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terça-feira, 24 de maio de 2011

TEOLOGIA - A SALVAÇÃO - 1ª Parte

Jovem socorrida pelos bombeiros debaixo de tonelada de pedras e areia que cairam sobre seu carro.

 

A Salvação

 O Senhor Jesus Cristo, pela sua morte expiatória, comprou a salvação para os homens. Como Deus a aplica e como é ela recebida pelos homens para que se torne uma realidade experimental? As verdades relaciona­das com a aplicação da salvação agrupam-se sob três títulos: Justifica­ção, Regeneração e Santificação. As verdades relacionadas com a acei­tação da salvação, por parte dos homens, agrupam-se sob os seguintes títulos: Arrependimento, Fé e Obediência.

I. A natureza da salvação

O assunto desta secção será: Que é que constitui a salvação, ou "estado de graça"?

1. Três aspectos da salvação.

Há três aspectos da salvação, e cada qual se caracteriza por uma palavra que define ou ilustra cada aspecto:
(a) Justificação é um termo forense que nos faz lembrar um tribunal. O homem, culpado e condenado, perante Deus, é absolvido e declarado justo — isto é, justificado.

(b) Regeneração (a experiência subjetiva) e Adoção (o privilégio objetivo) sugerem uma cena familiar. A alma, morta em transgressões e ofensas, precisa duma nova vida, sendo esta concedida por um ato divino de regeneração. A pessoa, por conseguinte, torna-se herdeira de Deus e membro de sua família.

(c) A palavra santificação sugere uma cena do templo, pois essa palavra relaciona-se com o culto a Deus. Harmonizadas suas relações com a lei de Deus e tendo recebido uma nova vida, a pessoa, dessa hora em diante, dedica-se ao serviço de Deus. Comprado por elevado preço, já não é dono de si; não mais se afasta do templo (figurativamente falando), mas serve a Deus de dia e de noite. (Luc. 2:37.) Tal pessoa é santificada e por sua própria vontade entrega-se a Deus.
O homem salvo, portanto, é aquele cuja vida foi harmonizada com Deus, foi adotado na família divina, e agora dedica-se a servi-lo. Em outras palavras, sua experiência da salvação, ou seu estado de graça, consiste em justificação, regeneração (e adoção), e santificação. Sendo justificado, ele pertence aos justos; sendo regenerado, ele é filho de Deus; sendo santificado, ele é "santo" (literalmente uma pessoa santa).
São essas bênçãos simultâneas ou consecutivas? Existe, de fato, uma ordem lógica: o pecador harmoniza-se, primeiramente, perante a lei de Deus; sua vida é desordenada; precisa ser transformada. Ele vivia para o pecado e para o mundo e, portanto, precisa separar-se para uma nova vida, para servir a Deus. Ao mesmo tempo as três experiências são simultâneas no sentido de que, na prática, não se separam. Nós as separamos para poder estudá-las. As três constituem a plena salvação. À mudança exterior, ou legal, chamada justificação, segue-se a mudança subjetiva chamada regeneração, e esta , por sua vez, é seguida por dedicação ao serviço de Deus. Não concordamos em que a pessoa verdadeiramente justificada não seja regenerada; nem admitimos que a pessoa verdadeiramente regenerada não seja santificada (embora seja possível, na prática, uma pessoa salva, às vezes, violar a sua consagração). Não pode haver plena salvação \ sem essas três experiências, como não pode haver um triângulo sem três lados. Representam elas o tríplice fundamento sobre o qual se baseia subseqüente vida cristã. Começando com esses três princípios, progride a vida cristã em direção à perfeição.

Essa tríplice distinção regula a linguagem do Novo Testamento em seus mínimos detalhes. Ilustremos assim:
(a) Em relação à justificação: Deus é o Juiz, e Cristo é o Advogado; o pecado é a transgressão da lei; a expiação é a satisfação dessa lei; o arrependimento é convicção; aceitação traz perdão ou remissão dos pecados; o Espírito testifica do perdão; a vida cristã é obediência e sua perfeição é o cumprimento da lei da justiça.

