugar no campo, ou um entorno pastoril— encaixa os componentes das diferentes partes deste poema, com as personagens apresentadas numa ação quase dramática. Devido que se têm perdido tantos detalhes neste cântico de amor, o intérprete se encara com numerosos problemas.
A interpretação literal parece a mais natural ao leitor. A figura principal parece ser uma donzela sulamita que é levada desde um entorno pastoril ao palácio real de Salomão. Conforme o rei galanteia a esta atrativa donzela, seus intentos são rejeitados. O esplendor do palácio e a chamada coral das mulheres da corte fracassam em impressioná-la.
Ela anela apaixonadamente seu antigo amor. Finalmente, seu conflito é resolvido, ao declinar as ofertas do rei e voltar para seu pastor herói.
Para uma interpretação deste livro poético, deste modo, a seguinte analise pode ser utilizada como guia:
                                                                                       
I. A donzela sulamita na corte real                                           Ct 1.1-2.7
   Boas-vindas pelas damas da corte                                    Ct 1.2-4
   A resposta da donzela                                                    Ct 1.5-6
   Réplica das damas da corte                                             Ct 1.8
   Fala o rei                                                                     Ct 1.9-11
   A donzela se dirige às cortesãs                                        Ct 1.12-14
   O rei fala à donzela                                                       Ct 1.15
   O apostrofe da donzela                                                  Ct 1.16-2.1
   Fala o rei                                                                     Ct 2.2
   A donzela às damas da corte                                           Ct 2.3-7
II. A donzela num palácio campestre                                       Ct 2.8-3.5
   Lembranças de seu amante campestre                             Ct 2.8-17
   Um sonho                                                                    Ct 3.1-5
III. A chamada do rei                                                                   Ct 3.6-4.7
   A pompa real – entra o rei                                              Ct 3.6-11
   O rei corteja a donzela                                                   Ct 4.1-7
IV. A donzela reflexiona                                                              Ct 4.8-6.3
   Alegados de seu amante pastor                                       Ct 4.8-5.1
   Um sonho                                                                    Ct 5.2-6.3
V. A súplica renovada do rei                                                       Ct 6.4-7.9
   As ofertas de amor do rei                                               Ct 6.4-13
   A apelação das damas cortesãs                                       Ct 7.1-9
VI. A reunião da donzela e seu amante                                   Ct 7.10-8.14
   Seu anelo pelo pastor amante                                         Ct 7.10-8.4
   O regresso da donzela                                                   Ct 8.5-14

Embora a interpretação literal fala de amor humano, a providencial inclusão deste Lv no cânon judaico, sem dúvida tem uma significação espiritual. o mais verossímil é que os judeus reconhecessem isso ao ler o Cântico dos Cânticos anualmente na Páscoa, que lembrava os israelitas o amor de Deus para eles em sua libertação do cativeiro egípcio. Para os judeus, o amor material representa o amor de Deus por Israel como está indicado por Isaias (50.1; 54.4-5), Jeremias (3.1-20), Ezequiel (16 e 23) e Oséias (1-3). O vínculo entre Israel (a donzela sulamita) e o pastor amante (Deus), era tão forte que nenhuma apelação de palavra (rei) podia separar a Israel de seu Deus. no Novo Testamento, esta relação tem um paralelo entre Cristo e sua Igreja [4]. Baseado na interpretação literal, o Cântico dos Cânticos tem sido assim a base de uma aplicação espiritual, tanto no Antigo como no Novo Testamento.



[1] Para discussão ver H. H. Rowley, The Servant of the Lord and Other Essays on the Old Testament, pp. 187-234. Rowley o considera como uma coleção de canções de namorados. Para uma discussão recente advogando por uma interpretação "natural", ver Meredith Kline. "The Song of Songs". Chrlstianity Today, tomo III, n.° 15, 27 abril, 1959, pp. 22 e ss
[2] Ver Robert Gordis, The Song of the Songs (Nova York: Jewish Theological Serminary, 1954), p. X.
[3] Monólogo - Solilóquio: obra dramática em que fala uma única personagem. Apóstrofe: figura que consiste em interromper o discurso para dirigir-se veementemente a uma ou várias pessoas ou coisas personificadas. (N. da T. Fonte: Enciclopédia Encarta de Microsoft).
[4] No Novo Testamento esta mesma relação se anota em Mt 9.15, Jo 5.39, 2 Co 11.2; Ef 5.23-32; Ap 19.7; 21.2,9; 22.17

Fonte: Samuel J. Schultz - A História de Israel no AT


Pesquisa: Pr.Charles Maciel Vieira

2 comentários:

  1. muito obrigado, me empenho em buscar uma literal interpretação da palavra de Deus, encontrei neste blog. Deus os abençoe e permaneçam firmes na fiel interpretação da sã doutrina. Valeu. pastor Juscelino.

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  2. muito obrigado, me empenho em buscar uma literal interpretação da palavra de Deus, encontrei neste blog. Deus os abençoe e permaneçam firmes na fiel interpretação da sã doutrina. Valeu. pastor Juscelino.

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