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sexta-feira, 17 de junho de 2011

AGEU PROFETA



Ageu – Promotor do programa de construção

Ag 1.1-2.23

Pouco se conhece a respeito de Ageu, além de sua identificação como profeta. Muito provavelmente nasceu na Babilônia e retornou com a migração a Jerusalém nos anos 539-38 a.C. Sua tarefa específica foi induzir os judeus a renovarem seu trabalho no templo.
Começando a finais de agosto do 520 a.C., Ageu emitiu quatro mensagens ao povo, antes que terminasse esse ano. A brevidade de seu livro pode indicar que ele registrou somente suas mensagens orais. A seguinte perspectiva do livro está baseada em quatro oráculos:

I. Admoestação e resposta do povo                                       Ag 1.1-15
II. A maior glória do novo templo                                          Ag 2.1-9
III. A seguridade das bênçãos                                               Ag 2.10-19
IV. Uma mensagem pessoal                                                 Ag 2.20-23

A segunda década, depois que se colocou a primeira pedra ao templo, transcorreu rapidamente. O entusiasmo religioso expressado quando se lançaram os fundamentos tinha sido decisivamente sufocado pelos hostis samaritanos. Enquanto isso, o povo tinha-se dedicado à construção de seus próprios lares.
Ageu dirigiu suas primeiras palavras a Zorobabel, o governador, e a Josué, o sumo sacerdote. Valentemente, declarou que não era justo que o povo demorasse a construção do templo. Voltando-se ao laicato, os lembrou de que o Senhor dos Exércitos era forte e possuidor de todas as bênçãos materiais. Em lugar de dedicarem seus esforços ao santo projeto, tinham-se dedicado a construir seus próprios lares. Portanto, a seca e as más colheitas tinham sido seu prêmio (1.1-11).
Até então, nenhum profeta tinha gozado de tão rápidos resultados em Judá. O povo respondeu entusiasticamente à exortação de Ageu. Vinte e cinco dias depois, Ageu teve a satisfação de ver renovada a atividade na construção (1.12-15).
A construção do novo templo continuou a passos agigantados por quase um mês antes que Ageu entregasse uma nova mensagem. A ocasião se produziu no último dia da Festa dos Tabernáculos [1]. Até ali, somente tinha havido uma colheita escassa e portanto a celebração foi notavelmente medíocre em comparação com as elaboradas festividades no átrio do templo nos tempos pré-exílicos. Provavelmente, deviam restar ainda uns poucos dentre os anciãos que tinham visto o anterior templo —menos em número, contudo, que no 538 a.C., quando a nova fundação tinha sido assentada. Comparando o que se fazia com a estrutura salomônica, ficaram pessimistas e desencorajados. O trabalho se retrasava conforme o espírito do desânimo começou a penetrar na totalidade do grupo.
A oportuna mensagem de Ageu salvou a situação. Admoestando os judeus a renovarem seus esforços, o profeta lhes assegurou que Deus, através de seu Espírito, estava entre eles. Além disso, lhes chegou a palavra procedente do Senhor dos Exércitos: Deus sacudiria as nações, o Senhor faria que a glória daquele templo excedesse a do primeiro, e o Todo Poderoso forneceria a paz e a prosperidade naquele lugar. Embora a promessa era inequívoca e específica, o tempo para seu cumprimento está velado nas ambíguas palavras "daqui a pouco". Para a geração de Ageu, esta promessa foi uma fonte de alento em sua tarefa imediata.
Após dois meses de rápido progresso no programa da construção, Ageu recebeu outra mensagem de Deus [2]. O povo tinha experimentado anos de escassez no período em que tinha descuidado a construção do templo, porém assim que tinham recomeçado os trabalhos, Deus os abençoaria abundantemente. Embora a semente não tinha sido segada, eles marcaram aquele dia como o começo das bênçãos materiais muito maiores [3]. Melhores colheitas viriam para deu desfrute imediatamente.
No mesmo dia teve uma mensagem pessoal para Zorobabel. Como descendente da linhagem real e como governador de Judá, ele representava o trono de Davi. Naquele dia, quando Deus faça estremecer os céus e a terra, derrube os Ts, e destrua a força das nações pagãs, o Senhor dos Exércitos fará um selo para Zorobabel. Já que tais acontecimentos não aconteceram nos tempos de Zorobabel, a promessa dirigida a ele o foi como feita a um representante da linha hereditária do trono de Davi, a qual aguarda seu cumprimento [4]. A declaração, estabelecendo que ele era escolhido pelo Senhor dos Exércitos, proporcionou o valor necessário para a efetiva chefia num tempo em que os governadores persas naquela zona ameaçavam com deter a construção em Jerusalém.


[1] esta festa era observada no sétimo mês, desde o dia décimo quarto até o vigésimo primeiro. Comparar Lv 23.34.
[2] naquele tempo, Zacarias já tinha entregado sua mensagem de apertura sobre o arrependimento. Note-se a cronologia para estes dois profetas:
Durante o segundo ano de Dario:          
            1ª mensagem de Ageu (1.1), 6º mês, 1º dia.      -
            Começa a reconstrução (1.15), 6º mês, 24º dia (1.15).    -
            2ª mensagem de Ageu (2.1), 7º mês, 21º dia.    1ª mensagem de Zacarias, 8º mês.
            3ª e 4ª mensagens de Ageu (2.1), 9º mês, 24º dia.         Visões noturnas de Zacarias (1.7), 11º mês, 24º dia
Durante o quarto ano de Dario :
            -           2ª mensagem de Zacarias, 9º mês, 4º dia.
[3] Embora as chuvas do nono mês tiveram um decidido efeito sobre as colheitas no ano seguinte, note-se que Ageu fez esta predição enquanto que as sementes estavam ainda nos celeiros.
[4]  Ver C. F. Keil, The Twelve Minor Prpphets, Vol. II, como referência a Ageu 2.20-23. O anel de selo era a mais prezada riqueza e um sinal de autoridade no Oriente. Ver também E. J. Young, Introduction to the Old Testament, p. 265.


Fonte: Samuel J. Schultz - A História de Israel no AT


Pesquisa: Pr.Charles Maciel Vieira

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