(b) A salvação é também uma nova vida em Cristo. Em relação a essa nova vida, Deus é o Pai (Aquele que gera), Cristo é o Irmão mais velho e a vida; o pecado é obstinação, é a escolha da nossa própria vontade em lugar da vontade do Chefe da família; expiação é reconciliação; aceitação é adoção; renovação de vida é regeneração, é ser nascido de novo; a vida cristã significa a crucificação e mortificação da velha natureza, a qual se opõe ao aparecimento da nova natureza, e a perfeição dessa nova vida é o reflexo perfeito da imagem de Cristo, o unigênito Filho de Deus.

(c) A vida cristã é a vida dedicada ao culto e ao serviço de Deus, isto é, a vida santificada. Em relação a essa Vida santificada, Deus é o Santo; Cristo é o sumo sacerdote; o pecado é a impureza; o arrependimento é a consciência dessa impureza; a expiação é o sacrifício expiatório ou substitutivo; a vida cristã é a dedicação sobre o altar (Rom. 12:1); e a perfeição desse aspecto é a inteira separação do pecado; separação para Deus.
E essas três bênçãos da graça foram providas pela morte expiatória de Cristo, e as virtudes dessa morte são concedidas ao homem pelo Espírito Santo. Quanto à satisfação das reivindicações da lei, a expiação proveu o perdão e a justiça para o homem. Abolindo a barreira existente entre Deus e o homem, ela possibilitou a nossa vida regenerada. Como sacrifício pela purificação do pecado, seus benefícios são santificação e pureza.
Notemos que essas três bênçãos fluem da nossa união com Cristo. O crente é um com Cristo, em virtude de sua morte expiatória e em virtude do seu Espírito vivificante. Tornamo-nos justiça de Deus nele, (2 Cor. 5:21); por ele temos perdão dos pecados (Efés. 1:7); nele somos novas criaturas, nascidos de novo, com nova vida (2 Cor. 5:17); nele somos santificados (1Cor. 1:2), e ele é feito para nós santificação (1Cor. 1:30). Ele é "autor da salvação eterna".

2. Salvação - externa e interna.

A Salvação é tanto objetiva (externa) como subjetiva (interna).
(a) A justiça, em primeiro lugar, é mudança de posição, mas é acompanhada por mudança de condições. A justiça tanto é imputada com também conferida.

(b) A adoção refere-se a conferir o privilégio da divina filiação; a regeneração trata da vida interna que corresponde à nossa chamada e que nos faz "participantes da natureza divina".

(c) A santificação é tanto externa como interna. De modo externo é separação do pecado e dedicação a Deus; de modo interno é purificação do pecado.
O aspecto externo da graça é provido pela obra expiatória de Cristo; o aspecto interno é a operação do Espírito Santo.

3. Condições da salvação.

Que significa a expressão condições da salvação? Significa o que Deus exige do homem a quem ele aceita por causa de Cristo e a quem dispensa as bênçãos do Evangelho da graça.
As Escrituras apresentam o arrependimento e a fé como condições da salvação; o batismo nas águas é mencionado como símbolo exterior da fé interior do convertido. (Mar. 16:16; Atos 22: 16; 16:31; 2:38; 3:19.)
Abandonar o pecado e buscar a Deus são as condições e os preparativos para a salvação. Estritamente falando, não há mérito nem no arrependimento nem na fé; pois tudo quanto é necessário para a salvação já foi providenciado a favor do penitente. Pelo arrependimento o penitente remove os obstáculos à recepção do dom; pela fé ele aceita o dom. Mas, embora sejam obrigatórios o arrependimento e a fé, sendo mandamentos, é implícita a influência ajudadora do Espírito Santo. (Notem a expressão: "Deu Deus o arrependimento" Atos 11:18.) A blasfêmia contra o Espírito Santo afasta o único que pode comover o coração e levá-lo à contrição. Por conseguinte, para tal pecado não há perdão.
Qual é a diferença entre o arrependimento e a fé? A fé é o instrumento pelo qual recebemos a salvação, fato que não se dá com o arrependimento. O arrependimento ocupa-se com o pecado e o remorso, enquanto a fé ocupa-se com a misericórdia de Deus.
Pode haver fé sem arrependimento? Não. Só o penitente sente a necessidade do Salvador e deseja a salvação de sua alma.
Pode haver arrependimento verdadeiro sem fé? Ninguém poderá arrepender-se no sentido bíblico sem fé na Palavra de Deus, sem acreditar em suas ameaças do juízo e em suas promessas de salvação.
São a fé e o arrependimento apenas medidas preparatórias à salvação? Ambos acompanham o crente durante sua vida cristã; o arrependimento torna-se em zelo pela purificação da alma; e a fé opera pelo amor e continua a receber as coisas de Deus.

(a) Arrependimento. Alguém definiu o arrependimento das seguintes maneiras: "A verdadeira tristeza sobre o pecado, incluindo um esforço sincero para abandoná-lo"; "tristeza piedosa pelo pecado"; "convicção da culpa produzida pelo Espírito Santo ao aplicar a lei divina ao coração"; ou, nas palavras de menino: "Sentir tristeza a ponto de deixar o pecado."
Ha três elementos que constituem o arrependimento segundo as Escrituras: intelectual, emocional e prático. Podemos ilustrá-los da seguinte maneira: (1) O viajante que descobre estar viajando em trem errado. Esse conhecimento corresponde ao elemento intelectual pelo qual a pessoa compreende, mediante a pregação da Palavra, que não está em harmonia com Deus. (2) O viajante fica perturbado com a descoberta. Talvez alimente certos receios. Isso ilustra o lado emocional do arrependimento, que é uma auto-acusação e tristeza sincera por ter ofendido a Deus. (2 Cor. 7:10) (3) Na primeira oportunidade o viajante deixa esse trem e embarca no trem certo. Isso ilustra o lado prático do arrependimento, que significa em "meia-volta.. . volver!" e marchar em direção a Deus. Há uma palavra grega traduzida "arrependimento", que significa literalmente "mudar de idéia ou de propósito". O pecador arrependido se propõe mudar de vida e voltar-se para Deus; o resultado prático é que ele produz frutos dignos do arrependimento. (Mat. 3:8.)
O arrependimento honra a lei como a fé honra o evangelho. Como, pois, o arrependimento honra a lei? Contristado, o homem lamenta ter-se afastado do santo mandamento, como também lamenta sua impureza pessoal que, à luz dessa lei, ele compreende. Confessando — ele admite a justiça da sentença divina. Na correção de sua vida ele abandona o pecado e faz a reparação possível e necessária, de acordo com as circunstâncias.
De que maneira o Espírito Santo ajuda a pessoa a arrepender-se? Ele a ajuda aplicando a Palavra de Deus à consciência, comovendo o coração e fortalecendo o desejo de abandonar o pecado.

(b) Fé. Fé, no sentido bíblico, significa crer e confiar. É o assentimento do intelecto com o consentimento da vontade. Quanto ao intelecto, consiste na crença de certas verdades reveladas concernentes a Deus e a Cristo; quanto à vontade, consiste na aceitação dessas verdades como princípios diretrizes da vida. A fé intelectual não é o suficiente (Tia. 2:19; Atos 8:13, 21) para adquirir a salvação. É possível dar seu assentimento intelectual ao Evangelho sem, contudo, entregar-se a Cristo. A fé oriunda do coração é o essencial (Rom. 10:9). Fé intelectual significa reconhecer como verídicos os fatos do evangelho; fé provinda do coração significa a pronta dedicação da própria vida as obrigações implícitas nesses fatos. Fé, no sentido de confiança, implica também o elemento emocional. Por conseguinte, a fé que salva representa um ato da inteira personalidade, que envolve o intelecto, as emoções e a vontade.
O significado da fé determina-se pela maneira como se emprega a palavra no original grego. Fé, às vezes, significa não somente crer em um corpo de doutrinas, mas, sim, crer em tudo quanto é verdade, como, por exemplo nas seguintes expressões: "Anuncia agora a fé que antes destruía (Gál. l:2d); apostatarão alguns da fé" (1 Tim. 4:1); "a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos (Jud. 8). Essa fé é denominada, às vezes, "fé objetiva" ou externa. O ato de crer nessas verdades é conhecido como fé subjetiva.
Seguida por certas preposições gregas a palavra "crer" exprime a idéia de repousar ou apoiar-se sobre um firme fundamento; é o sentido da palavra crer que se lê no Evangelho de João 3:16. Seguida por outra preposição, a palavra significa a confiança que faz unir a pessoa ao objeto de sua fé. Portanto, te e o elo de conexão entre a alma e Cristo.
A fé é atividade humana ou divina? O fato de que ao homem e ordenado crer implica capacidade e obrigação de crer. Todos os homens tem a capacidade de depositar sua confiança em alguém e em alguma coisa. Por exemplo: um deposita sua fé em riquezas, outro no homem, outro em amigos, etc. Quando a crença e depositada na palavra de Deus, e a confiança está em Deus e em Cristo, isso constitui fé que salva. Contudo, reconhecemos a graça do Espírito Santo, que ajuda, em cooperação com a Palavra, na produção dessa fé (Vide João 6:44; Rom. 10:17; Gál. 5:22; Heb. 12:2.)
Que é então, a fé que salva? Eis algumas definições: "Fé em Cristo e graça salvadora pela qual o recebemos e nele confiamos inteiramente para receber a salvação conforme nos é oferecida no evangelho." E o "ato exclusivamente do penitente, ajudado, de modo especial, pelo Espírito, e como descansando em Cristo." "É ato ou hábito mental da parte do penitente, pelo qual, sob a influencia da graça divina, a pessoa põe sua confiança em Cristo como seu único e todo suficiente Salvador." "É uma firme confiança em que Cristo morreu pelos meus pecados, que ele me amou e deu-se a si mesmo por mim." "E crer e confiar nos méritos de Cristo, e por cuja cousa Deus está disposto a mostrar-nos misericórdia." "É a fuga do pecador penitente para a misericórdia de Deus em cristo.

4. Conversão.

Conversão, segundo a definição mais simples, é abandonar o pecado e aproximar-se de Deus. (Atos 3:19.) O termo é usado para exprimir tanto o período crítico em que o pecador volta aos caminhos da justiça como também para expressar o arrependimento de alguma transgressão por parte de quem ja se encontra nos caminhos da justiça. (Mat. 18:3; Luc. 22:32; Tia. 5:20.)
A conversão está muito relacionada com o arrependimento e a te, e, ocasionalmente, representa tanto um como outro ou ambos, no sentido de englobar todas as atividades pelas quais o homem abandona o pecado e se aproxima de Deus. (Atos 3:19; 11:21; 1 Ped. 2:25.) O Catecismo de Westminster, em resposta à sua própria pergunta, oferece a seguinte e adequada definição de conversão:

Que é arrependimento para a vida?
Arrependimento para a vida é graça salvadora, pela qual o pecador, sentindo verdadeiramente o seu pecado , e lançando mão da misericórdia de Deus em Cristo, e sentindo tristeza por causa do seu pecado e ódio contra ele, abandona-o e aproxima-se de Deus, fazendo o firme propósito de, daí em diante, ser obediente a Deus.

Note-se que, segundo essa definição, a conversão envolve a personalidade toda — intelecto, emoções e vontade.
Como se distingue conversão de salvação? A conversão descreve o lado humano da salvação. Por exemplo: observa-se que um pecador, bêbado notório, não bebe mais, nem joga, nem freqüenta lugares suspeitos; ele odeia as coisas que antes amava e ama as coisas que outrora odiava. Seus amigos dizem: "Ele está convertido; mudou de vida." Essas pessoas estão descrevendo o que aparece, isto é, o lado humano do fato. Mas, do lado divino, diríamos que Deus perdoou o pecado do pecador e lhe deu um novo coração.
Mas isso significa que a conversão seja inteiramente uma questão de esforço humano? Como a fé e o arrependimento estão inclusos na conversão, a conversão é uma atividade humana; mas ao mesmo tempo é um efeito sobrenatural sendo ela a reação por parte do homem ante o poder atrativo da graça de Deus e da sua Palavra. Portanto, a conversão é o resultado da cooperação das atividades divinas e humanas. "Assim também operai a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar segundo a sua boa vontade" (Fil. 2:12,13). As seguintes passagens referem-se ao lado divino da conversão: Jer. 31:18; Atos 3:26. E estas outras referem-se ao lado humano: Atos 3:19; 11:18; Ezeq. 33:11.
Qual se opera primeiro, a regeneração ou a conversão? As operações que envolvem a conversão são profundas e de caráter misterioso; por conseguinte, não as analisaremos com precisão matemática. O teólogo Dr. Strong conta o caso de um candidato à ordenação a quem fizeram a pergunta acima. Ele respondeu: "Regeneração e conversão são como a bala do canhão e o furo do cano do canhão — ambos atravessam o cano juntos."

II. A Justificação

1. Natureza da justificação: absolvição divina.

A palavra "justificar" é termo judicial que significa absolver, declarar justo, ou pronunciar sentença de aceitação. A ilustração procede das relações legais. O réu está perante Deus, o justo Juiz; mas, ao invés de receber sentença condena-tória, ele recebe a sentença de absolvição.
O substantivo "justificação" ou "justiça", significa o estado de aceitação para o qual se entra pela fé. Essa aceitação é dom gratuito da parte de Deus, posto à nossa disposição pela fé em Cristo. (Rom. 1:17; 3:21,22.) É o estado de aceitação no qual o crente permanece (Rom. 5:2). Apesar de seu passado pecaminoso e de imperfeições no presente, o crente goza de completa e segura posição para com Deus. "Justificado" é o veredito divino e ninguém o poderá contradizer. (Rom. 8:34.) Essa doutrina assim se define: "Justificação é um ato da livre graça de Deus pelo qual ele perdoa todos os nossos pecados e nos aceita como justos aos seus olhos somente por nos ser imputada a justiça de Cristo, que se recebe pela fé."
Justificação é primeiramente uma mudança de posição da parte do pecador, o qual antes era um condenado; agora, porém, goza de absolvição. Antes estava sob a condenação, mas agora participa da divina aprovação.
Justificação inclui mais do que perdão dos pecados e remoção da condenação, pois no ato da justificação Deus coloca o ofensor na posição de justo. O presidente da
República pode perdoar o criminoso, mas não pode reintegrá-lo na posição daquele que nunca desrespeitou as leis. Mas a Deus é possível efetuar ambas as coisas! Ele apaga o passado, os pecados e ofensas, e, em seguida, trata o ofensor como se nunca tivesse cometido um pecado sequer! O criminoso perdoado não é considerado ou descrito como bom ou justo; mas Deus, ao perdoar o pecador, o declara justificado, isto é, justo aos olhos divinos. Juiz algum poderia justificar o criminoso, isto é, declará-lo homem justo e bom. Se Deus estivesse sujeito às mesmas limitações e justificasse somente gente boa, então não haveria evangelho nenhum a ser anunciado aos pecadores. Paulo nos assegura que Deus justifica o ímpio. "O milagre do Evangelho é que Deus se aproxima dos ímpios, com uma misericórdia absolutamente justa e os capacita pela fé, a despeito do que são, a entrarem em nova relação com ele, relação pela qual é possível que se tomem bons. O segredo do Cristianismo do Novo Testamento, e de todos os avivamentos e reformas da igreja, é justamente este maravilhoso paradoxo: "Deus justifica o ímpio!"
Assim vemos que justificação é primeiramente subtração — o cancelamento dos pecados; segundo, adição — imputação de justiça.


Fonte: Conhecendo as Doutrinas da Biblia






Pesquisa: Pr.Charles Maciel Vieira

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